sábado, 23 de maio de 2009

Obama, Veja e todas as futilidades de hoje

Uma simpática notícia surgiu das malfadadas páginas de Veja há, mais ou menos, um mês: “Barack Obama propõe o fim dos arsenais atômicos.” (Pág. 66 – 15 de abril de 2009 – A volta da Utopia de um mundo sem armas nucleares).
Contudo, Veja, que questiona muito pouco o “absolutamente nada”, continua na sua, não reportagem, mas pregação evangélica contra o diabo inexistente: “A questão é se isso é possível num mundo com países fora da lei como o Irã e a Coreia do Norte.” Ora, Irã produzirá, se obtiver êxito no urânio enriquecido, duas bombas atômicas por ano. Se olharmos para o país divino e inocente do Sr. Obama, com suas 27.000 armas nucleares, o que dizer? A intenção do Mister Presidente é reduzir, tanto USA quanto Rússia, os seus “pequenos” arsenais em, talvez, “apenas”, mil bombas cada (quantas bombas são necessárias para tirarmos, deste planeta, a raça humana e os não-humanos como Zé Sarney, ACM Neto, Ramalho, Menino Maluquinho Filho, Babu, etc?). Este simpático norte-americano é bonito, não é mesmo? Bonito e incrivelmente hipócrita.
Mas, sim, é difícil tragar o Irã (e seu presidente show-man com vocação para ser a próxima vítima da América) e a Coreia do Norte (com seu presidente (?) natimorto), assim como é difícil de tragar qualquer nação que traz, na sua essência patriótica, o desrespeito aos direitos humanos e a religiosidade cega como instrumento governamental. Mas... devo voltar a estas duas frases: “religiosidade como instrumento governamental” e “desrespeito aos direitos humanos”... Nossa! Estou falando dos Estados Unidos! Estou falando do discurso do ex-presidente Bucha-Bicha-Bush sobre ser um instrumento de deus, sobre a sua “missão divina” e também estou falando da prisão em Guantánamo (aquela prisão que uma determinada miss adorou!).
Obama tem boas intenções ou está fazendo um esforço incrível para limpar a barra de uma nação, hoje, antipática frente a todas as comunidades internacionais? Sei não... mas depois que li “História da Riqueza do Homem”, de Leo Huberman, acreditar em notícias assim está cada vez mais difícil.
Aliás, acreditar no homem já é um puta exercício de fé.

sábado, 16 de maio de 2009

No Amazonas, sobrinha do vice-governador faz valer a lei da selva na sala de aula

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Na faculdade de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas, numa classe do primeiro ano, o professor Gilson Monteiro estava dando uma aula quando foi falar de política. Comentou que a CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que foi encerrada na Câmara dos Deputados em 2004, estava prestes a indiciar o vice-governador Omar Aziz (PMN-AM) quando houve a intervenção de um senador influente no estado: Arthur Virgílio (PSDB-AM). O pedido também teve o apoio da então deputada Celcita Pinheiro, mais tarde denunciada por envolvimento com a máfia dos Sanguessugas.
O professor informou aos alunos que Virgílio pedira para tirar o nome de Aziz da lista de recomendações para indiciamento.
Monteiro não disse absolutamente nenhuma mentira, como se pode ver nesta notícia publicada na época pela Agência Câmara. Ou nesta ata de 8.jun.2004, quando a deputada Maria do Rosário apresentou um requerimento visando "apurar a responsabilidade penal do Sr. Omar Aziz, Vice-Governador do Estado do Amazonas, pela obstrução, dos trabalhos desta Comissão Parlamentar de Inquérito, na oportunidade da Audiência Pública realizada na cidade de Manaus, em 24 de maio de 2004". Ou nesta ata de 7.jul.2004, quando Virgílio efetivamente solicitou a exclusão do nome de Aziz.
Como se pode ver pelos documentos, o professor Monteiro não estava mentindo. Aziz seria incluído no relatório final da CPI, embora eu não saiba sob que acusações, mas teve seu nome retirado por iniciativa do senador Arthur Virgílio. Monteiro só não contava com o elemento surpresa.
Uma aluna se levanta, indignada. Segundo a Folha, era Samara Abdel Aziz, 17 anos. Omar Aziz, o vice-governador, é seu tio. Ela sai da sala para fazer um telefonema. Mais tarde, ela escreveria no Orkut: "respeito é bom e mantém os dentes no lugar". Certamente ficou orgulhosa do que aconteceu depois.
Em meia hora, dois irmãos do vice-governador estavam na sala de aula. Um deles era o pai da aluna. Os dois derrubaram o professor, cobriram-no de socos e pontapés. Ao final, um deles, Amin Aziz, fez uma ameaça bastante grave. Nas palavras de Gilson Monteiro:
Pelo gesto de Amin Aziz, irmão do vice-governador do Estado do Amazonas, Omar Aziz, ao final da brutal agressão que sofri na frente dos meus alunos, no final da tarde ontem, estou marcado para morrer. Após me aplicar três socos e dois chutes, o cara apontou o dedo e simulou o gesto de puxar o gatilho de uma arma. Pela forma como me olhou, Aziz, teria descarregado completamente a arma em mim. Aliás, o ar era de imensa satisfação. Isso em pleno auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). É o fim do mundo não se poder, em uma aula, citar um exemplo de fato que foi noticiado nacionalmente, como ilustração da interferência política no jornalismo. Mais absurdo ainda é um sujeito invadir uma universidade pública federal e agredir um professor em pleno exercício da sua atividade profissional. Certamente o indivíduo acredita na impunidade total por ser irmão do vice-governador do Estado. Só espero que a Polícia Militar (do Governador) garanta minha integridade física e dos meus filhos. Caso sofra algum atentado daqui para a frente não tenho dúvidas de que, se não foi a mando, foi um ato do meu agressor, irmão do vice-governador do Estado.
Na terça, o vice-governador deu uma entrevista coletiva. Disse que não se responsabilizava pela pisada de bola dos irmãos, mas também prometeu processar o professor por ter afirmado que ele teve seu nome retirado do relatório da CPI por influência política.
Amin Aziz, que apontou um revólver de dedos para a cabeça do professor, pede desculpas pela exaltação, mas continua culpando o professor por ter falado em corda na frente da sobrinha de um enforcado.
"Eu discordo da atitude de um professor de formar uma opinião dentro de uma universidade. Ele é pago para ensinar. Tenho a certeza de que foi proposital. Eu não acredito que um professor não saiba quem são os alunos. Ele usou de má-fé", disse ele à Folha.
No ano passado, houve outra celeuma envolvendo o mesmo político, o mesmo assunto e outros personagens truculentos. No caso, militantes que ameaçaram estudantes por perguntar se Aziz havia sido indiciado pela CPI da Pedofilia.
E você, o que acha do assunto?
Eu, pessoalmente, acho que um professor tem que ter o direito de falar o que quiser, se for pertinente e não for mentira. Numa faculdade de jornalismo, deixar de discutir assuntos políticos relevantes na vida do estado é um tiro no pé. Entendo a irritação pessoal da menina, porque afinal se trata do tio dela. Mas isso não é jeito de começar a entrar no jornalismo. Bola murcha pra você, Samara. Tem outros jeitos bem menos selvagens de enfrentar uma questão incômoda.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Precisamos de humanidade?

Do que precisamos?
A pergunta cretina e complexa pode ser defendida em botecos miseráveis nos grotões da Baixada Fluminense ou na grande palestra, paga com dinheiro público, de um formidável pensador em voga, ou de graça, por um trôpego desgraçado com voz broqueada. Independente do grau de complexidade ou imbecilidade que daremos, a resposta pode ser dividida “n” vezes ao quadrado.
Do que precisamos?
Se eu fosse banqueiro, a resposta inevitável seria: controle.
O homem, aos olhos dos donos do poder, precisa da liberdade difundida por países ditos “democratas”. Países assim não existem de fato, mas que liberdade há, no mundo, de fato? Liberdade e democracia são ilusões apresentadas para que o sistema escravocrata funcione melhor, como uma “matrix” inversa, funcionando enquanto estamos acordados. Os donos do poder precisam que acreditemos nas conquistas apresentadas e nas ameaças inventadas. Se não tivéssemos medo do terrorismo(?), se não tivéssemos medo de Deus(?), se não tivéssemos medo da queda capitalista (ou a socialista desumana), se não tivéssemos medo do nosso próximo... O mundo seria ditado por Eles?
Do que precisamos?
Se eu fosse político, a resposta inevitável seria: ignorância.
O homem, aos olhos dos políticos contemporâneos, é um perigo real, uma bomba que precisa se perder no abismo da ignorância. Dá para imaginar um povo exigindo, dos seus governantes, melhores condições de trabalho, de lazer, de saúde, de educação, de segurança? Dá para imaginar um povo vivendo sempre inconformado com o Governo, sempre a exigir reformas, direções, rumos? Quantos dos deputados, senadores, vereadores, que hoje estão no poder, estariam gozando de tal mandato com um povo culto e saudável? Quantos destes políticos estão a serviço dos Donos do Poder, controlando o povo com as concessões públicas de TV dadas a eles mesmos? Quantos controlam (corrompem ou compram) os jornais, rádios, portais que servem a uma determinada elite?
Do que precisamos?
Estou com esta pergunta na cabeça depois de assistir a Zeitgeist, dois “supostos” documentários sobre o caos do mundo ser controlado pelos donos do poder de forma matemática. Confesso que, apesar da mensagem tendenciosa e utópica na solução, sinto-me inclinado a dizer que muito do que vi vem ao encontro do que penso há tempos. Tenho quase certeza de que estamos no meio de um grande circo onde leões, palhaços e platéia são, na verdade, a raça humana. Contemplamos a nós mesmos e, ainda assim, nos destruímos sob aplausos. É conferir e atestar (ou contestar).

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Hoje eu estou "postado" no excelente blogue Palimpnóia. Gostaria de dizer que estar entre a trupe que o escreve é emocionante, mas vocês precisam dar um pulo lá para entenderem a grande honra que é ter um texto seu publicado por eles.
Visitem-no e, como diz o nosso capitão Pirata, que seu olhos sejam atendidos!


sábado, 2 de maio de 2009


De gripe suína eu entendo tanto quanto entendo de avião: NADA! Contudo, as piadas do excelente blogue Kibe Loco deixam a pulga atrás da minha orelha, porque eu também não acredito no estardalhaço que estão fazendo em torno de uma gripe que matou quantos ao redor do planeta? 300 pessoas? Gente, qualquer gripe pobre, dessas que pegamos todos os dias em qualquer lugar de qualquer cidade mata nesta proporção. Aliás, a Dengue, aqui do Rio de Janeiro, fez muito mais vítimas só ano passado. Então, dignos repórteres e especialistas de plantão: parem de encher o meu saco! Assim como já disse o Felipe, do blogue Primum scribere deinde, philosophari, eu também acho que tem merda vindo por aí... Enfim.