O presidente do senado, Renan Calheiros, foi absolvido por 40 votos a favor, 35 contra e 6 abstenções. Este não é um resultado qualquer. Este é “O resultado”. Significa mais do que um simples choque. É o retrato do que pode estar se aproximando dos céus brasileiros.
Como bem escreveu Augusto Nunes, na coluna Coisas da Política (Jornal do Brasil, 12/09 – A2):
“(...)O que esses e muitos senadores parecem ignorar é que milhões de brasileiros aguardam o desfecho da sessão desta quarta-feira com o tresoitão da ética engatilhado, prontos para revidar a ultrajante bofetada. Porque o país que pensa também sabe de tudo”.
O que saiu absolvido naquela outrora tão honrada casa não foi um homem, não foi sua imagem envolvida nas angelicais pomadas para bebês. O que o senado absolveu foi a falência do próprio senado, foi a vergonha e o monstro que há muito ronda nosso sentimento em relação ao país.
Será que ser honesto compensa? Será que os valores, objeto de tanta preocupação na formação do caráter, são esses? Para que serve a dignidade? O que é ser moral?
Atravessamos um período, dentro da política e ainda mais na nossa psique, extremamente literário: estamos numa transição de claro-escuro, bem-mal muito próximo ao barroco. Somos homens em conflito. Um conflito difícil e incômodo porque reflete nas nossas esperanças. Possui tentáculos pegajosos e nubla qualquer resquício de cidadania.
Augusto Nunes fecha sua coluna dizendo o seguinte:
“Se for absolvido pelos colegas, ainda assim não ressuscitará. Mas poderá consolar-se com a eterna companhia, na cova rasa em que jaz, do que restou do Senado”.
Para o bem dos nossos filhos, é preciso que se resolvam os conflitos (morais, inclusive) e sensibilize a política, senão, adeus democracia. Mas há luz no fim da chuva?
Como bem escreveu Augusto Nunes, na coluna Coisas da Política (Jornal do Brasil, 12/09 – A2):
“(...)O que esses e muitos senadores parecem ignorar é que milhões de brasileiros aguardam o desfecho da sessão desta quarta-feira com o tresoitão da ética engatilhado, prontos para revidar a ultrajante bofetada. Porque o país que pensa também sabe de tudo”.
O que saiu absolvido naquela outrora tão honrada casa não foi um homem, não foi sua imagem envolvida nas angelicais pomadas para bebês. O que o senado absolveu foi a falência do próprio senado, foi a vergonha e o monstro que há muito ronda nosso sentimento em relação ao país.
Será que ser honesto compensa? Será que os valores, objeto de tanta preocupação na formação do caráter, são esses? Para que serve a dignidade? O que é ser moral?
Atravessamos um período, dentro da política e ainda mais na nossa psique, extremamente literário: estamos numa transição de claro-escuro, bem-mal muito próximo ao barroco. Somos homens em conflito. Um conflito difícil e incômodo porque reflete nas nossas esperanças. Possui tentáculos pegajosos e nubla qualquer resquício de cidadania.
Augusto Nunes fecha sua coluna dizendo o seguinte:
“Se for absolvido pelos colegas, ainda assim não ressuscitará. Mas poderá consolar-se com a eterna companhia, na cova rasa em que jaz, do que restou do Senado”.
Para o bem dos nossos filhos, é preciso que se resolvam os conflitos (morais, inclusive) e sensibilize a política, senão, adeus democracia. Mas há luz no fim da chuva?
4 comentários:
Na verdade, meu caro, não é a primeira vez que tal coisa acontece com nossa classe política. O caso Renan não foi o primeiro, não será o último. PSDB, PFL (DEM?), PTB, PP (ainda existe?), grande parte do PT, parte do PSOL, parte do PTD são todos farinha do mesmo saco. E há os abutres, igualmente podres, da imprensa: Veja & similares. Um abraço.
Moacy, você está coberto de razão.
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Abraço forte!
Marcelo:
Como disse o Millôr: a luz no fim do túnel é um trem vindo na direção contrária a toda velocidade. Tá soda, meu camarada, tá soda...
Parafraseando outra vez o grande Millôr: bem cedo eu percebi que já era tarde demais...
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Abraço forte!
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