sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Os mortos de todos nós

Alguns candidatos a cargos políticos, antes do grande dia, encontram a morte nos perdidos municípios da Baixada Fluminense. Falo da Baixada, mas não é diferente nos “grotões” Brasil afora.
Por que tanta violência envolvendo o mundo da política? Parece de uma complexidade sem tamanho o assunto, mas o fato simplificado de maneira abrupta também revela uma faceta sabida de todos: para muitos candidatos, “eleger-se alguma coisa” é o passo inicial para ser bandido sem o perigo de ser preso.
O que deveria ser para o bem-estar da polis, acostumou-se a ser um meio de subir, financeiramente, na vida sem esforço; um meio de dividir o bolo consigo mesmo, no enorme ato de “cagar e andar” para o próximo. Pilantras de todos os tipos, assassinos esquartejadores (olha o Hildebrando aí, gente!) são atraídos pelo benefício da imunidade, das muitas “negociatas”. Gente assim clama pelo poder, sonha com o poder, mata pelo poder. Exemplo gritante é a infiltração das milícias cariocas no mundo político (antes absorvidas pelos grupos de extermínio).
Gostaria de acreditar mais nesta eleição à nossa porta, mas, pelo andar da carruagem, nada de muito especial será feito. Morrerão os de sempre: bandidos que rivalizam com outros bandidos, mocinhos que se meteram no caminho de alguns outros bandidos, e o povo, morto pelo descaso, tanto dos mocinhos quanto dos bandidos.

9 comentários:

Jens disse...

Oi Marcelo.
Perigosamente, a eleição está se despolitizando em nosso país. A política está tornando-se irrelevante para o cotidiano das pessoas. Cresce cada vez mais a impressão de que a maioria dos candidatos são aventureiros. Não sei onde isto vai dar.
Um abraço.

Cris disse...

É isso aí,professor, e sabe de uma coisa? as moscas estão morrendo de tédio.

beijão.

Anônimo disse...

Oi Marcelo...sou nova por aqui e vim através do Umbigo do Sonho...adorei tudo, sua escrita é profunda...esse texto de hoje então: "e o povo, morto pelo descaso, tanto dos mocinhos quanto dos bandidos."

Adorei!!!Beijos.

Loba disse...

Tb gostaria de acreditar mais. Mas nem por isso deixo de ter esperanças. Meu voto será consciente e esperançoso. Acredito na Jô! (rs... não é propaganda eleitoral, viu?)
Sabe que gosto um tantão da sua escrita? Claro que valorizo suas escolhas de importação (ai... será que este termo se aplica ao que vc traz pra cá?)mas gosto especialmente de aqui te ler!
Beijocas

Anônimo disse...

Essas eleições municipais, pelo menos aqui em BH, são as mais desistimulantes que já experimentei desde que sou eleitor.

Esvaziamento da politica partidária?
Com toda certeza, penso.

Um abraço.

Moacy Cirne disse...

Oi, a eleição no Rio não está me dizendo muita coisa. No momento, a que me mobiliza é a de Natal. Mas voto aqui mesmo. Um abraço.

Renato Couto disse...

Outra coisa que me chama a atenção é a quantidade cada vez maior de "garotos", filhos de políticos se candidatando, deixando claro, que seu futuro profissional, é ser político(?)como o pai.Cada vez vale mais o sobrenome...

Roy Frenkiel disse...

Se essa porra nao virar, ole, ole, ola...

forte abrax, Marcelo. Mundo politico, mundo cannis.

RF

Cris disse...

Importante lembrança do Renato. Um dos candidatos ao cargo de Prefeito aquí tem 26 anos e é Deputado Estadual.O pai, político de carteirinha.

Bom fim de semana, professor.