Posto duas "coberturas" sobre o mesmo tema. Uma foi extraída do blogue do Pirata Z, capitão nosso de todas as horas. A outra é do Montblaat, jornal "cult" do grande jornalista Fritz Utzeri, na coluna da Leneide Duarte, direto de Paris.
O assunto é a indicação de Augusto Boal para o Prêmio Nobel pela sua criação maior: o Teatro do Oprimido. Tenho grande admiração por Boal, pela sua intelectualidade e pela grande disposição em transformar o mundo. Aliás, quem ganha uma música composta pelo Chico, merece qualquer prêmio!
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Boal e o Nobel
"Caro Pirata Z,não sei se tu já sabes: Augusto Boal está indicado para o Prêmio Nobel da Paz, por seu Teatro do Oprimido, que já é praticado em 70 países em todos os continentes.Até o dia 31 de janeiro de 2008, o comitê norueguês estará recebendo manifestações de apoio às candidaturas.É muito importante a tua adesão ao nome de Augusto Boal, que poderá ser concretizada com uma carta de apoio assim endereçada:The Norwegian Nobel CommitteeHenrik Ibsens gate 51NO-0255 OSLONorwayTel- -+4722 129300 ; FAX 4722 129310PS: as cartas podem ser escritas em português.Um abraço,Sylvia Moreira"
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*** tive o prazer e a honra de entrevistar Boal, há quase 2 anos, para a Pirata Zine em sua versão imeio, e espero poder ter a honra e o prazer de sabê-lo laureado com tal prêmio, para o que farei a parte que me foi solicitada - responsa que também divido com todos que me lêem.ganhando ou perdendo, Boal e seu trabalho não se tornarão maiores, tampouco menores, e não é isso que está em questão. a questão é: pouco importa a decisão dos jurados; importa, mesmo, é o nosso apoio a qualquer um, de qualquer parte do mundo, que se preste à libertação da espécie de toda e qualquer garra do phoder, o que Boal tem feito há décadas com seu Teatro do Oprimido - e, circunstancialmente, ele ainda é brasileiro, o que torna nossa torcida ainda mais gostosa.aos correios, cambada! - e, rapaziada da frota, que tal divulgação do fato em suas caxangas, hein?*** a série decisões 2008 continua na terça-feira.hasta.
baita abraço meu,
Pirata Z, um vosso capitão gauche pelejando o infor-mar.
baita abraço meu,
Pirata Z, um vosso capitão gauche pelejando o infor-mar.
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Um Nobel para Augusto Boal
Até o fim de janeiro o comitê norueguês que atribui o Prêmio Nobel da Paz recebeu cartas de personalidades do mundo inteiro apoiando a candidatura de Augusto Boal.
O diretor de teatro reconhecido no mundo inteiro foi indicado por sua criação maior, o teatro do oprimido. A partir de agora, o comitê do Nobel da Paz vai reunir todas as manifestações de apoio e escolher os nomes que concorrem oficialmente ao prêmio de 2008.
Os grupos de Teatro do Oprimido ajudam milhões de pessoas em todos os continentes a afirmarem sua cidadania nas lutas contra o racismo, o sexismo, o trabalho escravo e todas as formas de desrespeito aos Direitos Humanos.
Abaixo, um trecho da entrevista que fiz com Boal em Paris, no ano passado, publicada na revista online Tropico e no jornal francês L’Humanité:
Augusto Boal é um monstro sagrado do teatro brasileiro, mas tem a simplicidade dos sábios e o sorriso franco das crianças. Nascido em 1931 no Rio de Janeiro, Boal, trabalhou com o Teatro de Arena até 1971, quando foi preso e torturado pela ditadura que tomou o poder com o golpe militar de 1964. Depois de libertado, se exilou na Argentina e depois na França. Durante o exílio, trabalhou em todo o continente sul-americano, em Portugal, na França e na Alemanha. Hoje, o Teatro do Oprimido, criado por Boal, é praticado em mais de 70 países. Esse teatro engajado se inspira na pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, e no pensamento da extrema-esquerda brasileira.
Através de diversas formas de expressão (teatro-imagem, teatro invisível, teatro-forum), o Teatro do Oprimido tem como objetivo romper com a passividade do espectador, semelhante à do cidadão. Nesse sentido, é um teatro subversivo.
Entre os diversos prêmios que Boal recebeu, dois têm grande importância para ele: o prêmio Pablo Picasso, atribuído pela Unesco a artistas que deram contribuições excepcionais à arte e o prêmio da Association for Theatre in Higher Education, nunca antes concedido a um não-americano. Na área teatral, nenhum brasileiro teve tanto reconhecimento internacional quanto Augusto Boal.
“Todo teatro é uma forma de ação política. A gente vê peças que fogem dos problemas centrais da sociedade e pegam problemas puramente circunstanciais, de entretenimento. Isso é uma ação política. E no nosso caso, é uma ação política consciente. Sabemos que existem opressões que queremos combater. É uma forma de fazer política, mesmo que não seja política partidária”, teoriza Boal.
“Digo que o teatro do oprimido é uma chave. A chave não abre a porta, quem abre a porta é quem segura a chave e a torce. Todo e qualquer teatro mostra um segmento da sociedade em movimento. No teatro, você mostra conflitos humanos sociais e políticos em movimento. O espectador entrando em cena aprende primeiro a entender como é a opressão ao vivo. Ele aprende a detectar as armas do opressor. E treina para uma transformação. Não é no teatro que ele vai transformar. No teatro, ele se transforma transformando a situação fictícia. Mas ele não é ficção, ele se transforma. A idéia é fazer com que o teatro seja um trampolim para ir para fora e transformar a realidade. O teatro é um treino onde ele entende quem é o adversário e treina táticas e estratégias de luta para aplicar na realidade”.
O diretor de teatro reconhecido no mundo inteiro foi indicado por sua criação maior, o teatro do oprimido. A partir de agora, o comitê do Nobel da Paz vai reunir todas as manifestações de apoio e escolher os nomes que concorrem oficialmente ao prêmio de 2008.
Os grupos de Teatro do Oprimido ajudam milhões de pessoas em todos os continentes a afirmarem sua cidadania nas lutas contra o racismo, o sexismo, o trabalho escravo e todas as formas de desrespeito aos Direitos Humanos.
Abaixo, um trecho da entrevista que fiz com Boal em Paris, no ano passado, publicada na revista online Tropico e no jornal francês L’Humanité:
Augusto Boal é um monstro sagrado do teatro brasileiro, mas tem a simplicidade dos sábios e o sorriso franco das crianças. Nascido em 1931 no Rio de Janeiro, Boal, trabalhou com o Teatro de Arena até 1971, quando foi preso e torturado pela ditadura que tomou o poder com o golpe militar de 1964. Depois de libertado, se exilou na Argentina e depois na França. Durante o exílio, trabalhou em todo o continente sul-americano, em Portugal, na França e na Alemanha. Hoje, o Teatro do Oprimido, criado por Boal, é praticado em mais de 70 países. Esse teatro engajado se inspira na pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, e no pensamento da extrema-esquerda brasileira.
Através de diversas formas de expressão (teatro-imagem, teatro invisível, teatro-forum), o Teatro do Oprimido tem como objetivo romper com a passividade do espectador, semelhante à do cidadão. Nesse sentido, é um teatro subversivo.
Entre os diversos prêmios que Boal recebeu, dois têm grande importância para ele: o prêmio Pablo Picasso, atribuído pela Unesco a artistas que deram contribuições excepcionais à arte e o prêmio da Association for Theatre in Higher Education, nunca antes concedido a um não-americano. Na área teatral, nenhum brasileiro teve tanto reconhecimento internacional quanto Augusto Boal.
“Todo teatro é uma forma de ação política. A gente vê peças que fogem dos problemas centrais da sociedade e pegam problemas puramente circunstanciais, de entretenimento. Isso é uma ação política. E no nosso caso, é uma ação política consciente. Sabemos que existem opressões que queremos combater. É uma forma de fazer política, mesmo que não seja política partidária”, teoriza Boal.
“Digo que o teatro do oprimido é uma chave. A chave não abre a porta, quem abre a porta é quem segura a chave e a torce. Todo e qualquer teatro mostra um segmento da sociedade em movimento. No teatro, você mostra conflitos humanos sociais e políticos em movimento. O espectador entrando em cena aprende primeiro a entender como é a opressão ao vivo. Ele aprende a detectar as armas do opressor. E treina para uma transformação. Não é no teatro que ele vai transformar. No teatro, ele se transforma transformando a situação fictícia. Mas ele não é ficção, ele se transforma. A idéia é fazer com que o teatro seja um trampolim para ir para fora e transformar a realidade. O teatro é um treino onde ele entende quem é o adversário e treina táticas e estratégias de luta para aplicar na realidade”.
2 comentários:
Ótimo post: adoro Boal, MARCELO! Bom carnaval, querido!
Grande Marcelo:
esta semana fiquei fora do ar. Assim só agora vi a gentileza que você me fez ao publicar um dos meus textos acompanhado de palavras elogiosas. Como sempre acontece nestas ocasiões, fiquei ruborizado. Thanks.
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Dou força e pago Brahma pra candidatura do Boal.
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É Carnaval. Vamos à gandaia!
Um abraço.
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