quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

SOLIDÃO

O que é solidão?

É cama vazia,

Lençol sobrando,

Falta de cheiro,

Dormir cedo e

Buscar sempre

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Solidão!!!

Palavra que define fim,

Expressa desaconchego, desilusão,

Falta de colo,

Falta de toque,

Falta de abraço e sossego

.

Busco preencher minha vida

Com o contrário de tudo isso:

Casa cheia, toalha molhada,

Cama preenchida,

De puxar o lençol na madrugada,

Abraços, perfume,

Vida e cansaço.

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O QUE É AMAR?

O que é amar?

Amar é sufocar, suspirar,

Compartilhar, se calar,

Sorrir e gargalhar,

Sofrer, chorar,

Perdoar, perder o sono,

Se inspirar

.

E quando, que por encanto,

Se deparar com esse sentimento

Vai perceber que esteve perto,

Tão perto, tão perto,

Que não notou que pudesse

Vivê-lo, senti-lo e perdê-lo.

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Ana Cristina Rocha - Advogada e Poetiza

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Diz você

Esta é a matéria do jornal O Dia online: Uma pedra no meio do caminho.
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É claro que Eles vão criar medidas eficientes para o problema dos mendigos que “sujam” a paisagem do meu Rio de Janeiro. É claro que O Grande Irmão vai cuidar de todos os fodidos, triplicando os abrigos, reinventando a pólvora, construindo quadras poliesportivas e uma imagem dO Senhor das Moscas.
Contudo, antes do milagre acontecer, pedras e cercas de ferro farão o trabalho social e humanitário para o afastamento dos indivíduos maltrapilhos das marquises e bancos públicos.
É ou não é uma coisa meio assim... escalafobética? Uma coisa tipo assim... estramboticamente alucinante? Pois digo e repito: esse tal de Big Brother é o máximo dos cúmulos do buraco rugoso de todos nós! 
Amém!
Foto: Jornal O Dia



Professor vai virar artigo de luxo


Carreira docente não goza de popularidade entre estudantes do ensino médio. É um mal sinal - na causa e no efeito

Apenas 2% dos jovens brasileiros se dizem interessados em seguir a carreira de professor. O dado é de um levantamento feito pela Fundação Carlos Chagas, a pedido da Fundação Victor Civita, com 1.500 estudantes de ensino médio de todo o país. O objetivo do estudo era medir a atratividade da carreira docente, que a contar pelos resultados não anda atraindo muita admiração. Enquanto carreiras como Medicina, Direito ou Engenharia estão no topo do ranking das mais procuradas, o curso de Pedagogia ocupa apenas a 36.ª posição em uma lista de 66 profissões preferidas pelos vestibulandos.

Os motivos para o desinteresse vão desde a pouca afinidade com a profissão, passando pelo desestímulo da família e claro a falta de perspectiva com a baixa remuneração. detalhes da pesquisa realizada com os estudantes



Insatisfação 

Estudante nem pensa em dar aulas 

Hélio Strassacapa, Jornal de Maringá Online

O caso da estudante Ana Beatriz Britto Castilho, de 19 anos, é bastante coerente com o perfil traçado pela pesquisa. Cursando o segundo ano de Pedagogia na Universidade Estadual de Maringá (UEM), para ela esse deve ser o último contato com o ambiente da Educação. “Eu não tenho um pingo de vontade de dar aula”, afirmou. Vinda de colégio público, Ana já conhecia bem o que iria enfrentar se optasse pelo magistério. “O professor de Escola pública reclama muito do salário e das condições de trabalho, e isso desmotiva os estudantes. Eu tenho na família professores e me assusto com a realidade. Eu não aconselho ninguém a se tornar professor”, enfatizou.

Para Ana, apenas os colegas mais velhos e que já atuam com o ensino infantil buscam o curso de Pedagogia para essa finalidade. Os demais percebem outras oportunidades que a graduação oferece e não demonstram interesse pelo magistério. Esse é o caso de Ana, que pretende trabalhar na área hospitalar.
Sua recusa pelo magistério já é anterior à entrada na universidade. Ela já havia prestado três vestibulares para outras graduações, mas não passou em nenhum. “Escolhi (Pedagogia) porque era pouco concorrido”, confessa.De família
Profissão e realização pessoal

Na contramão das estatísticas, a estudante Cecília Pereira Kloster, 19, vê na profissão de professor a realização pessoal.

De família de classe média, a jovem estudou a vida toda em colégios particulares. Boa aluna na Escola, ela teria nota para entrar em qualquer curso na Universidade Federal do Paraná, mas optou por pedagogia. Filha de professores, cresceu vendo o exemplo do pai, um entusiasta da profissão, segundo ela.

“Minha motivação e o gosto por ensinar veio do exemplo dele”, conta. Quando estava no ensino médio, Cecília chegou a pensar em estudar Engenharia, mas depois se convenceu de que sua vocação é estar em contato com pessoas. “Despertar em alguém o desejo de aprender é algo que não tem preço”, defende.
Cursando o segundo ano, ela já fez estágio e tem planos para a carreira. Não pensa em parar de estudar ao terminar a graduação. Quer se especializar e investir na formação.

Com opinião e visão crítica, ela lamenta o estigma carregado pelos estudantes de Pedagogia. “Há um preconceito por parte dos estudantes de outros cursos, como se fôssemos menos capazes”, diz.

O preconceito também é citado pela estudante Patrícia Oliveira Souza, 18 anos, que cursa o primeiro ano de Pedagogia na UFPR. Patrícia estudou a vida inteira em Escola pública e não frequentou cursinho preparatório para o vestibular.

Ao contrário da maioria de muitos colegas, ela defende a profissão e diz que a escolha foi baseada na vocação. “Sempre sonhei em ser professora. Gosto de estar com as crianças”, conta. Patrícia reconhece que a profissão deveria ser mais valorizada, mas acredita que isso também depende de cada profissional. “Se você não se acomoda, investe na sua formação, procura se especializar você vai ser reconhecido”, afirma.

Na percepção dos estudantes, ser professor significa trabalhar muito, ser mal remunerado e ter praticamente nenhum reconhecimento social.

O estudo confirmou também uma tendência que já vem sendo observada nas últimas décadas. Com a falta de interesse de alunos de classe média nos cursos de Pedagogia, as vagas vem sendo preenchidas por estudantes de renda mais baixa, na maioria das vezes provenientes de Escolas públicas e que em alguns casos apresentam desempenho ruim nos estudos. De acordo com a pesquisa, 87% dos jovens que manifestaram a intenção de se tornar professores eram do ensino público. Além disso, o interesse pela profissão parece ser inversamente proporcional ao grau de instrução dos pais, ou seja, quanto mais estudo tem os pais, menos os filhos demonstram interesse pela docência.

Na opinião da professora e doutora em Educação, Regina Maria Michelotto, para entender esses comportamentos é preciso uma visão histórica. “Até meados do século XX o professor era visto com prestígio, era um profissional valorizado cujo salário permitia uma vida digna. Com uma mudança social e econômica, a profissão vai perdendo status para outras e o jovem que antes escolhia a carreira com base em uma visão humanista e levando em conta a realização pessoal passa a decidir de acordo com o mercado”, explica. Para ela, o fato de alunos de renda menor estarem ocupando essa lacuna deixada pela classe média tem vantagens e desvantagens. Por um lado, esses jovens encontram uma oportunidade de ingressar no ensino superior e por conhecerem melhor a realidade de áreas mais pobres podem desenvolver um trabalho mais próximo das comunidades. Por outro, há o agravante de muitos escolherem a profissão não por vocação, mas sim pensando na baixa concorrência no vestibular. “Esse é um retrato da imensa desigualdade social no Brasil. O que resta para o aluno da Escola pública são os cursos de menor concorrência”, concorda a coordenadora de ensino superior da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Sônia Adum.

Nas universidades públicas do Paraná, o perfil dos estudantes que prestam o vestibular para o curso de Pedagogia é o mesmo do retratado na pesquisa nacional. Enquanto os candidados dos cursos mais visados, como Medicina e Direito, são de família com renda mais alta, estudaram em colégios particulares e frequentaram cursinhos preparatórios, os estudantes inscritos em Pedagogia em geral são provenientes de Escolas públicas, pertencem a famílias mais humildes e sequer frequentaram um cursinho.

Nem a própria estudante Luiza Paula Michelotti sabe explicar ao certo porque marcou a opção Pedagogia no vestibular. Concluindo o último ano da graduação na Universidade Federal do Paraná, ela que chegou a cursar um semestre de Letras na Pontifícia Universidade Católica do Paraná mas desistiu, já pensa em tentar vestibular novamente. “Acho que vou prestar para desenho gráfico”, conta. Luiza reconhece que não tem interesse em dar aulas e não pretende seguir a carreira de professora. “Desde que entrei penso em desistir, mas aí fui levando. Fui fazer Pedagogia porque minha irmã também ia tentar e eu não sabia ao certo o que queria, tentei e passei”, admite.



Exemplo 

Grande parte dos alunos ouvidos na pesquisa afirmou também que se sente desmotivada em seguir a carreira docente por presenciar as dificuldades que seus professores enfrentam em sala de aula. A imagem que os próprios professores passam da profissão tem influência sobre a opinião dos jovens, ou seja, boa vivência na Escola favorece uma aproximação com a ideia de ser professor. “O exemplo é fundamental, se o aluno vê o professor desmotivado, chegando na sala de aula já com uma postura derrotada, é claro que ele não vai querer isso para si próprio. Claro que a remuneração é importante, mas é preciso trabalhar também com a auto estima desses professores, com a formação, para que eles se sintam valorizados e isso se reflita em sala de aula despertando nos jovens a admiração pela profissão”, defende Sônia. 
* retirado do portal Todos pela Educação


www.todospelaeducacao.org.br


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Energúmeno somos nós!


Por Flávio Mesquita
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Confesso que fiquei irritado com a reação do excelentíssimo-senhor-melhor-ministro-da-saúde-e-governador-do-PIG, José Serra, às vaias de um grupo de manifestantes em uma atividade de pré-campanha. Sua Excelência Eterno Candidato chamou de "energúmeno" um dos manifestantes, pois ele (o "energúmeno") era contra tudo e contra todos. Diante disso, do alto do meu teclado, resolvi e decidi decretar: energúmeno somos todos nós!
Somos energúmenos pois temos a pia crença, quase insana, de que temos uma mídia democrática e imparcial, onde os grandes jornais e semanários possuem editores compromissados com a verdade e o respeito às opiniões.
Somos energúmenos, quando, diante das evidências de corrupção ativa, passiva e transversal, percebemos o cinismo de quem tem rabo preso e medo de ficar com a bunda na janela tentando justificar o injustificável.
Somos energúmenos, quando, de repente, uma evidência de corrupção gravada em video se transforma em "suposto caso de desvio de verba", nos casais telejornais do horário nobre.
Somos energúmenos porque acreditamos em uma democracia representativa, na imparcialidade da justiça e na polícia pacificadora.
Somos energúmenos quando ficamos exultosos e nos sentimos justiçados porque há um político detido em uma sala reservada da polícia federal sozinho e deprimido, com ar condicionado, tv, roupas de cama e visitas todo o tempo, e que, por conta disso, não pôde desfilar no sambódromo.
Somos mais energúmenos pois daremos um sorriso tímido no canto da boca e soltamos um "o filho da puta se fudeu" quando este mesmo político, deprimido, sair desta sala com a barba por fazer, de cadeira de rodas ou de bengala, o que for mais comovente.
Por fim, somos energúmenos, pois temos a certeza de que um dia surgirá um salvador da pátria, um D. Sebastião, que irá nos tirar da condição de subdesenvolvidos e subnutridos para nos elevar à condição de "eleitos", abençoados por Deus e queridos por natureza...
Pois bem, Sr. Grão Mestre da Ordem Tucana. Somos nós, os energúmenos, os grandes responsáveis por sua existência! Portanto, agradeça aos céus por nos representar tão bem, no alto de seu gabinete.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Grande mídia isolada do Brasil

Observatório da Imprensa
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Por Venício A. de Lima
Trabalhando em algumas capitais estaduais ou na Praça dos Três Poderes, em Brasília, os chamados "formadores de opinião" da grande mídia – sobretudo jornais e emissoras de TV – acabam por se isolar do cotidiano da maioria da população brasileira. Acredito que faria muito bem a eles viajar, periodicamente, pelo interior do Brasil. Não importa a região, o estado ou até mesmo as cidades visitadas. A exceção talvez seja o interior de São Paulo, área onde são distribuídos dois dos três jornalões que se consideram nacionais.
Os "formadores de opinião" deveriam aproveitar a viagem e puxar prosa com gente comum em locais como postos de gasolina, restaurantes de beira de estrada (ou não), hospedarias, botequins, museus, igrejas... E, sobretudo, ouvir. Ouvir quais são as fontes de informação preferidas, com o que se preocupa, quais informações interessam e qual a visão que essa gente comum tem do país e de seus problemas.
Exemplos: perguntado sobre o porquê de as TVs permanecerem ligadas 24h no saguão e no restaurante de um hotel de nível médio, o garçom respondeu: "É norma do hotel, mas ninguém aguenta. É só notícia ruim. Mas também ninguém presta atenção. Fica aí falando sozinha...". Ou o morador que opina sobre o serviço de som da igreja matriz que "entra no ar" várias vezes ao dia: "É bom porque dá notícia tanto boa quanto ruim e a gente pode acreditar".
Se a hybris que aflige a maioria dos jornalistas permitisse, os "formadores de opinião" constatariam que seu celebrado poder – se algum dia de fato existiu – está sendo minado pela internet, acessível através de uma avalanche de novas tecnologias e por uma consciência ainda difusa de que não se pode acreditar, sem mais, no que diz a televisão, o jornal e o rádio, nesta ordem.
Os "formadores de opinião" seriam ainda surpreendidos com a renovada valorização da mídia local, seja o velho serviço de alto-falante da igreja matriz, os barulhentos carros de som que percorrem as ruas das cidades ou as rádios comunitárias, em boa parte vinculadas a alguma denominação religiosa.
E os jornais?Pergunte a um morador qualquer do interior do país se ele conhece – não se lê – algum de nossos jornalões que se dizem "nacionais". A grande maioria não conhece e, portanto, não lê. Procure saber qual o reparte que chega a determinada localidade do maior jornal do estado – para assinantes ou para venda avulsa. Dez exemplares (ou menos) para cidades pequenas e até médias.
Essas respostas certamente darão sentido ainda mais concreto aos impressionantes números divulgados pelo IVC no início deste mês relativos ao ano de 2009: a circulação média da Folha de S.Paulo é de 295 mil exemplares/dia e caiu 5%; do jornalO Globo, de 257 mil e caiu 8,6%; e do Estado de S.Paulo, de 213 mil e caiu 13,5% (ver "Indústria de jornais – Circulação diminui em 2009" ).
"Tudo continuará como sempre esteve"Essas "impressões de viagem" vêm sendo confirmadas há anos e sempre recolocam a eterna questão do poder e da importância da mídia tradicional na formação da opinião pública, incluída aqui a onipresente televisão (ver, neste Observatório, "A soberania onipresente da TV" e "Lições sabidas e nem sempre lembradas").
Não é novidade a supremacia das preocupações locais sobre as regionais e as nacionais, vale dizer, das questões próximas sobre aquelas mais distantes. É apropriado transcrever um parágrafo publicado aqui mesmo no OI, dois anos atrás:
"Nada é mais importante para o cidadão comum do que aquilo que ocorre ao seu lado, com o seu vizinho; e que pode, portanto, acontecer com ele próprio. A sociabilidade é construída a partir dos temas locais e regionais. Isto potencializa o papel da rádio comunitária, da FM e dos jornais locais e regionais (quando existem). A agenda midiática nacional de entretenimento ou jornalismo (televisiva, sobretudo) interage com a temática local, mas ocupa um indisfarçável segundo plano."Ao contrário da grande mídia que insiste em acreditar que o cidadão comum está o tempo todo "seguindo" como twitteiro o que fazem em Brasília o presidente e seus ministros; os deputados federais e os senadores, e os juízes do STF, ele, na verdade, está "seguindo" o que fazem os políticos mais próximos de sua vizinhança e parece perceber a capital federal como uma cidade de ficção, habitada por políticos necessariamente corruptos e gente diferente do resto da população do país.
Se essas "impressões" estiverem corretas, é de se esperar alguma mudança no comportamento da grande mídia?
No caso dos jornalões, certamente não. Seu crescente "isolamento" da maioria da população transformou-se em estratégia de sobrevivência no mercado. Esta é uma das razões porque seus "formadores de opinião" procuram agradar a um grupo cada vez mais reduzido de pessoas. O rádio deverá ficar cada vez mais local e regional. E a televisão onipresente, mas com a audiência em queda, parece se agarrar à espetacularização de toda a sua programação. E com isso, despenca sua credibilidade.
Novos tempos. Nova mídia. Novos atores. Novos poderes. E muitos ainda acreditam que tudo continuará como sempre esteve.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

FASCISMO WEEK



A semana passada nos mostrou que o fascismo continua em alta no Rio de Janeiro. Parece até que virou moda. O cineasta e o ator se divertem com expressões do tipo “vou terminar o roteiro no caveirão” e “se eu contar mais sobre o filme vou pro saco”, enquanto um diretor da associação de cabos e soldados espalha cartazes ao estilo faroeste, em que oferece cinco mil reais para quem lhe trouxer o assassino de um policial – estando ele vivo ou morto.
Não cabe mais a cineasta e ator dizerem que não houve intenção, desculpa amplamente utilizada quando, à época do lançamento do primeiro filme, foram confrontados por jornalistas, escritores, antropólogos, advogados e professores preocupados com o golpe desferido contra a democracia.
Assim como não vale a pena aceitar o cinismo do diretor da associação policial, que garantiu que não estava incitando o assassinato de ninguém. “Apenas para o caso de esse indivíduo já estar morto”, disse, esquecendo-se que, se assim fosse, a autoridade competente para receber o corpo é o Instituto Médico Legal, e não a associação de cabos e soldados.
Brincar com tortura em público é, no mínimo, irresponsabilidade. No caso, irresponsabilidade que conduz ao fascismo. Assim como pedir a cabeça de quem quer que seja é inaceitável numa sociedade que se pretende civilizada.
O assassinato dos policiais deve ser condenado, evidentemente. São servidores públicos que perderam a vida trabalhando para o bem coletivo. Agora, esse fato não pode, em nenhuma hipótese, servir como ode ao fascismo. Melhor seria se cineasta, ator e diretor empreendessem uma campanha nacional pela valorização profissional do policial e contra a política de extermínio do governador Sérgio Cabral, esta legitimada e incensada pelas corporações de mídia. Política essa responsável, em grande medida, pela escalada da violência no Rio de Janeiro – contra o cidadão comum e contra o profissional da segurança.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Boa festa da carne!



Esta é a minha Escola, minha apoteose! Mas quem for de outra, em outros blocos, outras praças, outros corações, ... Não esquenta, não. O carnaval é para todos. Eu, que nem sou fã da folia assim, mas, apaixonado pela Mangueira, digo e repito: boa festa da carne!





"Vai passar
Nessa avenida mais um samba popular
Mangueira até "Parece um céu no chão"
É música vestida de emoção
Com notas e acordes refletiu
Em suas cores o orgulho do Brasil
Nas ondas do rádio,
De norte a sul viajei
Do sonho dourado embarquei
Parece magia
Vai, minha inspiração
"Num doce balanço a caminho do mar"
Vem me trazer a canção
Pro mundo se encantar
Tantas emoções na verde e rosa
Brilham as estrelas imortais
"Bate outra vez" uma saudade
Lembro dos antigos festivais
Um verso me levou
Do rock à jovem guarda
Fui "Caminhando e cantando" ao luar
"Com a Tropicália no olhar"
Atrás do trio eu quero ver
O baile começar e a noite adormecer
"O Sol Nascerá", as cortinas irão se fechar
"Folhas Secas" virão e o show vai continuar
Meu coração é verde e rosa
Descendo o morro, eu vou
A música, alegria do povo
Chegou, a Mangueira chegou.
Composição: Renan Brandão, Machado, Paulinho Bandolim e Rodrigo Carioca

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Estaremos fadados às escrituras cuneiformes?

Este texto que publico abaixo, intitulado: "Para Jovens, blog é coisa do passado", se encontra no portal Observatório da Imprensa.

Obviamente, o que está em questão, depois de tantos debruçamentos, é: será que voltaremos a utilizar o "Uga-Uga" onomatopéico ou, quem diria, as futuras novíssimas reformas ortográficas estarão fadadas ao ostracismo (motivo: ninguém saberá ler, mesmo...)?


Para os jovens, blog é coisa do passado

Monitor da Imprensa

em 9/2/2010

Um estudo divulgado semana passada pelo Pew Internet & American Life Projectrevelou que jovens americanos estão perdendo o interesse em blogs e se concentrando cada vez mais em comunicações curtas. Especialistas em tecnologia afirmam que isto não significa o desaparecimento do ato de blogar – pode-se fazer uma comparação com o e-mail: ainda é algo útil, mas não tão charmoso. "Lembra quando receber um e-mail era algo excitante?", diz Danah Boyd, do Centro Berkman para Internet e Sociedade, da Universidade de Harvard. "Agora, as pessoas usam outros canais [como redes sociais, vídeos e jogos] para as atividades mais divertidas".

O estudo descobriu que 14% dos internautas entre 12 e 17 anos dizem blogar atualmente, comparado a mais de 25% em 2006. E apenas metade nesta faixa etária comenta em blogs de amigos; enquanto há três anos, 75% o faziam. Em pesquisa realizada com o grupo de 18 a 29 anos, o Pew encontrou resultados semelhantes.

Celular em alta

De maneira geral, estima-se que apenas um em 10 adultos usuários de internet mantém um blog – número que permanece constante desde 2005, quando os blogs tornaram-se uma atividade considerada mais "tradicional". Nos EUA, isto significa que há mais de 30 milhões de adultos que blogam. "É considerável ir de zero a 30 milhões em dez anos", afirma David Sifry, fundador do site de busca de blogs Technorati.

No entanto, de acordo com a pesquisa, a população de blogueiros está envelhecendo. A porcentagem de usuários de mais de 30 anos que mantêm um blog aumentou de 7% em 2007 para 11% em 2009. A diminuição do interesse dos jovens em blogar parece ter relação com a explosão das redes sociais. Segundo o estudo, quase 75% dos jovens de 12 a 17 que têm acesso à rede usam sites como o Facebook e o Twitter; há quatro anos, este número era de 55%. Hoje, mais jovens acessam a internet por meio de telefones celulares, o que também aumenta a necessidade de uma comunicação breve. Informações de Martha Irvine [AP, 3/2/10].

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Chuva: Fantástico põe a culpa no pobre. É o que o Zé Alagão mais quer

O repórter Mauricio Ferraz fez para o Fantástico reportagem que o Zé Alagão deveria acrescentar aos comerciais do “trabalhando por você”.

(“Trabalhando (sic) por você” são aqueles comerciais que descrevem São Paulo como se fosse a Chuíça (*) e entram em todos os intervalos comerciais da televisão brasileira.)

A reportagem mostra que a culpa do alagão é o pobre, porque joga lixo na rua.

É exatamente a doutrina do “economista competente”: a culpa é da água e do pobre.

Do pobre, porque ele mora nas áreas de risco, quando podia, perfeitamente, morar no Morumbi.

Do pobre, porque, em lugar de guardar o lixo em casa e criar ratos, joga o lixo na rua.

O poste do Serra não coleta o lixo.

O Fantástico não parece preocupado com isso.

O horror é o pobre.

Que tem a obrigação de criar ratos em casa.

O Fantástico também não mostra que o poste do Serra cortou os gastos com coleta de lixo, muito ANTES de a chuva começar.

O Fantástico não mostra que os bairros mais alagados são aqueles que se tornaram vítimas da incompetência do Serra.

O Jardim Romano, por exemplo, o Katrina do Serra.

Está alagado desde 8 de dezembro.

Este modesto blogueiro esteve duas vezes no Jardim Romano.

Sabe quantos caminhões de coleta de lixo viu ?

É culpa do pobre, Zeca Camargo ?

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Paulo Henrique Amorim

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(*) Chuíça é o que o PiG (**) de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Clique aqui para ler “Será que o Zé Alagão vai fugir do Jardim Romano ?”

Clique aqui para ler “Uma denúncia que pode ser um crime: Serra represa o rio para inaugurar obra e alaga os bairros dos nordestinos”.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Eu devo admitir que a gente não concorda em “n” coisas. Não sei se em muitas ou poucas, mas a sua escrita é um puta diferencial na “atmosfera virtual” dos blogues. Olhar sagaz, críticas lúcidas e lúdico humanismo, você faz falta as pampas, aos Pampas e dentro do resto de nós.

Gente, este é o meu protesto. Não gosto de perder um Jens. O cara é bom, ponto final. Larga a porra do cigarro, a gente nem liga..., porém, contudo, porconseguinte, largar o blogue é sacanagem!

Vamos encher mais a caixa de mensagens do Cara! “Taí” a campanha!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Os Bispos e o resto de nós

Está em O Globo, versão online, de hoje: “Bispos católicos fazem abaixo-assinado contra programa de direitos humanos. Vannuchi diz que aborto será excluído.” Foram um total de 67 bispos. Eles assinaram a rejeição de alguns pontos do III Programa Nacional de Direitos Humanos. “A nota, do dia 28 de janeiro, reafirma a posição da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) contra a descriminalização do aborto, a união de pessoas do mesmo sexo e a ideia de impedir a ostentação de símbolos religiosos”, diz-nos o primeiro parágrafo da matéria.

Aqui entra o meu itálico, pois estou discursando:

“A CNBB, os 67 bispos católicos, protestantes, o pastor João (da Igreja Invisível), todo o pessoal cristão da Igreja do 7º Quadrado redondo do Objeto Triangular do número 12, mais outros tantos religiosos que não vem ao caso, podem se manifestar o quanto desejarem; eles, enquanto religiosos e defensores da bíblia (que escrita há trocentas bolinhas de anos, prega isto mesmo), possuem o direito constitucional e inalienável de defender suas concepções de “religare”. Agora, o Governo Federal, ou quaisquer outros Governos, empregados de todos os cidadãos, crentes ou descrentes, não podem se sujeitar a pressão de gente que não deveria meter o bedelho nos assuntos do Estado. Quem vende o produto “Cristo” (porque com filosofia ou sem ela, é tudo comércio, ou o Vaticano se sustenta de ar?) não pode tentar intervir em quem vende Democracia, até porque, a visão teocrática acredita em Jesus, o Cristo, como ‘Estadista-Ditador’, nunca foi ou será um movimento democrático.”

Acredito em deus, sou fã de carteirinha do barbudinho Jesus (apesar de entortar o nariz para o seu modelo X-men que os cristãos tentam empurrar garganta abaixo), sua filosofia e estilo de vida, mas o Estado é laico e precisa, indefinidamente, ser voltado para todos os seus! E, no Brasil, milhares de crenças são diariamente manifestadas, assim como várias correntes ateias também. E os ateus, meus amigos, também são “filhos de deus”, ou não? Alguns temas são complexos e/ou polêmicos, mas a CNBB é uma corrente dentro do grande cordão que é a sociedade.