quarta-feira, 30 de abril de 2008

30 de abril - Dia da Baixada!



Hoje, 30 de abril, é o dia daqueles que moram abaixo da linha do mar; dos que "pagam o preço". Hoje é o dia da Baixada Fluminense, lugar ambígüo, de muitos braços e abraços, de samba de roda, churrasco de esquina, futebol sem gramado. Minha Baixada.
O jornal Com Causa expõe o tema com clareza. Aliás, o Com Causa é um dos poucos jornais da Baixada que, distribuído gratuitamente entre a população, não tem medo ou rabo preso com ninguém. Vale a conferida.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Acantha


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Acantha Sirte,
esse é o seu nome,
mas, agora, onde anda?
Por que ruas, nuvens?

Acantha bruxa
Observadora atenta
Da raridade do mundo
Da banalidade do homem

E agora, onde observa?

Queria fazer um poema
Mas sei lá fazer isso
Mas sei lá dizer isso:
Você faz falta.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A turba do "pega e lincha"

Loba e Adelaide citaram a crônica de Contardo Calligaris, psicanalista e colaborador semanal da Folha de S. Paulo, e eu (que "passei batido" por inquestionável crônica) não poderia fingir que não li. Ei-la, pois.
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A turba do "pega e lincha"
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Outro dia passei duas horas em frente à televisão. Não adiantava zapear: quase todos os canais estavam, ao vivo, diante da delegacia do Carandiru, enquanto o pai da pequena Isabella estava sendo interrogado. O pano de fundo era uma turba de 200 ou 300 pessoas.
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Permaneceriam lá, noite adentro, na esperança de jogar uma pedra nos indiciados ou de gritar "assassinos" quando eles aparecessem, pedindo "justiça" e linchamento.
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Mais cedo, outros sitiaram a moradia do avô de Isabella, onde estavam o pai e a madrasta da menina. Manifestavam sua raiva a gritos e chutes, a ponto de ser necessário garantir a segurança da casa. Vindos do bairro ou de longe (horas de estrada, para alguns), interrompendo o trabalho ou o descanso, deixando a família, os amigos ou, talvez, a solidão - quem eram? Por que estavam ali? A qual necessidade interna obedeciam sua presença e a truculência de suas vozes?
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Os repórteres de televisão sabem que os membros dessas estranhas turbas respondem à câmera de televisão como se fossem atores. Quando nenhum canal está transmitindo, ficam tranqüilos, descansam a voz, o corpo e a alma. Na hora em que, em uma câmera, acende-se a luz da gravação, eles pegam fogo.
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Há os que querem ser vistos por parentes e amigos do bar, e fazem sinais ou erguem cartazes. Mas, em sua maioria, os membros da turba se animam na hora do "ao vivo" como se fossem "extras", pagos por uma produção de cinema.
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Qual é o script? Eles realizam uma cena da qual eles supõem que seja o que nós, em casa, estamos querendo ver. Parecem se sentir investidos na função de carpideiras oficiais: quando a gente olha, eles devem dar evasão às emoções (raiva, desespero, ódio) que nós, mais comedidos, nas salas e nos botecos do país, reprimiríamos comportadamente.
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Pelo que sinto e pelo que ouço ao redor de mim, eles estão errados. O espetáculo que eles nos oferecem inspira um horror que rivaliza com o que é produzido pela morte de Isabella. Resta que eles supõem nossa cumplicidade, contam com ela.
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Gritam seu ódio na nossa frente para que, todos juntos, constituamos um grande sujeito coletivo que eles representariam: "nós", que não matamos Isabella; "nós", que amamos e respeitamos as crianças - em suma: "nós", que somos diferentes dos assassinos; "nós", que, portanto, vamos linchar os "culpados".
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Em parte, a irritação que sinto ao contemplar a turma do "pega e lincha" tem a ver com isto: eles se agitam para me levar na dança com eles, e eu não quero ir. As turbas servem sempre para a mesma coisa. Os americanos de pequena classe média que, no Sul dos Estados Unidos, no século 19 e no começo do século 20, saíam para linchar negros procuravam só uma certeza: a de eles mesmos não serem negros, ou seja, a certeza de sua diferença social.
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O mesmo vale para os alemães que saíram para saquear os comércios dos judeus na Noite de Cristal, ou para os russos ou poloneses que faziam isso pela Europa Oriental afora, cada vez que desse: queriam sobretudo afirmar sua diferença.
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Regra sem exceções conhecidas: a vontade exasperada de afirmar sua diferença é própria de quem se sente ameaçado pela similaridade do outro. No caso, os membros da turba gritam sua indignação porque precisam muito proclamar que aquilo não é com eles.
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Querem linchar porque é o melhor jeito de esquecer que ontem sacudiram seu bebê para que parasse de chorar, até que ele ficou branco. Ou que, na outra noite, voltaram bêbados para casa e não se lembram em quem bateram e quanto.
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Nos primeiros cinco dias depois do assassinato de Isabella, um adolescente morreu pela quebra de um toboágua, uma criança de quatro anos foi esmagada por um poste derrubado por um ônibus, uma menina pulou do quarto andar apavorada pelo pai bêbado, um menino de nove anos foi queimado com um ferro de marcar boi. Sem contar as crianças que morreram de dengue.
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A turba do "pega e lincha" representa, sim, alguma coisa que está em todos nós, mas que não é um anseio de justiça. A própria necessidade enlouquecida de se diferenciar dos assassinos presumidos aponta essa turma como representante legítima da brutalidade com a qual, apesar de estatutos e leis, as crianças podem ser e continuam sendo vítimas dos adultos.
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quinta-feira, 24 de abril de 2008

Observatório da Imprensa


Se o pão é pouco, aumente-se o circo
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Por Carlos Brickmann, em 22/4/2008
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Já se falou, sobre o caso, do filme A montanha dos sete abutres; lembremos agora o imortal samba De frente pro crime, dos grandes João Bosco e Aldir Blanc.
Diante do corpo estendido no chão, "o bar mais perto depressa lotou/ malandro junto com trabalhador/ um homem subiu na mesa de um bar/ e fez discurso pra vereador".
A menina Isabella, 5 anos, morreu estendida no chão, atirada pela janela de um prédio. O crime comoveu São Paulo; a audiência dos telejornais subiu 46%. E, na guerra de audiência, vale tudo: vale provocar comoção popular, vale juntar multidões em frente à casa dos parentes da menina morta, vale dizer o horário em que o tio da prima da vizinha do porteiro almoçou, vale transformar tudo em espetáculo. Sigilo do processo? Besteira: as autoridades devem estar roucas de tanto dar entrevistas. Chegou-se ao extremo de providenciar banheiros químicos e uma tenda, gastando dinheiro público, para atender à multidão de curiosos que se aglomeraria em frente ao local onde dois suspeitos prestariam depoimento.
"Veio um camelô vender pastel/ cordão, perfume barato/ E a baiana pra fazer pastel/ e um bom churrasco de gato/ Quatro horas da manhã, baixou/ um santo na porta-bandeira/ e a moçada resolveu parar, e então/ tá lá o corpo estendido no chão."
Há tempos, em algum lugar do país, num desses casos rumorosos, um advogado procurou o delegado que tomaria o depoimento de seu cliente e lhe perguntou se era possível comparecer à delegacia sem alarde, sem multidões. O delegado disse que não: recebera ordens "de cima", para avisar o horário do depoimento, e permitir que os "de cima" chamassem imprensa e multidão. As autoridades se aliam à imprensa para transformar a investigação em show, a punição dos culpados em linchamento, a Justiça em espetáculo. Instiga-se a população a descrer do processo judiciário democrático e a pedir justiça com as próprias mãos.
Quem matou Isabella? Há dois suspeitos e uma certeza: se a investigação não seguir os caminhos corretos, legais, discretos, com coleta de provas, com a construção precisa e científica da acusação, será difícil ter a resposta. Afinal de contas (e isso se sabe desde o episódio de um certo Barrabás, ocorrido há muito tempo, quando nenhum de nós havia ainda nascido) berreiro nas ruas não é justiça.
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Prender, condenar
Autoridades e imprensa formam, nesse tipo de caso, um casal inseparável: um não existe sem o outro. A TV não pode viver exclusivamente das informações sobre o cardápio do café da manhã do tio de um dos suspeitos; precisa de autoridades prestando declarações indignadas. As autoridades precisam da imprensa para aparecer na TV e nos jornais, para desfrutar os instantes de fama, para ganhar prestígio junto aos escalões superiores. E, enquanto um desfruta do outro, esquece-se o importante: a juntada de provas. Depois, quando o acusado é absolvido, vem aquela conversa surrada de que a polícia prende e a Justiça solta. Não é bem assim: não há juiz que deixe de condenar se houver provas concretas.
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A voz do advogado
Texto sobre o caso Isabella, publicado no portal Migalhas, na segunda-feira (14/4), assinado pelo advogado Edgard Silveira Bueno Filho, do escritório Lima Gonçalves, Jambor, Rotenberg & Silveira Bueno:
"Não sou advogado criminalista. Não tenho qualquer interesse no caso, mas não consigo não me indignar com esses abusos que são cada vez mais freqüentes em nosso país. Temos que nos decidir se somos ou não somos um estado de direito que, antes de julgar as pessoas, deve observar o devido processo legal. Senão, é o caso de voltarmos ao estágio da vingança e do apedrejamento em praça pública. Mas não reclamemos quando a vítima vier a ser um de nós."
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O caso Cabrini
Culpado ou inocente?
Se este colunista soubesse a resposta, todo o pessoal da polícia que se dedica à investigação e elucidação de crimes poderia aposentar-se e ficar em casa. E o problema, numa coluna dedicada a comentários sobre a imprensa, é outro: é o que está sendo divulgado sobre o caso do jornalista Roberto Cabrini.
Há muita coisa esquisita na história. Primeiro, tudo o que este colunista já leu sobre drogas indica que pessoas de bom poder aquisitivo não vão a locais perigosos para fazer suas compras: têm o privilégio de recebê-las a domicílio, entregues por pessoas bem-vestidas e de aparência insuspeita. Segundo, não compram drogas "picadas", mas em quantidade suficiente para algum tempo de consumo. O livro de Nélson Motta sobre Tim Maia, por exemplo, em várias passagens faz referências a sacolinhas de cocaína, a pacotes (ou latas) de maconha.
Terceiro, a história do carro. Tudo bem, um belo automóvel importado num lugar estranho merece investigação. A polícia se aproxima, o dono do carro mostra seus documentos em ordem, diz que está lá por livre e espontânea vontade, não há ninguém por perto a ameaçá-lo. Por que, então, revistar o carro?
A história de Cabrini também é curiosa. Pode ser que, para conquistar a confiança do tráfico, tenha cheirado alguma coisa. Às vezes acontece. Aliás, se fosse viciado, teria a saída pronta: sou viciado, sim, preciso de ajuda e tratamento, não tive a coragem de fazê-lo até agora por ser uma pessoa pública, e peço que os sacerdotes da Igreja Universal, ligada à Rede Record, me ajudem a sair deste problema. Ao não optar por essa solução, Cabrini mostrou a confiança que tem em sua história.
O que se espera é que a imprensa, no caso do colega, se comporte como se fosse uma pessoa de outro ramo: acompanhe as investigações, noticie, comente, sem a preocupação de atingir um concorrente ou de beneficiar um companheiro. E, claro, sem deixar que a eventual inveja do colega que ganha bem e tem notoriedade influencie a cobertura. É difícil; mas o próprio caso de Pimenta Neves, jornalista bem pago e bem sucedido, que matou a ex-namorada, mostra que a imprensa é capaz de noticiar seus problemas com correção e isenção.
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(...)

domingo, 20 de abril de 2008

Veríssimo!

Preto e branco
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“Escrevo peças porque escrever diálogos é a única maneira respeitável de se contradizer”.
Tom Stoppard
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Um palco vazio. Entram dois homens, um vestido de preto e o outro vestido de branco. Eles representam os dois lados do Autor. Isso a platéia já sabe porque está escrito no programa. Pelo Autor. Ou por um dos lados do Autor, já que o outro era contra. Na sua opinião, dar muitas explicações para a platéia subverte o misto de cumplicidade e hostilidade que deve existir entre o palco e o público, e nada destrói este clima mais depressa do que o público descobrir que está entendendo tudo.
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HOMEM DE BRANCO – Preto.
HOMEM DE PRETO – Branco.
BRANCO – Por que não uma mistura dos dois?
PRETO – Vem você com essa sua absurda mania de conciliação. Essa volúpia pelo entendimento. Essa tara pelo meio-termo!
BRANCO – Se não fosse isso, nós não estaríamos aqui. Foi minha moderação que nos manteve longe de brigas. Foi minha ponderação que nos preservou. Se eu fosse atrás de você...
PRETO – Nós teríamos vivido! Pouco, mas com um brilho intenso.
Teríamos dito tudo que nos viesse à cabeça. Distinguido o pão do queijo com audácia. Colocado pingos destemidos em todos os is. Dado nome e sobrenome a todos os bois!
BRANCO – Em vez disso, fomos civilizados. Isto é, contidos e cordatos.
PRETO – E temos os tiques nervosos para provar.
BRANCO – Você preferiria ter dito a piada que magoaria o amigo? A verdade que destruiria o amor? O insulto que nos levaria ao setor de traumatismo do pronto-socorro?
PRETO – Preferiria. Para poder dizer que não me calei. Para poder dizer: “Eu disse!”
BRANCO – Ainda bem que não é você que manda em nós.
PRETO – Não, é você. Sempre fazemos o que você determina. Ou não fazemos. Não dizemos. Não vivemos! Estou dentro de você, fazendo, dizendo e vivendo só em pensamento. Se ao menos eu pudesse sair aos sábados...
BRANCO – Para quê, para nos matar? Pior, para nos envergonhar?
PRETO – Melhor se envergonhar pelo dito e o feito do que pelo não dito e o adiado. Você sabe que cada soco que um homem não dá encurta a sua vida em dezessete dias? E cada vez que um homem pensa em sair dançando um bolero na rua e se controla, seu fígado aumenta? E cada...
BRANCO – Bobagem. Ainda bem que eu sou o verdadeiro nós.
PRETO – Não, eu sou o verdadeiro você.
BRANCO – Você só é nós em pensamento. Você é a minha abstração.
PRETO – Sou tudo o que em nós é autêntico. Ou seja, você é a minha falsificação.
BRANCO – Mas quem aparece sou eu.
PRETO – Então o que eu estou fazendo neste palco, e ainda por cima de malha justa?
BRANCO – Você só está aqui como uma velha tradição teatral, o interlocutor providencial. Um artifício cênico, para o Autor não falar sozinho.
PRETO – Quer dizer que eu só entrei em cena para dizer...
BRANCO – Branco. E eu...
PRETO – Preto. Por quê?
BRANCO – Para mostrar à platéia que todo homem é a soma, ou a mescla, das suas contradições. Que no fim o destino comum de todos não é ser branco nem preto, é ser cinza. E não estou falando em cremação.
PRETO – Mostrar a quem?
BRANCO – À pla... Onde está a platéia?!
PRETO – Foram todos embora.
BRANCO – Porque não entenderam o nosso diálogo?
PRETO – Porque entenderam. Eu não disse?
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Luís Fernando Veríssimo
Domingo, 20 de abril de 2008...........
O Globo, Opinião, pág.7......

terça-feira, 15 de abril de 2008

Terra Vermelha

Como a Vais nunca me deixa esquecer o que é importante, posto a solidariedade necessária por Carajás. Esta letra de música, tocada por uma banda que nunca existiu, nasceu em 1997, influenciada pelas fotos de Carajás e pelo livro "Terra". Aliás, de lá para cá, o que mudou?
Abraço forte a todos!

Terra Vermelha
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Pense um pouco nas crianças
Nos rostos ásperos
Nos olhos perdidos
Nas suas mãos e pernas
E dentes imundos
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Ouça um pouco os homens
Os calos, os gritos
O trabalho diário
De uma luta sem fim
Sem colheita ou promessas
Destino ou certeza
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Saia um pouco desse
Mundinho que hoje habita
Desça do palco
Que fizeram para você
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Olhe ao seu redor
Perceba a imensa escuridão
Em torno do fértil
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Deixe um pouco de lado
Seu sonho-utopia
Sua namoradinha
Seu amor mal-traçado
E presta atenção
Nas terras inúteis
As fazendas de mato
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Pense e ouça e saia
E deixe os seus olhos trilharem
As fotos de Carajás
Ou mesmo Rondônia
Dos Pedros, Franciscos
Maria ou Antônia
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Olhe ao seu redor
E entre!

terça-feira, 8 de abril de 2008

Imperativo

A obra de hoje vem de um blogue que, até quando não versado, sabe deixar meus olhos bonitos. Blogue bom é quando a nossa vida fica um pouquinho melhor, e nisto, o uivo dessa Loba não decepciona.

Imperativo
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se queres me habitar
que seja
por uma noite apenas

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vista-se de encantos
e como serpente
suga a minha alma
por entre as minhas pernas
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e quando em mim
a melodia do prazer
fizer nascer a fonte
beba até o fim
o veneno do meu canto
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embalarei teu sono
na doce segurança
da minha roleta-russa
e te farei sonhar
moinhos
"eu te amo"
e ventos

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mas na manhã seguinte
colha o dia

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e siga em frente
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sexta-feira, 4 de abril de 2008

Homeopatia contra a Dengue?

Esta notícia está correndo pelos correios eletrônicos em velocidade-luz. Recebi dois e repasse-os. Contudo, vale uma pesquisada mais complexa, chacagem de fontes, informações, etc.
Repasso por aqui porque saiu em jornal conceituado (O Globo) e está na página da Prefeitura de Macaé - RJ.
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E neste ofício aqui: INFORMATIVO SAÚDE PÚBLICA Nº 44 - 26/03/2007
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Depois de Cuba, Paraguai descobre homeopatia antidengue de Rio Preto
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Uma experiência que deu certo. As gotinhas contra a dengue foram mais reconhecidas em Cuba do que no Brasil. Depois de ter contato com o medicamento, o país de Fidel Castro elevou o complexo homeopático contra a dengue, testado pioneiramente em Rio Preto, em 2001, à categoria de tratamento padrão nos casos de epidemia. O complexo foi aplicado em em Havana e Camaguey. Os próximos a buscarem o modelo homeopático rio-pretense no tratamento da dengue são os paraguaios. Um médico especialista em homeopatia de Assunção, capital do Paraguai, procurou pela Secretaria de Saúde de Rio Preto a fim de acompanhar o desenvolvimento do tratamento homeopático contra a dengue no município. O secretário de Saúde, Arnaldo Almendros, confirmou saber do interesse de Assunção no complexo homeopático. “Realmente entraram em contato conosco por meio do médico Renan Marino”, diz.

Os paraguaios devem desembarcar na cidade em abril, segundo informações do médico responsável pela introdução do tratamento homeopático no sistema municipal de saúde, professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto, Renan Marino. O médico paraguaio, Carlos Carrillo, confirma o interesse do país em conhecer o tratamento implementado pela secretaria rio-pretense. “Gostaríamos muito de olhar mais de perto o trabalho do médico Renan. Eu estou tentando ir para Rio Preto no próximo domingo ou na segunda e terça da semana santa. dependendo dos vôos para São Paulo.” No Paraguai, em todo o país, os casos notificados pelo Ministério da Saúde são de 300 diariamente. Oficialmente, um total de mais de 20 mil casos informados. O país vive a pior epidemia de dengue dos últimos tempos. “Apesar desses serem os números oficiais, calculamos cerca de 160 mil pacientes com dengue neste ano”, diz Carrillo.

Troca de experiência

Cuba foi o primeiro país a implantar a forma de tratamento de epidemia contra a dengue testado pioneiramente em Rio Preto, no bairro Cristo Rei, em 2001. Em outubro, o país enviou representantes a Rio Preto a fim de relatar a experiência que tiveram com o complexo. Por causa da homeopatia, em junho do ano passado, uma epidemia foi contida no país. “Relatamos nossa experiência do complexo contra a dengue em Cuba, em 2003. Desde então, eles têm feito experiências para a implantação do tratamento, que foi feita no ano passado com sucesso”, explica Marino.

Os dados estatísticos com o resultado da utilização do medicamento em Cuba devem ser apresentados em um congresso naquele país, em abril. “Cuba utiliza o medicamento com base a experiência desenvolvida em Rio Preto. Em setembro, haverá um encontro entre Brasil e os cubanos para trocarmos experiências da utilização do complexo nos dois países”, explica o presidente do Instituto Homeopático François Lamasson, professor Izao Carneiro Soares.

Corrida contra a dengue

Se o modelo de tratamento contra a dengue de maneira homeopática chama a atenção de países vizinhos, muito mais de municípios brasileiros. Apenas ontem, mais de 40 municípios buscaram informações junto à Secretaria de Saúde de Rio Preto sobre o complexo homeopático. Pessoas de cidades da região têm vindo a Rio Preto a fim de ter acesso ao medicamento. Ontem, a Secretaria de Saúde registrou 972 pacientes de municípios vizinhos que procuraram o complexo homeopático nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Foram 300 pessoas na UBS Central, 372 no Vetorazzo e 300 na UBS do Solo Sagrado. Alguns chegam a fretar ônibus para vir às UBSs.

“Não podemos negar atendimento a ninguém. Se a pessoa apresenta o comprovante de residência de um familiar ou alega que esqueceu o comprovante, temos de atender”, explica o coordenador da Vigilância Epidemiológica, Eduardo Lazzaro. A intensa procura por parte de pacientes de fora de Rio Preto tem complicado o atendimento nas unidades de saúde, segundo Lazzaro. A secretaria, no entanto, ainda não tem uma medida para coibir essa busca pelo medicamento.

Complexo ajuda a combater dengue

Professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), o homeopata Renan Marino é o responsável pela implantação do tratamento homeopático no sistema municipal de saúde de Rio Preto para os infectados pelo vírus da dengue. A medida é fruto da dissertação de mestrado desenvolvida por Marino que, inicialmente, não foi aceita por tratar de homeopatia. A persistência do médico fez com que em 2001, o modelo fosse implantado com sucesso no bairro Cristo Rei. Os resultados do tratamento com o complexo homeopático na saúde pública rendeu uma publicação na revista Pesquisa Homeopática e a aprovação da dissertação de mestrado em 2006, pela Famerp.

Diário da Região - Como funciona a homeopatia no controle de epidemias?

Renan Marino - Cada epidemia tem um quadro que a homeopatia tem de atender. O complexo homeopático é o retrato do que nós temos de atender. No caso da dengue, por exemplo, pode ser que daqui a seis meses o gênio epidêmico tenha mudado, então vamos ter de mudar também o medicamento. Tem de ser feito um acompanhamento epidemiológico e análise constante do gênio epidêmico.

Diário - O complexo teria de se adequar a situação de cada região?

Marino - O ideal seria se fosse feito isso. Há quadros bem semelhantes em vários lugares. No caso de dengue hemorrágica o complexo cobre 99% das ocorrências, por causa do Crotalus e o fósforo. Os agentes são combinados ou indicados de acordo com o desenho da epidemia. A homeopatia individualiza a epidemia, uma vez que cada uma tem um comportamento. A partir do diagnóstico que se faz, do gênio epidêmico que está em ação é que se seleciona a medicação.

Diário - Como foi desenvolvido esse medicamento?

Marino - A partir da minha dissertação de mestrado cujo título é Homeopatia e Saúde Coletiva: Contribuição ao Estudo das Epidemias. Nela, defendo que a homeopatia pode e deve, com vantagem, ser aplicada na saúde pública especialmente em epidemias. O medicamento é feito a partir da situação que se tem em uma determinada população. Chegamos a esse medicamento pela análise da situação de Rio Preto: uma cidade de 400 mil habitantes que já teve 100 mil casos de dengue pelo tipo 1 ou 2 e agora apresenta casos do tipo 3. São 100 mil pessoas altamente suscetíveis ao caso hemorrágico. Baseado nisso foi montada a equação do complexo homeopático.

Diário - Na realidade, a criação do senhor não é o complexo, mas a aplicação da homeopatia na saúde pública?

Marino - O complexo nós elaboramos a partir do diagnóstico da atual epidemia. Ela exige um acompanhamento epidemiológico porque daqui a seis meses, se mudarem as incidências, vamos ter de mudar os medicamentos. Depende das características dos casos.

Diário - O que Cuba importou de Rio Preto?

Marino - Só o modelo homeopático que nós aplicamos em nível de grande população. Aqui pioneiramente, houve o modelo de um bairro inteiro que deu certo.

Diário - Oficialmente o modelo já foi exportado?

Marino - Foi elaborado um documento oficial com referências do que a gente tem feito. Como é uma coisa nova o fato de uma cidade implantar o tratamento homeopático em todas as unidades de saúde, talvez seja um caso inédito no mundo, como medida complementar. Como é um caso inédito e tomamos as decisões, aprendemos com o processo. No protocolo, vamos divulgar o que aprendemos, o relato de como fazer, o que faríamos diferente ou o que não compensa no processo.

12 cidades estão com epidemia

Mais duas cidades próximas a Rio Preto atingiram situação de surto epidêmico de dengue - Bady Bassitt, que está com 73 casos confirmados da doença e Ibirá, com 36 doentes. Ao todo, 21 municípios paulistas - 12 deles localizados na região - já registram epidemia de dengue e suspenderam a coleta de sangue para notificação da virose. Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológico do Estado de São Paulo (CVE), todo município paulista que atingir a média de 300 casos de dengue para cada 100 mil habitantes deve suspender a coleta de sangue para certificação da doença. A partir daí, novos casos passam a ser diagnosticados apenas por avaliação clínica e epidemiológica.

No caso de Bady Bassitt, por exemplo, a taxa de incidência de dengue já é de 460 casos para cada 100 mil habitantes. Em Ibirá, a incidência é de 360 casos para cada 100 mil habitantes. Bebedouro e Mirassol já registraram um caso de dengue hemorrágico cada. No Hospital de Base de Rio Preto, dois pacientes - um de Andradina e outro de Mirassol - continuam internados com suspeita da variação mais grave da doença. Outro suspeito, de Nova Aliança, teve alta anteontem. Rio Preto continua com 597 confirmados da doença. Hoje, devem ser divulgados novos casos.

Fonte: Diário da Região
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Segue, abaixo, o e-mail de recebi:
Saudações fraternais queridos amigos.
Esta semana trabalhando no combate à dengue conheci uma senhora que disse-me ter uma fórmula, que recebeu pela net, de um medicamento que imuniza contra a terrível doença, ela tinha um disurso político e falava que uma determinada empresa não divulga a fórmula por estar faturando alto com os sintomas, bom, de qualquer forma encaminho.
Telefonei para a farmácia (2224 4647) e fui informado que a fórmula já é utilizada a algum tempo com sucesso pelos usuários.
Cada dose única ao custo de R$ 2,10, deve ser tomada de forma sublingual, ao deitar, de 'seis em seis meses'.
REPASSANDO...
Todo mundo sabe que está havendo uma epidemia de dengue no Rio, né? O que nem todo mundo sabe é que existe um remédio homeopático preventivo contra a dengue, muito simples de fazer e de tomar. As Secretarias Municipais de Saúde de algumas cidades do estado do Rio e outras de São Paulo, além de Cuba, que parece ter importado pra lá a receita desenvolvida por médico brasileiro sanando o problema da dengue com sucesso desde 2003, ofereceram este remedinho nos postos de saúde, mas as Secretarias Estaduais de Saúde, provavelmente sofrendo a maior pressão dos grandes laboratórios (o tylenol não deve ter deixado barato), entraram com processo contra essa prática, sem no entanto vencer a causa. Macaé e Silva Jardim, no Rio, e são José do Rio Preto, em São Paulo, são os exemplos que tenho na memória agora, se quiserem, podem pesquisar no Google, como eu fiz, pra conferir.
Bom, então, como meu homeopata me deu a receita pra essa prevenção contra uma doença ridícula, mas que pode matar, decidi passar pra vocês.
Eu já encomendei e já tomei. Não tem efeito colateral, hipertenso, diabético, grávidas e etc podem tomar sem medo. Só criança abaixo de 2 anos é que deve ligar para ele para saber a dose certa (Sergio Crivano 2258 6506). Ele vai atender de ótima vontade porque está preocupadíssimo com o surto de dengue e com o número de crianças que estão morrendo. E a gente nem fica sabendo...
De seis em seis meses, cada pessoa toma a seguinte fórmula ao deitar:
Solicitar uma fórmula em papel de Eupatorium Perfoliatum CH 30, Crotalus Horridus CH 30 e Phosphorus CH30
(são os três elementos em 30 ch ÃÃ no mesmo papel).
Segue endereço da única homeopatia que usa matéria-prima de qualidade para esse medicamento: (não estou ganhando 10% e nem o médico...rs)
Homeopatia Átomo
Rua Uruguaiana, 39 sobre loja Tel. (021) 2224 4647
Pode pedir por telefone e o papel para cada um da família.
Assim, podemos até contrair dengue, mas ela vem mais branda. Se a contrairmos, o tratamento é feito com o mesmo medicamento homeopático, mas em gotas, três vezes ao dia, parece que por sete dias (melhor consultar seu homeopata, nesse caso, ok?). Segundo o meu médico, em três dias o paciente melhora!!! Esse tratamento já é feito em muitos lugares desde 2002, mas não é divulgado... (2002 foi o ano em que tive dengue, e durou uns 7 dias pra eu melhorar!!)
Tomara que vocês aprovem minha iniciativa e, assim, a divulguem também, porque se trata de um problema que pode atingir a todo mundo, então vale a pena ajudar, certo?
Desculpem se exagerei...
PS: Segue uma reportagem só que peguei na internet procês verem como funciona o remedinho. Na matéria, é usada gotinha, porque é nos postos de saúde.
Rio Preto vai combater dengue com homeopatia terça-feira, 6 de fevereiro de 2007, 16:38h.
Nos próximos dias, a prefeitura vai disponibilizar em todas as unidades de saúde 100 mil doses de um complexo para os dois tipos da doença.
Chico Siqueira, ESPECIAL PARA O ESTADO, ARAÇATUBA, São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, vai combater a dengue com homeopatia. Nos próximo dias, 100 mil doses de um complexo homeopático serão distribuídas nas 23 unidades de saúde da cidade.
O objetivo é tentar bloquear a doença, evitando uma epidemia e tratando os moradores contra a dengue dos tipos clássica e hemorrágica. No ano passado, o município contabilizou mais de 12 mil casos de dengue. Neste ano, já há mais de 300 casos suspeitos e 60 confirmados.
A aplicação será feita em uma dose sublingual. Qualquer morador poderá receber o complexo, formado por três tipos de medicamentos: o Eupatorium 30 CH, retirado de uma planta americana, o Crotalus horridus 30 CH, veneno de uma cobra cascavel americana, e o phosphoros 30 CH, fósforo mineral.
'O Eupatorium já é usado e tem resultado comprovado contra a dengue clássica, o Crotalus é acrescentado para combater a dengue hemorrágica, e o fósforo mineral é usado no controle da coagulação do sangue', explica o médico homeopata Renan Marino.
No ano de 2001, em caráter experimental, 2 mil doses de Eupatorium 30 CH foram aplicadas no bairro Cristo Rei, que era o mais infectado, reduzindo os casos da doença drasticamente. Hoje, o Cristo Rei é dos bairros com menos casos de dengue na cidade.
Segundo a Secretaria de Saúde municipal, o uso da homeopatia foi motivado pelos resultados observados em Cuba.
EXPERIÊNCIA.
No ano passado, médicos cubanos usaram o modelo de aplicação do Eupatorium 30 CH desenvolvido por Marino para combater uma epidemia de dengue que lotou os leitos hospitalares de Havana. Além disso, o médico foi contratado para desenvolver uma vacina bioterápica contra a dengue no país a partir de abril.
Marino havia apresentado o modelo no Congresso Pan-Americano de Homeopatia, em Havana, em 2003.
O diretor técnico da secretaria, Antônio Caldeira, diz que a cidade já tem postos que disponibilizam remédios e tratamento homeopático, mas que esta será a primeira vez que ele estará em todas as unidades.
Segundo ele, enfermeiros e médicos da rede municipal foram treinados para aplicar o produto, cujo custo por unidade será de R$ 0,01. As 100 mil doses custarão apenas R$ 1 mil para os cofres públicos.
Cada morador que receber a dose deixará registrados nome, endereço e outros dados na unidade. Esses dados serão usados posteriormente para elaboração de estatísticas sobre a doença no município.
Outra cidade que poderá adotar o uso do complexo é Ribeirão Preto. A Secretaria de Saúde do município deverá assinar um convênio com o Instituto de Homeopatia Lamasson, do qual Marino é um dos pesquisadores responsáveis.