sexta-feira, 24 de maio de 2013

2 em 1

Vamos de duas, bilíngues, falando do que vai por dentro, escrevendo o que os olhos captam, o subconsciente grava e o vento leva para outros olhos, como um desenho de areia budista. Vais e Ro
Simplesmente. Brisa, Sol, Toscana, Cotidiano, Folhas, Cabelos, Seres.

Nada assim a fonte french script MT. Vou experimentando. Deixar que apenas a letra de uma música dissesse tudo: tão doce! Tão doce! Mas leio a Clarice e tudo é vida sangue poeira. Os pêlos dos cachorros caídos que o danado do vento espalha do monte ajuntado. A vida micro na imensidão do azul claro do azul petróleo e o azul cobalto e o azul turquesa. Uma cor e um elemento e uma pedra definem outra coisa: tons. O tom do canto subindo ou descendo marcado pela ponta do metal. Um quarto de giro do carbono meio giro a volta toda: reto raso completo. Os tufos brancos ora espalhados e ora tomando conta cinza chumbo carregados muito e bem carregados. Um sorriso ao longe lá longe lá em cima onde só foguete quando penso no tempo agora a lembrança que ainda não foi. Um pano bordado trançado pintado ou simplesmente uma letra uma letra que não é minha. Mas não. Quase seria isso se não fosse outra coisa envolvida. Quero mais ou outra coisa ou isso mesmo. Então façamos um brinde!


conselhos


Mãe dizia que não era pra lavar a cabeça nos dias de verter sangue e eu, no meio de tanto sangue, quando ele me disse que meus cabelos cheiravam à primavera.

Mãe dizia que homem é tudo igual e que ainda não nasceu aquele que vai fazer uma mulher feliz e eu, no meio de tanta felicidade, quando ele me fez nascer mulher.

Mãe dizia que se eu desse a minha coisinha ia reta no caminho do inferno e eu, com aquela coisona dentro de mim, ia de quatro no caminho do paraíso.

Mãe dizia que mão de homem é cheia de dedos, que boca de homem é só pra falar mentira, que pau de homem é pra fazer mulher chorar e eu, com aqueles dedos no meu corpo, com aquela boca na minha vergonha, com aquele pau me fazendo chorar, sim, mas por onde que não os olhos.

Mãe diz que sou uma puta e eu, toda linda, perfumosa e arreganhada, digo que puta é a puta que me pariu.


Um comentário:

Vais disse...

Primeiro quero que você saiba que sempre leio este teu resumo, daí vim ver o que era este 2 em 1
bem, segundo e depois é que vem uma sensação boa de surpresa como um presente, por esta e outras você, Professor Marcelo, me faz sentir uma pessoa importante e no mínimo agradeço, grácias.

A Ro tem sangue quente e tem as manhas ferventes e me colocar junto dela é uma honra


Beijo grande pra você e pra ela