A mão da mãe manhava
Trêmula, fosca, fatigada
Ao perder a direção, prumo
Do mar do filho curvo
.
Chegou e quase não disse
Sua voz miava quinze
E eu perguntava: quinze anos?
Enganos? Sem planos? Cu?
.
O filho no mundo voava?
Ela, sem chão, mergulhava
Perdendo a procura, o tempo
O nome, a febre, a dor
.
Quem sabe se vive?
A polícia não sabe ou suspeita
Como não sabe ou suspeita
Da Baixada e da chacina.
2 comentários:
Impressionante que haja amor, em meio a dor e a falta de rumo. Mas a poesia sobrevive e persiste.
Um abraço.
dureza/crueza
baixada/chachina
poesia?/poema?
resistir é preciso
/um abraço/
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