terça-feira, 29 de setembro de 2009

DIPLOMATA AFIRMA QUE O POVO HONDURENHO VAI RETOMAR O PODER

Por Marcelo Salles (do ótimo Fazendo Media)

Acabo de conversar, por telefone, com Gioconda Perla, Consul-Geral de Honduras no Rio de Janeiro. Refugiada no Canadá depois que o governo golpista cancelou seu salário e a verba de representação, ela disse ainda não ter uma situação clara que lhe garanta o retorno ao Brasil.

Com a volta do presidente Manuel Zelaya a Honduras, Gioconda acredita que aumentam as chances de retomada do poder. “Esse povo vai conseguir, Marcelo. Sabíamos que teríamos apoio no país, mas a reação do povo superou todas as expectativas”, disse. A diplomata afirmou ainda que o povo já não acata as ordens do toque de recolher, a resistência está nas ruas.

Gioconda confirmou os cortes de energia elétrica e água na embaixada do Brasil, que dá abrigo a Zelaya. Também confirmou a explosão de bombas de gás lacrimogêneo e a utilização de uma antena que produz um barulho ensurdecedor, nas imediações da embaixada, além da repressão armada contra o povo.

A Cônsul-Geral encerrou a conversa agradecendo ao povo brasileiro e à imprensa democrática, que não distorce as informações: “o povo hondurenho está grandemende agradecido ao povo e ao governo brasileiro pela proteção”.

Em discurso que terminou há poucos minutos, o presidente Manuel Zelaya disse que os golpistas têm um plano para invadir, ainda nesta madrugada, a embaixada para sequestrá-lo e assassiná-lo, fazendo parecer suicídio.

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REPRESSÃO EM HONDURAS



sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Eu já sabia!

A leitura inspira a escrever e escrever inspira a tudo…

Esta eu tirei do blogue Ler pra Crescer, da Cristiane Rogerio, editora de Educação e Cultura da Revista Crescer :
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Uma das coisas maravilhosas de se ler é poder escrever. Parece óbvio ou pouco, mas escrever é o nosso canal mais incrível de comunicação. E as crianças já aprendem que as palavras estão aí para brincarmos com elas - e o ideal é que elas nunca desaprendam isso.

Conforme vão crescendo, entendem também que nós temos regras para nos comunicar pela escrita. As ortográficas acabaram de mudar e uma coisa que pensei muito aqui era como isso ia se dar com as crianças em uma determinada fase escolar que tivesse uma curta vivência com as regras antigas. Ou seja, quase que mal aprenderam as regras, já viram tudo mudar.

Mas a sobrinha de uma querida colega de CRESCER, a jornalista Renata Rangel, nos enviou um poema enviado por sua sobrinha e justamente sobre o tema. Renata ficou abismada com o fato de ela escrever tão bem. E, o melhor: escreveu sobre o escrever.

Vejam que lindo. Mostrem aos seus filhos, e inspire-os a escrever todos os dias assim que eles se sentirem ‘dominantes’ da nossa tão linda língua portuguesa. Theodora, parabéns!!

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NOVA REGRA

Mataram o acento,
Assassinaram o hífen,
Agora sentem-se no assento,
que lá vem nova regra.

A onomatopeia ficou muda,
A assembleia, sem assunto,
A centopeia perdeu as pernas
e a ideia saiu da minha cabeça

Tadinha da velha senhora,
Que agora não sabe de nada
E o senhor?!
Que horror!

As crianças estão confusas,
Sem saber
o que fazer
para a nova regra aprender

escrito por Theodora Rangel Carvalho, de 11 anos e que cursa 6º ano do Ensino Fundamental

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

11 de Setemnbro - Nada Mudou

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Onde estávamos no dia 11 de Setembro?

Todos os anos, a mesma pergunta. Onde você estava quando as Torres Gêmeas do World Trade Center caíram no dia 11 de Setembro de 2001?

Para mim, passados oito anos, a pergunta verdadeira é: E o que importa onde cacetetes eu estava no dia 11, ou o que eu fazia, ou o que eu pensava, ou como percebi a mudança mundial à minha volta?

Entendo que queiramos remontar da memória e reconstruir a passos ligeiros uma compreensão (interpretada através de nossas experiências, logo interpretada subjetivamente) do que nos lembramos dessa data. Mas oito anos passados e, em termos mais técnicos, nada mudou.

Há um artigo publicado no
The New York Times de hoje contando como os novaiorquinos estavam errados quando pensaram que sua cidade nunca mais seria a mesma. Algumas indicações simbolizam que, hoje, Nova York é mais Nova York do que antes do marco histórico de 2001. A sociedade americana não é mais solidária por causa disto. O governo não se tornou melhor, e sim pior, e hoje em dia com um presidente democrata já controverso, apenas procuramos nos afastar em parcelas dos erros mais graves do passado recente.

As relações internacionais continuam as mesmas. Até mesmo segundo realistas clássicos (como Hans Morgenthau) ou neo-realistas ferrenhos (como Kenneth Waltz), que afirmam a guerra como parte da natureza humana intrínseca, sequer fazia sentido contra-atacar como fez George W. Bush. Menos sentido ainda fazia invadir o Iraque, e a guerra no Afeganistão, o novo xodó de Barack Obama, tampouco findou eliminando grandes necessidades. Os mesmos erros feitos antes do dia 11 foram repetidos imediatamente depois. O mundo não vive tempos mais seguros, mas tampouco menos.

O terrorismo existia antes de 2001. Em Israel, duas a três vezes em anos pacatos um ataque terrorista toma conta das notícias populares. Na Europa, grupos como o IRA e o ETA são quase tão antigos, ou mais, do que alguns estados novos. Na África, enquanto isso, mais um genocídio estava prestes a ocorrer e, novamente, a comunidade internacional deu as costas até tarde demais. Centenas de milhares de pessoas morreram nas mãos de facções que, como terroristas, lutam pela auto-afirmação de identidades étnicas exclusivistas. Barfur, Sudão. Nova Rwanda... Novo Appartheid... E ninguém prestou atenção.

Aqui, preocupavam-se com cores laranjas, verdes, vermelhas e liláses. “Alertas X, Y e Z”, diziam os âncoras. Lentamente, as chamas dos escombros no Ground Zero na baixa Manhattan deram lugar a pedras, poeira, e suor de operários e voluntários a reconstruir a fortaleza. Hoje, Manhattan é tão Manhattan quanto sempre foi.

Enquanto temiam ataques terroristas, a economia explodiu. Enquanto temiam imigrantes ilegais, foi o mercado imobiliário que estourou. Enquanto relutavam contra um governo liberal, temendo a negligência de nossos líderes, os preços do petróleo escancararam. A paranoia não contribuiu à liberdade. A insegurança, mesmo contradita, desviou-se de hipóteses fantasiosas sangrentas para a realidade dolorosa.

E nada mudou. Nada. É claro que muito foi teoricamente construído com base nos acontecimentos da terrível data. Mas são as mesmas construções humanas e subjetivas que criaram o nacionalismo radical em suas formas mais pervesas, ou as mesmas construções humanas que permitem a existência de seres improváveis, como um deus, ou as mesmas construções que compõem, na essência, todos os “ismos” em suas retóricas implausíveis. São apenas construções abstratas para compensar o que foi concretamente destruído.

O mundo não mudou depois do 11 de Setembro. Nem nós mudamos. Nem os novaiorquinos mudaram. Nem os integrantes do Taliban. Nada mudou, tudo ficou no lugar depois da queda das Torres Gêmeas.

Mas nós, por nós, para nós, fingimos que mudou... E tentamos sempre nos lembrar onde estávamos quando mudou. “Como éramos quando tudo mudou?” “Como era o mundo ao nosso redor antes de tudo mudar?” Nos perguntamos e respondemos. Mas nunca sabemos realmente diferenciar-nos do que éramos antes dessa data, porque éramos os mesmos. E seguimos sendo. E seguiremos sendo para todo o nosso sempre.
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Roy escreve no Blogue Não Leiam Este Blog!
e também twitta aqui!

Um drops e uma bala de chumbo

USA já possui vacina para a Gripe Suína. Levando-se em conta que Donald Rumsfeld é um grande acionista na empresa que fabrica o Tamiflu, tenho a obrigação de acionar a minha fixação por teorias conspiratórias...

E terminou o julgamento dos PMs envolvidos na Chacina da Baixada Fluminense. Está lá, no jornal O Dia:

A noite de horror que culminou no assassinato de trinta pessoas na Baixada Fluminense começou entre 21h e 22h do dia 31 de março de 2005, em Nova Iguaçu e Queimados. Os tiros partiram de grupo fortemente armado que ocupava um Gol de cor clara. O massacre estaria ligado à prisão dos policiais militares acusados de jogar uma cabeça dentro do 15º BPM (Duque de Caias), na madrugada de quarta-feira.

O ataque começou no bar Caíque. Todas as pessoas que estavam no estabelecimento, incluindo crianças, foram baleadas pelos criminosos que chegaram atirando. Nove pessoas morreram e duas ficaram feridas. Seis morreram no local, incluindo a dona do bar, Elizabeth Soares de Oliveira, 43 anos, e seu filho, Felipe Soares de Oliveira, 13. As outras vítimas são: Jaílton Vieira da Silva, 25, Douglas Brasil de Paula, 14, Jonas de Lima Silva, 19, e Robson Albino, 25. Outras três vítimas morreram no Hospital da Posse.

Um dos PMs acusados, foi assassinado antes do depoimento. Este é um ponto interessante: como o Estado não protege, talvez, o bandido que denunciaria TODOS os envolvidos? Alguém aí acredita que sete (07) loucos saíram embestados pelas ruas da Baixada atirando a esmo sem ordem ou apoio algum? Seis condenados, mas poderiam ser 20! Quem sabe?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Bienal do Livro 2009 (RJ)

Estava na Bienal domingo. Realmente, devido ao insuportável número de pessoas, estava difícil de transitar (leia-se aproveitar melhor os stands e livros), mas não teve jeito – minha patroa trabalha aos sábados e só tem tempo neste dia.

Valeu a pena? Valeu por dois motivos: Ziraldo autografando um livro para minha filhota e sendo o que sabemos que o Ziraldo é (simpático ao extremo, prosador, belíssimo) e porque, de repente, não mais que de repente, deparei-me com Leonardo Boff, este encantador iluminado!

Valeu o dia? Não. Os livros, como sempre, muito caros, comida muito cara e entrada a R$12,00. Pena para quem, como eu, não dispõe de “tutu” para aproveitar à Bienal e sair de lá com alguns livros debaixo do braço.

Pena para todos.


Minha filhota: Clarice

O homem lindo: Ziraldo


O Encantador: Leonardo


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Professores, Polícia e a Política Cafajeste

Parece que o meu (des)governador Sergio resolveu assumir de vez o seu lado, digamos... Melancólico. Explico: houve por estas bandas do Rio de Janeiro, um político chamado Moreira Franco (incrível, mas também era PMDBista) que adorava jogar gás sobre os professores.

Pois é, eu pensava que o Serginho fazia choque de ordem apenas nas favelas, matando os pobres e dilacerando a dignidade dos fodidos. Sabe como é, não é mesmo? Pobre só conta em estatísticas de governo neoliberal e em dia de eleição, fora isso, os governos, todos eles, atiram para matar, com Bope ou sem Bope. Em favela, é sempre “faca na caveira”.

Políticos do PSDB e DEM (!) repudiaram a atitude da PM, enquanto a esquerda... Bem, a esquerda..., Bem, o PT apoia o Serginho para Governador...

Enfim, eu poderia discorrer (ou correr) “sobre a diferença entre estar sob ou sobre o suor do descaso”, mas as fotos falam pó si.




Rio - As escadarias da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e parte da Avenida 1º de Março viraram terça-feira um campo de batalha. De um lado, a Polícia Militar e o Batalhão de Choque; do outro, professores que faziam manifestação por melhores salários e plano de carreira.

O tumulto teve início quando, durante a concentração dos manifestantes, um deles teria desacatado um Guarda Municipal. PMs tentaram prender o homem, identificado como “Paulão”, mas foram impedidos pelos colegas do acusado. Acuado pela multidão, um dos policiais sacou a arma. Outros usaram gases e bombas de efeito moral. Em seguida, entrou em ação a tropa de choque, que, com balas de borracha e mais bombas, controlou a situação. O homem foi detido e encaminhado à 5ª DP (Mem de Sá). A operação policial foi coordenada pela comandante do 13º batalhão, tenente-coronel Edite Bonfadine.

De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe), oito pessoas foram feridas durante o confronto, sendo quatro alunos e dois professores da rede estadual, além de dois fotógrafos que faziam a cobertura da manifestação. A Alerj informou que fez dez atendimentos em seu centro médico e que cinco professores foram encaminhadas para o Hospital Souza Aguiar, feridos por estilhaços.

Durante a confusão, alguns deputados tentaram impedir que o conflito continuasse, “no sentido de não tratar os manifestantes com violência”, como disse Luis Paulo Correa da Rocha (PSDB).

O deputado Rodrigo Dantas (DEM), abordou a atuação da Polícia Militar.

– Não imaginava que, em plena democracia, a PM iria soltar bomba em cima de professores. O que aconteceu aqui foi uma covardia.

Para uma das diretoras do Sepe, Gesa Correa, a atuação da Polícia Militar, reflete “a forma como o (governador) Sérgio Cabral trata a Educação no Rio”.

– Não havia necessidade dessa confusão. Essa é a intransigência desse governo. Viemos acompanhar a votação, e fomos tratados desta forma.

Projeto do governo

O que motivou a manifestação foi a votação do projeto de lei 2474, entregue pelo governador Sérgio Cabral. Aprovado terça-feira pela Alerj com quatro emendas e na forma de um substitutivo, o texto determina que, a partir de outubro, a gratificação Nova Escola seja incorporada gradativamente, até 2015, aos vencimentos dos professores. O governo cedeu ao dar um aumento de 12% para o profissional que muda de nível no plano de carreira, uma das principais reivindicações dos professores. A proposta original previa reajuste de 7,5%.

O secretário de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa, explicou que “o novo projeto representará um enorme esforço fiscal e orçamentário, com impacto adicional de R$ 1,5 bilhão sobre a proposta anterior”. Ao fim de seis anos, a incorporação da gratificação Nova Escola será um investimento de R$ 5,2 bilhões, e os servidores beneficiados receberão um aumento de 57%. Ele acrescentou ainda que 95 mil servidores ativos e inativos (que atualmente não são beneficiados pela gratificação) passarão a receber e, além disso, todos terão esses valores garantidos na aposentadoria.

Durante a confusão, a Avenida 1º de Março chegou a ser fechada durante 40 minutos ao tráfego, e o trânsito ficou muito complicado no Centro do Rio.

Posição da secretaria

A Secretaria de Estado de Educação informou que “aproximadamente 6% dos professores da rede de ensino paralisaram terça-feira suas atividades, sendo que o maior índice se concentrou na região metropolitana”. Segundo a secretaria, “cada escola tem autonomia para definir o calendário de reposição dessas aulas, considerando que não deve ultrapassar o dia 23 de dezembro. Cada escola deverá se comunicar com a respectiva coordenadoria regional para informar o calendário de reposição”. Foi dito ainda, que “os faltosos terão o dia da falta descontado de seus vencimentos”.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Pirata Z


E o Capitão voltou. Meio com pressa, postou a mensagem e se mandou para os outros muitos afazeres, mas passagem de pirata não passa em branco. Portanto, aqui fica o registro do seu mais novo refúgio:
olado-z.blogspot.com/

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O que fazer com este Livro?

A grande economista Miriam Leitão, colunista do Kamel e aluna CDF do jornal O Globo, escreveu este brilhante texto como quem, “definitivamente, não resta a menor dúvida”. Sim, porque debaixo de toda a sua indignação, esconde-se o óbvio ulular: esse presidente Lula anda incomodando um pouco os pilares tradicionalistas e idiotas deste país.

Depois de tanta baboseira sobre como deveríamos entregar o Pré-Sal para a Texaco, a Standard Oil (ou a “Coca-cola”), o seu final melodramátilco sobre o meio ambiente é de uma falácia repulsiva.

Ela diz que o Lula possui uma visão curta, pobre e equivocada. Aceito, Contudo, sem deixar de mencionar que a visão da professora Miriam é esparsa, riquíssima e extremamente direcionada (a gente sabe o quão é extremamente direcionada).

Enfim, sem mais delongas, vamos os que diz esse supra-sumo da sabedoria Global:

Ideia ruim, ideológica,politizada. Futuro não se decide assim

“A festa do Pre-Sal foi ruim por inúmeros motivos. O processo de partilha é inferior ao da concessão. Na concessão há leilão público, transparente, e vence o melhor preço. Na partilha será uma burocracia que vai decidir com opacidade, ou coisa pior dependendo do governo.

A idéia de privilegiar uma empresa de capital aberto, como a Petrobrás, é injusta com os não acionistas da empresa: a maioria do povo brasileiro.

O debate para a proposta foi intra-muros. Não foram ouvidos os governadores, os municípios, as organizações, os especialistas. O governo ouviu apenas a si mesmo.

O presidente Lula montou um palanque para a sua candidata. Isso é uma visão limitada, conjuntural, não é assim que se decide o futuro. Fez um discurso político-partidário com inclusive afirmações falsas. Ele queria uma festa de campanha e não falar sério sobre o futuro. O governador de São Paulo José Serra demonstrou falta de visão política indo lá. Porque o projeto é ruim, porque era uma festa apequenada pela politização ele perdeu oportunidade de ter dado um sinal com sua ausência. Deveria ter ido se fosse um momento de pensar a sério o futuro do país. Não era.

A espantosa ausência da questão ambiental num mundo em que é tão urgente o esforço para reduzir as emissões de gases de efeito estufa revelou a ideologia do governo Lula. Ele está se lixando para o meio ambiente. Ele está se lixando para o futuro. A visão dele é curta, pobre, equivocada.”