quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Gran Torino
sábado, 12 de dezembro de 2009
Resumo da Chuva
E mais um ano passa por estas bandas, largas ou discadas, e o que se viu quase sempre foi chuva feia, esquisita.
Muitos PMs esquecendo dos seus deveres enquanto policiais (tudo bem, isso não é novidade, mas este ano extrapolou) e descambando de vez para o paralelismo do bandido de uniforme, muito político safado (tudo bem, outra vez, novidade alguma em terra brasilis) fazendo maracutaia com o dinheiro do povo, esquecendo de construir o coletivo, o social para satisfazer o bem-estar particular e familiar. Partidos partidos, racha na oposição, no governo... PED petista muito dividido e a certeza de que nem quando estamos no rumo, estamos no prumo.
É certo que houve coisas de estancar a pipa e aflorar o coração. Finalmente um Campeonato Brasileiro digno das antigas emoções. A maior torcida do mundo (ou a que existe no mundo todo) em polvorosa! Meu Mengão (êta timinho sofredor!) campeão outra vez e, outra vez com duas pratas da casa: Andrade (o heroi mineiro) e Adriano (feliz na favela, na laje e de chinelos). Tudo bem, pela terceira vez, o Pet é quase brasileiro (e muito Rubro-Negro). Desculpa, Jens, o seu Colorado quase chegou, mas, pense no lado positivo: não foi nenhum tricolor (ops... Desculpa, Professor Moacy)!
A Educação no país continua uma merda, mas a gente vai levando... O que eu vou dizer quando minha filha perguntar se deus realmente protege os corruptos? Será que eu vou lembrar que, com o advento do youtube, o povo pode ter memória curta, mas a Internet não? Que está tudo lá, a oração dos ladrões, depois de embolsarem o dinheiro sujo, pedindo para deus protegê-los, nas barbas do DEMocratas, do Brasil e de tudo que está errado em Brasília? Aliás, só o DEM é demoníaco?
É certo que continuamos por aqui, sobrevivendo aos BBBs, as Fazendas, as bundas de verão, das frutas, das revistas; tentando encontrar a nossa tribo, acomodar as ideias que, frutíferas, perambulam pela rede à procura de poesia. Continuamos aqui, chovendo de várias formas e expressões, buscando os pares, abrindo a roda e distribuindo nossas dúvidas no único e (ironia?) invisível espaço que, por enquanto, ainda é democrático.
Abraço a todos da tribo! Até 2010!
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
A piada e o Projeto
Deu nO Globo online: “PIB do Brasil sobe 1,3% no 3º trimestre, menos que o esperado. Sobre 2008, queda de 1,2%”.
Este jornal é de uma graça fantástica. Mais informativo que ele só o Rolando Lero, personagem do saudoso Rogério Cardoso. Impressionante como, com 2 linhas, o portal consegue informar e desinformar ao mesmo tempo. Explico.
Alguém consegue dizer o que, no final de 2008 e durante todo o ano de 2009, aconteceu financeiramente ao mundo? Pois é, acho que a imprensa marrom esqueceu da CRISE FINANCEIRA MUNDIAL... Talvez porque o Brasil, assim como apregoou o nosso presidente (e por isso fora defenestrado por este mesmo jornal), recebeu apenas uma marolinha da crise. Ah!, é claro, fomos o 3º país a sair da marola, provando mais uma vez que, além de fodões, não gostamos de maconha.
É claro que tal jornal não está sozinho nessa cruzada em favor do alarme e do projeto Que-se-Foda-o-Brasil, muitos, inclusive, abraçam a causa com tentáculos maiores, mais desinformativos e menos sutis. Contudo, ao contrário do que era feito no passado (as Kombis da Folha que o digam), graças a Internet, nada mais fica sem respostas imediatas, tanto de apoio quanto de repúdio.
Assim como fora apregoado que a “gripe suína” contaminaria milhões no Brasil, que a crise financeira mataria inúmeros patrimônios e que o efeito Dunga na seleção celebraria o retorno da ditadura militar (brincadeirinha), nada, absolutamente nada de verdade se concretizou, para desespero da direita brasileira (sim, ela existe! E está dentro da sua casa, no primeiro televisor ligado).
Portanto, continuemos com nossas vidas, celebremos a abertura das cervejas e os suculentos churrascos, o resto é pura palhaçada!
terça-feira, 17 de novembro de 2009
sábado, 14 de novembro de 2009
Os talebans da Uniban e a tensão entre a saia curta e a orelha comprida
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do (ótimo) blogue E você com isso?
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Eu continuo achando que, se a universidade institucionalmente considera que a roupa era inadequada, tinha jeitos menos selvagens de informar isso à estudante. Quando ela entrou, a batata-quente do ridículo estava na mão dela. Quando ela saiu, estava na mão de centenas de alunos e no colo da faculdade, muito mais quente e muito maior. E, sinceramente, também continuo achando que entre adultos o que se veste é problema de cada um. O blog do Marcos Guterman resume bem: a culpa acabou sendo da vítima.
Mas não era exatamente da loira da Uniban que eu queria falar. Queria falar de educação, num sentido mais amplo. Acho que o caso comprova, mais do que nunca, um ponto importante e que volta e meia volta à discussão de maneira rasa: a diferença abissal que existe entre educação e canudo.
Nesta semana, o presidente Lula entrou no foco desse debate. Começou com o Caetano Veloso botando lenha na fogueira ao elogiar por contraste a ex-ministra e futura presidenciável Marina Silva com um "ela não é analfabeta como Lula". É um tipo de argumento que sempre aparece e no qual eu nunca toco porque eu acho de uma imbecilidade colossal. Verdade que o Lula teve tempo suficiente pra fazer supletivos e até uma faculdade, mas não fez - a Marina Silva fez, o Vicentinho fez. Só que nem por isso ele é "burro" - pelo contrário, é esperto o suficiente pra saber quando dizer que não sabia de nada. Ele e seu governo têm problemas mais sérios do que isso.
O presidente tem respostas muito boas pra esse tipo de crítica. Está acostumado, enfim, após tantos anos de vida pública. Em discurso no congresso nacional do PC do B, Lula falou uma grande verdade em serviço próprio:
"Tem gente que pensa que a inteligência está ligada à quantidade de anos de escolaridade que você tem. Não tem nada mais burro que isso. A universidade te dá conhecimento, aperfeiçoamento. Inteligência é outra coisa."
De uma maneira mais comprida, ele basicamente explicou a frase antológica do mestre Barão de Itararé: "canudo não encurta orelha".
Já tive longas discussões com minha avó sobre isso. Mulher sábia, do alto de seus 90 anos, ela insiste em se dizer "burra" porque só estudou até a terceira série. Porém, alguns insights que saem de sua cabeça, a partir do que viu e viveu, são mais profundos do que a maior parte da produção intelectual de ciências humanas do Brasil, ou pelo menos na área da comunicação. (Antes que venham com pedras: sim, eu tenho o hábito de ler trabalhos acadêmicos. Geralmente acho que sou masoquista.)
Outro debate interessante em que essa confusão se fez notar recentemente foi no rolo da obrigatoriedade do diploma para jornalistas. Eu, pessoalmente, acho que estudar jornalismo é muito útil para um futuro jornalista. Mas acho que a obrigatoriedade era um prêmio para as faculdades ruins. Prêmio que elas aproveitaram bem, no boom de faculdades de esquina que surgiu a partir dos anos 90. Lucraram muito com isso. Durante quatro anos, ensinavam qualquer coisa basicamente para justificar as mensalidades. Ao final, entregavam um canudo que valia tanto quanto o de uma faculdade boa - afinal, era isso o que importava - e o aluno que se virasse pra aprender tudo no mercado de trabalho. Ou para achar outra profissão, sei lá.
Muita gente bem-intencionada critica a decisão do STF de derrubar a obrigatoriedade do diploma. Acham que isso "desvaloriza" a profissão. Eu acho que não. Acho que isso tira o prêmio das faculdades ruins. As boas estão seguras. As médias vão ter que melhorar pra sobreviver, e isso é ótimo. A finalidade de estudar jornalismo não é ter acesso a um pedaço de papel, e sim a um conjunto de conhecimentos. Ainda nesta semana, meu mestre Plínio Bortolotti, do jornal O Povo, publicou em seu blog a informação de que, após a decisão do STF, o Ministério do Trabalho não está mais fazendo registro profissional de jornalistas. Também acho ótimo: acho que obrigar jornalistas a pedir licença para exercer sua profissão é resquício ditatorial. Quando precisava pedir, estávamos acompanhados de atores, sociólogos e flanelinhas. Agora, que não precisa mais pedir, estamos na companhia de engenheiros, advogados e médicos. Se não tinha critério, melhor não ter. (Que desobriguem também os atores e sociólogos!)
Mas esse pessoal bem-intencionado gosta da segurança que o papel dá. O canudo, o carimbo, a marca d'água, as assinaturas de três testemunhas, as diferentes destinações de vias de cores diferentes, a firma autenticada em cartório, a obrigatoriedade de apresentar certidão de nascimento junto da carteira de identidade indo pessoalmente ao local.
Isso está na base da cultura brasileira, cartorial e bacharelesca. O antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, que morreu nesta semana, foi um dos fundadores da Universidade de São Paulo. Em seu clássico "Tristes Trópicos", porém, Lévi-Strauss fez observações ácidas sobre os hábitos intelectuais dos estudantes brasileiros:
"Nossos estudantes queriam saber tudo; mas, em qualquer campo que fosse, só a teoria mais recente parecia merecer-lhes a atenção. Fartos de todos os festins intelectuais do passado, que aliás só conheciam por ouvir dizer, já que não liam as obras originais, conservavam um entusiasmo sempre disponível pelos pratos novos. No caso deles, conviria falar mais de moda que de gastronomia: idéias e doutrinas não ofereciam, em seu entender, um interesse intrínseco, consideravam-nas como instrumentos de prestígio cujas primícias deviam conseguir. Partilhar uma teoria conhecida com outros equivalia a usar um vestido já visto; expunham-se a um vexame. Em compensação, praticavam uma concorrência ferrenha à custa de muitas revistas de vulgarização, periódicos sensacionalistas e compêndios, para conseguir a exclusividade do modelo mais recente no campo das idéias. (...) No entanto, a erudição, da qual não tinham o gosto nem o método, parecia-lhes (...) um dever; de modo que suas dissertações consistiam, qualquer que fosse o tema, numa evocação da história geral da humanidade desde os macacos antropóides, para terminar, por meio de algumas citações de Platão, Aristóteles e Comte, na paráfrase de um polígrafo enfadonho cuja obra tinha tanto mais valor na medida em que, por sua própria obscuridade, era bem possível que nenhum outro tivesse a idéia de pilhá-la." (evoé, @mrguavaman)
Isso era bem antes dos tempos atuais. Ele viveu no Brasil entre 1935 e 1939. Em 1936, o brasileiro Sérgio Buarque de Hollanda escrevia, em "Raízes do Brasil":
"A dignidade e importância que confere o título de doutor permitem ao indivíduo atravessar a existência com discreta compostura e, em alguns casos, podem libertá-lo da necessidade de uma caça incessante aos bens materiais, que subjuga e humilha a personalidade. Se nos dias atuais o nosso ambiente social já não permite que essa situação privilegiada se mantenha cabalmente e se o prestígio do bacharel é sobretudo uma reminiscência de condições de vida material que já não se reproduzem de modo pleno, o certo é que a maioria, entre nós, ainda parece pensar nesse particular pouco diversamente dos nossos avós. O que importa salientar aqui é que a origem da sedução exercida pelas carreiras liberais vincula-se estreitamente ao nosso apego quase exclusivo aos valores da personalidade. Daí, também, o fato de essa sedução sobreviver em um ambitente de vida material que já a comporta dificilmente. Não é outro, aliás, o motivo da ânsia pelos meios de vida definitivos, que dão segurança e estabilidade, exigindo, ao mesmo tempo, um mínimo de esforço pessoal, de aplicação e sujeição da personalidade, como sucede tão frequentermente com certos empregos públicos".
E o que é que o caso da Uniban tem a ver com isso?
Bom, pra mim pareceu mais ou menos claro que aquelas centenas de alunos não estavam lá para estudar. Se todo mundo podia sair da sala de aula pra chamar uma colega de puta, é porque isso era mais importante do que estudar. Se a faculdade acha que é mais importante expulsar a aluna saliente do que tomar medidas contra os alunos talibãs que mataram aula pra linchar moralmente a aluna saliente, é porque a faculdade não apenas sabe desse vezo como também o apoia - ao menos nesse caso, em que atribuiu a culpa do tumulto de centenas alunos a uma aluna só.
E como não apoiaria? É mais negócio perder uma mensalidade ou 700? O canudo está garantido lá no final. E, afinal, é ele que importa. Com o canudo na mão, ninguém vai chamá-los de burros como chamamos o presidente, não é?
Como eu falei no comentário da TV, mais dia menos dia esses caras estarão nas empresas e na política. Com seu senso de moral peculiar reforçado, porque até a faculdade lhes deu razão no caso, e toda a empáfia da cultura bacharelesca brasileira.
O problema do Brasil nunca foi a saia curta. É a orelha comprida.
por Marcelo Soares
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Relato de um sol eterno
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Como escrever sobre o amor
A mão da mãe manhava
Trêmula, fosca, fatigada
Ao perder a direção, prumo
Do mar do filho curvo
.
Chegou e quase não disse
Sua voz miava quinze
E eu perguntava: quinze anos?
Enganos? Sem planos? Cu?
.
O filho no mundo voava?
Ela, sem chão, mergulhava
Perdendo a procura, o tempo
O nome, a febre, a dor
.
Quem sabe se vive?
A polícia não sabe ou suspeita
Como não sabe ou suspeita
Da Baixada e da chacina.
ccalligari@uol.com.br
sexta-feira, 6 de novembro de 2009

quinta-feira, 5 de novembro de 2009
D. Pedro Casaldáliga
[ cf. Barbaridades críticas, de Marcius Cortez ]
Tudo é relativo
menos Deus e a fome.
(Noemas 34)
Por onde passei,
plantei
a cerca farpada,
plantei a queimada.
Por onde passei,
plantei
a morte matada.
Por onde passei,
matei
a tribo calada,
a roça suada,
a terra esperada...
Por onde passei,
tenfo tudo em lei,
eu plantei o nada.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Também morre quem nunca atirou
Pense nisso: dois marginais abatem um cidadão na cidade do Rio de Janeiro, roubando seu casaco e tênis. Neste momento, dois policiais surgem, rendem os ladrões, prendem-nos, socorre o cidadão, dão entrada no processo... Dia seguinte, a mídia descobre que as câmeras, instaladas nos interiores das lojas, captaram tudo e exibem-nas em horário nobre. Governador e Comandante vão à TV falar da incrível capacidade da polícia, do excelente preparo dos soldados. Os policiais dão entrevistas ao lado do Secretário de Segurança, são condecorados. A opinião pública dorme sossegada.
Pense nisso: dois marginais abatem um cidadão na cidade do Rio de Janeiro roubando seu casaco e tênis (mas poderia ser apenas a carteira, o relógio, uma cédula de cinco reais). Dois policiais, 60 segundos depois, aparecem em uma viatura, descem, olham para o sujeito estirado na calçada, prosseguem o curso, rendem os dois marginais, pegam os frutos do roubo, guardam na viatura, liberam os marginais (agora, assassinos), batem ponto e vão para casa sem socorrer a vítima ou fichar o acontecido na delegacia.
Pense nisso: o céu ou o inferno é uma questão de segundos. Daqui a pouco, algum maluco vai declarar à mídia que as câmeras poderiam estar externas no Rio de Janeiro todo. Alguém lembrará que George Orwell está mais vivo do que nunca e que isso seria invasão de privacidade, que daqui a pouco estariam nas escolas, hospitais, em casa! Mas a opinião pública não dará bola, monitoramento no cidadão agora! E tudo por causa de dois policiais(?) que, ao invés de fazerem o que deveriam, inverteram o jogo, a moral, o juramento, e botaram tudo pra foder. Inclusive com a já desprestigiada Polícia Militar.
O cidadão assaltado está morto. Assim como todos nós.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Como bem publicou a revista Veja, edição 2108, de 15 de abril, 500 universidades adotariam o novo sistema de seleção para o Ensino Superior. O Enem ganhava confiança e credibilidade.
Aí, um belo dia, um segurança vaza a prova e várias universidades que lucravam com a taxa do vestibular, milhares de cursinhos pré-vestibulares e outras centenas de políticos sorriram, quase gozaram, com a falha estrutural: “o sistema lucrativo, a indústria, está garantido!”
Não acredito que houve interferência do tradicionalismo tacanho e retrógrado ou dos “homens de preto” nessa história, apenas percebo a vitória da selvageria nisso tudo: dinheiro, a pura e simples motivação do dinheiro. Motivação essa que pode ter atrasado um recurso educacional superior ao vestibular. O Enem é muito mais justo e democrático.
Vamos esperar para ver. Que o Governo consiga reverter a situação e a credibilidade volte.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Vamos falar sobre a matemática absoluta do caos
O mundo não brinca de roleta-russa. Na verdade, se se olhar bem, poder-se-á dizer que tudo é baseado na lei da causa e do efeito. Bem, como adentrarei no orifício rugoso do ser humano, deixarei a mesóclise de lado para que a lei física não seja corrompida e tudo fique no mesmo nivelamento.
Todos sabem o que é uma favela, certo? Ah, ta, não existem favelas no Brasil, existem as “comunidades”, um eufemismo barato para dizer que você mora mal pra cacete e, vira e mexe, é acordado com tiros, fogos ou gritos. Enfim, uma “comunidade” só existe porque, lá nos primórdios, o Estado, sem saber o que fazer com aquela “renca” de pobres, retirantes ou não, afastou-os da classe alta, dividindo o Rio de Janeiro com um muro invisível, preconceituoso e miserável. Como todos os acessos (emprego, diversão, escola, etc.) só existiam onde moravam os donos do mundo – e no Rio, quem manda no Rio não quer morar em morro, mas na praia – os “comunitários” resolveram adentrar em áreas próximas ao trabalho, às praças, à escola... Como o asfalto era e é da classe alta, o que sobrou?
Com o passar do tempo, nós, a sociedade, percebemos que aqueles filhos-da-puta, quer dizer, comunitários, sem instrução, proteção, comida ou perspectiva, começaram a incomodar, a ficar visível, e isso era um absurdo! Logo, criamos uma corporação repressora à altura: violenta, odiosa e robótica. Sem essa de “proteger o cidadão”. Cidadão vem de cidade e os metropolitanos não reconhecem os comunitários como “pessoas da cidade”, logo, não são gente. E dá-lhe porrada nos pobres!
Um dia, os repressores perceberam que estavam dando porrada neles próprios (Ora, com esse salário de merda que o repressor ganha, onde vocês acham que eles moram?) e resolveram que não iriam apenas dar porrada, iriam dar porrada e “negociar”.
Enquanto isso, os inocentes morreram, os valores acabaram e a sociedade... Bem, a sociedade descobriu que poderia educar e distribuir melhor o Rio, mas sai muito, mas muito mais barato eleger políticos que adotem o seguinte procedimento: matar bandidos e dar porrada nos pobres.
Portanto, quando você vir outra vez bandidos derrubando helicópteros e incendiando ônibus, ou vir o aparelho repressor da sociedade deixando bandidos fugirem e ficando com o produto do roubo, enquanto o roubado morre, não se assustem! Tudo faz parte da implacabilidade lei da causa e efeito.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
da memória
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
"Depois de nós, várias caravanas vieram sucessivamente ab
O feijão do tropeiro, como o arroz do carreteiro, er
" o cozinheiro era outr
Para seis tropeiros esfomea
Pesquisa:
ALVES FILHO,

1 xícara (chá) de farinha de mandioca
1 Kilo de toucinho para torresmos
1 quilo de linguiça tropeira
1 Kilo de feijão preto
2 ovos cozidos.
Temperos:
3 colheres (chá) de salsinha
3 dentes de alho picados
1 cebola picadinha
sal a gosto
MODO DE PREPARO:
Cozinhar o feijão (não deixar desmanchar). Deixar escorrer o caldo numa peneira. À parte, picar o toucinho, temperar com sal e fritar os torresmos até ficarem amarelinhos. Fritar a linguiça numa panela tampada com um pouco de água. Destampar logo que a água secar, para corar. Em ½ xícara da gordura deixada pelos torresmos ao fritar, refogar os temperos e o feijão cozido sem caldo. Adicionar a farinha e os torresmos. Transferir para uma travessa e enfeitar o feijão tropeiro com rodelas de ovo cozido e contorne com pedaços de linguiça frita. Acompanhe com couve refogada.
MILHÕES DE CONTAMINADOS (pela mídia)
Por Luiz Antonio Magalhães em 6/10/2009
A matéria reproduzida ao final deste comentário saiu escondidinha, no segundo caderno do Cotidiano da Folha de S.Paulo, e não mereceu chamada de capa. É inacreditável que o jornal tenha feito o que fez na edição de sábado (3/10). Resumindo a história, depois de afirmar, no dia 19 de julho, na primeira página, que 35 milhões de brasileiros seriam contaminados pela gripe suína, o jornal mandou a campo o seu próprio instituto de pesquisas, o Datafolha, para realizar uma das coisas mais ridículas da história do jornalismo brasileiro.
Sim, porque a enquete mesmo é algo surreal: o Datafolha mandou seus pesquisadores para as ruas perguntar às pessoas se, nos últimos meses, elas tiveram "sintomas de gripe". Com o resultado em mãos, a Folha escreveu outra pérola que não resiste a dois minutos de análise. Segundo o jornal, "27% dos brasileiros tiveram sintomas de gripe desde junho", o que equivale a 51,3 milhões de pessoas. Bem, aí o jornal faz uma continha malandra, diz que 40% desses casos devem ser da variante suína e chega aos 20 milhões de infectados pela doença no Brasil. No meio do texto, a ressalva de que o "auto-diagnóstico" não é propriamente a melhor maneira de se aferir as coisas, mas, enfim, está lá o número grandão – 20 milhões, uma enormidade, e ainda assim, 15 milhões abaixo do "previsto" pelo jornal em julho.
Um espanto
É evidente que a pesquisa não vale coisa alguma e que o número está superdimensionado. Dos tais 27% dos entrevistados (e não de toda a população brasileira, conforme a própria pesquisa mostra, porque não foram pesquisados os menores de 16 anos) que disseram ter tido sintoma de gripe, é bastante provável que um percentual expressivo tenha respondido afirmativamente mesmo no caso de ter passado apenas por um mero resfriado, muito mais comum do que a gripe, conforme apontam os especialistas.
Ademais, a estupidez cometida pelo jornal não se sustenta pela taxa de letalidade da doença. Se de fato fossem 20 milhões de brasileiros com a suína, apenas na faixa acima de 16 anos, admitindo a taxa de 0,4%, já deveriam ter morrido 80 mil pessoas em consequência da doença. Só que não morreram nem duas mil. Realmente, espanta que um jornalista inteligente, estudado e bem formado como Hélio Schwartsman se preste ao triste papel de assinar uma sandice como a que se pode ler a seguir.
27% dos brasileiros tiveram sintomas de gripe desde junho
Pesquisa Datafolha mostra que, nos últimos três meses e meio, o equivalente a 51,3 milhões de pessoas experimentou quadro gripal
Até julho, o vírus da gripe suína correspondia a 40% dos casos leves, o que sugere que 20,5 milhões de pessoas podem ter contraído a doença
HÉLIO SCHWARTSMAN
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS
Pesquisa Datafolha mostra que 27% dos brasileiros com mais de 16 anos relataram ter tido "sintomas de gripe" entre junho e a data da entrevista (de 9 a 11/9). Extrapolando essa porcentagem para a população geral, isso significa que algo em torno de 51,3 milhões de pessoas experimentaram um quadro gripal nos últimos três meses e meio.
Mais ou menos a metade delas (14% dos entrevistados, ou cerca de 26,6 milhões) declararam ter procurado um médico -o que explica, com folga, a superlotação dos hospitais.
Evidentemente, nem todo "sintoma de gripe" é de fato provocado por vírus, nem todo vírus respiratório é o da gripe e nem toda gripe tem como agente causador o H1N1 pandêmico.
Dados do Ministério da Saúde sobre os casos menos graves indicam que o novo H1N1 respondia por 40% das amostras processadas até o fim de julho. A partir daí, a pasta concluiu que o esforço de fazer o diagnóstico laboratorial de quadros leves não compensava e passou a testar só os mais graves. Nessa situação, no auge da epidemia (primeira semana de agosto), o H1N1 foi identificado como causador de 58% das síndromes respiratórias agudas graves notificadas e testadas.
Se aplicarmos o "deflator" de 40% aos 51,3 milhões de quadros gripais, chegamos a 20,5 milhões, que representam, na opinião de infectologistas, uma estimativa bruta defensável dos casos de gripe suína ocorridos até o momento.
"Não dá para publicar um artigo científico no "New England Journal of Medicine", mas, com as devidas ressalvas, [esse método] serve para dar uma ideia do tamanho da epidemia aqui", disse Esper Kallas, da USP e do Hospital Sírio-Libanês.
O principal problema, aponta, é que não dá para equiparar o autodiagnóstico a um diagnóstico médico. "Mas não há como avançar mais numa entrevista simples [como a do Datafolha]."
O médico afirmou também que não se surpreenderia nem se os 27% tivessem tido a gripe suína. Ele disse que já há estudos apontando para uma circulação de 30% do H1N1 no Chile.
Celso Granato, do Laboratório Fleury, que ajudou a Folha a preparar o questionário do Datafolha, considerou os 27% um índice elevado: "Não esperava tanto!". Relativizou o problema do autodiagnóstico lembrando que o ministério acaba de fazer uma longa campanha na TV para explicar o que é gripe.
Também disse que o índice de 14% de procura por um médico sugere consistência no comportamento dos entrevistados. "Ninguém vai ao médico por um resfriadinho", afirmou.
Nordeste
O diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, David Uip, surpreendeu-se com a porcentagem de quadros gripais apurada no Nordeste, que superou a do Sudeste. "Só isso já merece uma investigação."
Uma possibilidade aventada pelo médico é que a ampla repercussão midiática da epidemia tenha contribuído para inflar os números nordestinos.
A literatura médica é quase unânime em apontar incidência decrescente de gripe conforme se avança para o norte. Também não se verificou, no Nordeste, pressão tão forte sobre o sistema de saúde quanto a observada no Sul e no Sudeste.
Kallas, porém, disse que, com a circulação cada vez maior de pessoas entre cidades e regiões, não esperaria taxas tão menores no Nordeste.
Vale ainda observar que os 51,3 milhões constituem uma extrapolação conservadora, pois a metodologia do Datafolha não considera a população até os 16 anos, justamente a mais suscetível a contrair vírus respiratórios em geral. Esse recorte etário representa cerca de 25% da população.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Ganhamos? Sim (ou não?)
Somos os escolhidos, enfim.
Esperemos que, a teoria vire a prática (70% já está bom), pois quem sempre paga os custos e o pato somos nós, os de sempre.
Que as estruturas sejam bem administradas depois do evento.
Que as contas sejam melhor direcionadas antes, durante e depois do evento.
Que os ingressos sejam cabíveis no bolso dos brasileiros.
Eu adoro Olimpíadas e Copa do Mundo, portanto, sinto-me orgulhoso.
Orgulhoso, mas preocupado.
O Brasil ganhou, agora é tempo de fiscalizar!
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
O Rio de Janeiro continua... Gastando...
Moradores de Chicago (não todos, é claro) fizeram um sitio delicioso sobre a corrida olímpica para 2016. Chama-se Chicagoans for Rio.
Vale a conferida e os risos debochados (para quem lê inglês...Como eu não falo, leio a notícia aqui, ó, no Lance).
A ESPN Brasil (este puta canal de esportes), que sempre levou a notícia a sério, também trouxe a sua visão:
Os prós e os contras dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 no Rio
por Vinícius Moraes Scarpini, do ESPN.com.br
terça-feira, 29 de setembro de 2009
DIPLOMATA AFIRMA QUE O POVO HONDURENHO VAI RETOMAR O PODER
REPRESSÃO EM HONDURAS
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
A leitura inspira a escrever e escrever inspira a tudo…
Conforme vão crescendo, entendem também que nós temos regras para nos comunicar pela escrita. As ortográficas acabaram de mudar e uma coisa que pensei muito aqui era como isso ia se dar com as crianças em uma determinada fase escolar que tivesse uma curta vivência com as regras antigas. Ou seja, quase que mal aprenderam as regras, já viram tudo mudar.
Mas a sobrinha de uma querida colega de CRESCER, a jornalista Renata Rangel, nos enviou um poema enviado por sua sobrinha e justamente sobre o tema. Renata ficou abismada com o fato de ela escrever tão bem. E, o melhor: escreveu sobre o escrever.
Vejam que lindo. Mostrem aos seus filhos, e inspire-os a escrever todos os dias assim que eles se sentirem ‘dominantes’ da nossa tão linda língua portuguesa. Theodora, parabéns!!
.
NOVA REGRA
Mataram o acento,
Assassinaram o hífen,
Agora sentem-se no assento,
que lá vem nova regra.
A onomatopeia ficou muda,
A assembleia, sem assunto,
A centopeia perdeu as pernas
e a ideia saiu da minha cabeça
Tadinha da velha senhora,
Que agora não sabe de nada
E o senhor?!
Que horror!
As crianças estão confusas,
Sem saber
o que fazer
para a nova regra aprender
escrito por Theodora Rangel Carvalho, de 11 anos e que cursa 6º ano do Ensino Fundamental
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
11 de Setemnbro - Nada Mudou
Todos os anos, a mesma pergunta. Onde você estava quando as Torres Gêmeas do World Trade Center caíram no dia 11 de Setembro de 2001?
Para mim, passados oito anos, a pergunta verdadeira é: E o que importa onde cacetetes eu estava no dia 11, ou o que eu fazia, ou o que eu pensava, ou como percebi a mudança mundial à minha volta?
Entendo que queiramos remontar da memória e reconstruir a passos ligeiros uma compreensão (interpretada através de nossas experiências, logo interpretada subjetivamente) do que nos lembramos dessa data. Mas oito anos passados e, em termos mais técnicos, nada mudou.
Há um artigo publicado no The New York Times de hoje contando como os novaiorquinos estavam errados quando pensaram que sua cidade nunca mais seria a mesma. Algumas indicações simbolizam que, hoje, Nova York é mais Nova York do que antes do marco histórico de 2001. A sociedade americana não é mais solidária por causa disto. O governo não se tornou melhor, e sim pior, e hoje em dia com um presidente democrata já controverso, apenas procuramos nos afastar em parcelas dos erros mais graves do passado recente.
As relações internacionais continuam as mesmas. Até mesmo segundo realistas clássicos (como Hans Morgenthau) ou neo-realistas ferrenhos (como Kenneth Waltz), que afirmam a guerra como parte da natureza humana intrínseca, sequer fazia sentido contra-atacar como fez George W. Bush. Menos sentido ainda fazia invadir o Iraque, e a guerra no Afeganistão, o novo xodó de Barack Obama, tampouco findou eliminando grandes necessidades. Os mesmos erros feitos antes do dia 11 foram repetidos imediatamente depois. O mundo não vive tempos mais seguros, mas tampouco menos.
O terrorismo existia antes de 2001. Em Israel, duas a três vezes em anos pacatos um ataque terrorista toma conta das notícias populares. Na Europa, grupos como o IRA e o ETA são quase tão antigos, ou mais, do que alguns estados novos. Na África, enquanto isso, mais um genocídio estava prestes a ocorrer e, novamente, a comunidade internacional deu as costas até tarde demais. Centenas de milhares de pessoas morreram nas mãos de facções que, como terroristas, lutam pela auto-afirmação de identidades étnicas exclusivistas. Barfur, Sudão. Nova Rwanda... Novo Appartheid... E ninguém prestou atenção.
Aqui, preocupavam-se com cores laranjas, verdes, vermelhas e liláses. “Alertas X, Y e Z”, diziam os âncoras. Lentamente, as chamas dos escombros no Ground Zero na baixa Manhattan deram lugar a pedras, poeira, e suor de operários e voluntários a reconstruir a fortaleza. Hoje, Manhattan é tão Manhattan quanto sempre foi.
Enquanto temiam ataques terroristas, a economia explodiu. Enquanto temiam imigrantes ilegais, foi o mercado imobiliário que estourou. Enquanto relutavam contra um governo liberal, temendo a negligência de nossos líderes, os preços do petróleo escancararam. A paranoia não contribuiu à liberdade. A insegurança, mesmo contradita, desviou-se de hipóteses fantasiosas sangrentas para a realidade dolorosa.
E nada mudou. Nada. É claro que muito foi teoricamente construído com base nos acontecimentos da terrível data. Mas são as mesmas construções humanas e subjetivas que criaram o nacionalismo radical em suas formas mais pervesas, ou as mesmas construções humanas que permitem a existência de seres improváveis, como um deus, ou as mesmas construções que compõem, na essência, todos os “ismos” em suas retóricas implausíveis. São apenas construções abstratas para compensar o que foi concretamente destruído.
O mundo não mudou depois do 11 de Setembro. Nem nós mudamos. Nem os novaiorquinos mudaram. Nem os integrantes do Taliban. Nada mudou, tudo ficou no lugar depois da queda das Torres Gêmeas.
Mas nós, por nós, para nós, fingimos que mudou... E tentamos sempre nos lembrar onde estávamos quando mudou. “Como éramos quando tudo mudou?” “Como era o mundo ao nosso redor antes de tudo mudar?” Nos perguntamos e respondemos. Mas nunca sabemos realmente diferenciar-nos do que éramos antes dessa data, porque éramos os mesmos. E seguimos sendo. E seguiremos sendo para todo o nosso sempre.
Um drops e uma bala de chumbo
USA já possui vacina para a Gripe Suína. Levando-se em conta que Donald Rumsfeld é um grande acionista na empresa que fabrica o Tamiflu, tenho a obrigação de acionar a minha fixação por teorias conspiratórias...
E terminou o julgamento dos PMs envolvidos na Chacina da Baixada Fluminense. Está lá, no jornal O Dia:
“A noite de horror que culminou no assassinato de trinta pessoas na Baixada Fluminense começou entre 21h e 22h do dia 31 de março de 2005, em Nova Iguaçu e Queimados. Os tiros partiram de grupo fortemente armado que ocupava um Gol de cor clara. O massacre estaria ligado à prisão dos policiais militares acusados de jogar uma cabeça dentro do 15º BPM (Duque de Caias), na madrugada de quarta-feira.
O ataque começou no bar Caíque. Todas as pessoas que estavam no estabelecimento, incluindo crianças, foram baleadas pelos criminosos que chegaram atirando. Nove pessoas morreram e duas ficaram feridas. Seis morreram no local, incluindo a dona do bar, Elizabeth Soares de Oliveira, 43 anos, e seu filho, Felipe Soares de Oliveira, 13. As outras vítimas são: Jaílton Vieira da Silva, 25, Douglas Brasil de Paula, 14, Jonas de Lima Silva, 19, e Robson Albino, 25. Outras três vítimas morreram no Hospital da Posse.”
Um dos PMs acusados, foi assassinado antes do depoimento. Este é um ponto interessante: como o Estado não protege, talvez, o bandido que denunciaria TODOS os envolvidos? Alguém aí acredita que sete (07) loucos saíram embestados pelas ruas da Baixada atirando a esmo sem ordem ou apoio algum? Seis condenados, mas poderiam ser 20! Quem sabe?
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Bienal do Livro 2009 (RJ)
Estava na Bienal domingo. Realmente, devido ao insuportável número de pessoas, estava difícil de transitar (leia-se aproveitar melhor os stands e livros), mas não teve jeito – minha patroa trabalha aos sábados e só tem tempo neste dia.
Valeu a pena? Valeu por dois motivos: Ziraldo autografando um livro para minha filhota e sendo o que sabemos que o Ziraldo é (simpático ao extremo, prosador, belíssimo) e porque, de repente, não mais que de repente, deparei-me com Leonardo Boff, este encantador iluminado!
Valeu o dia? Não. Os livros, como sempre, muito caros, comida muito cara e entrada a R$12,00. Pena para quem, como eu, não dispõe de “tutu” para aproveitar à Bienal e sair de lá com alguns livros debaixo do braço.
Pena para todos.