quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O homem marrom

O estouro da bolha imobiliária aliada à política genocida de Bush S/A causou, causa (e, talvez, ainda causará) pânico nas bolsas, desconforto nos governos vigentes e alguma preocupação entre nós, pobres trabalhadores braçais desta nação. Alguém já tentou imaginar o caos planetário que seria se 29 estivesse de fato acontecendo? O que aconteceria com os nossos empregos aqui se os donos do mundo fossem à bancarrota?
Defendemos com alguma voracidade o fim do Império, a anulação do Mal implacável representado, nestes tempos pós-modernos, pela política externa canastrona, ineficiente e altamente intolerante dos nossos “amigos” do Norte. Defendemos porque, enquanto humanos, temos o pleno instinto de sobrevivência sexualmente inerente ao exercício da liberdade e à consciência de justiça. Mas se o Império cair – e a história sabe explicar que, mais cedo ou mais tarde, cairá – o que acontece com o mundo globalizado e refém de hoje?
Em tempos escuros, a visão se deturpa e fica mesmo difícil encontrar a luz. Mas eis que, um belo dia, um homem marrom (como ele mesmo se intitula, em clara metáfora anti-racista, pois é bom lembrar: há pouco tempo, em alguns Estados americanos, era proibida a união Branco x Negro), assume a liderança do Império. Uma esperança? Ainda não sei. Contudo, a mensagem parece ser clara: a fênix metafórica, ao que tudo indica, renasceu. Vai demorar um pouco para o Xerife do Norte tombar.
Vejo o discurso do homem, com nome estrangeiro e pele mundial, e não consigo deixar de pensar na penúltima eleição brasileira, quando elegemos um mestiço como nós para presidente do Brasil. Momento histórico aqui. Momento histórico lá. Se nenhum republicano explodir a cabeça do homem marrom, quem sabe o céu não abre? Será que Cuba, desta vez, tem chances de respirar? Será que Chavez e Morales vão ter espaço? E o nosso biocombustível? E Lula?
Se o Império continua, que seja pelo menos governado com alguma competência e responsabilidade. Que venha o Obama! Afinal, nós também temos o nosso.

5 comentários:

Loba disse...

E$ita que fiquei tempo demais longe daqui, menino! E só agora percebo o que perdi!
Começando lá debaixo: já tinhalido este texto do Sobreira, mas é sempre muito bom reler o que é ótimo! Qto à Aline, não conhecia. Gostei das palavras e da arte. Seu blog ficou chiquerrimo!
Agora, um parágrafo especial para estas frases:
"Vejo o discurso do homem, com nome estrangeiro e pele mundial, e não consigo deixar de pensar na penúltima eleição brasileira, quando elegemos um mestiço como nós para presidente do Brasil. Momento histórico aqui. Momento histórico lá."
São momentos históricos sim! Lula e Obama são representações importantíssimas no cenário mundial. E ainda que não consigam tudo que propõem, serão sempre lembrados como ícones da esperança. E da mudança!
Um lindo dia pra vc, viu? Já ganhei o meu com este texto! rs...
Beijocas

Roy Frenkiel disse...

Ta doido, Marcelo? Se o Imperio acabar EU to fodido, para com isso! hehehehe

abraxao

RF

Moacy Cirne disse...

Vibrei com a eleição do Obama, mesmo sabendp que o Império do Mal não acabará nas próximas décadas. Mas foi uma vitória emblemática, não? Um abraço.

Renato Couto disse...

1) Ficou DEZ, esta repaginada no blog...
2) Grandes espectativas, quanto ao Homem marrom, mas...é isso, são espectativas, tanto boas, levando em conta uma esperança humanista, por parte de um filho d'África, quanto ruins, pois históricamente, sempre foi pior para nossa economia, um governo democrata (deles).Abraços!

Jens disse...

O Império se recicla, Marcelo. Que seja para melhor.
Um abraço.