No dia 19 deste mês, no Jornal do Brasil, um Olavo de Carvalho inspiradíssimo – aqui não vai nenhuma observação positiva ou negativa quanto a sua posição, a forma de escrever e o tema em si eram importantes – suscitou a elaboração da seguinte produção textual em uma turma de Ensino Médio: “você é contra ou a favor do aborto?” A maioria absoluta reagiu de forma veemente contra a legalização do aborto, assim como reagiu toda a “torcida do Flamengo”, de acordo com pesquisas recentes.
Talvez o grande paradoxo esteja no fato de que, hoje, dia 20 de abril, o mesmo J.B. noticiou que a população apóia a pena de morte (Folha de S. Paulo já havia publicado algo a respeito semana retrasada). A pergunta que não quer calar, neste momento é: qual a avaliação da vida e, por conseqüência, dos seres humanos? A vida de um “excluído” tem menos valor? O aborto é mais abominável no nosso imaginário porque toca na “sacrossanta” figura materna, na moral da família? Pode ser. Talvez as pessoas sejam contra o aborto (tirando a questão religiosa) porque a própria violência do mundo moderno e a falência do Estado tenham, de certo modo, gerado uma valorização à vida, a consciência da preservação, a “dignidade”.
Mas se assim o é, então como explicar a aceitação da pena de morte? Paradoxo ou julgamento pendular?
A pena de morte para sentenciados pela lei dos homens não é o mérito da reflexão aqui, mas a aparente contradição merece radicalização (de raiz) e aprofundamento. Deixo tal exercício para comentários posteriores.
A aluna Adriana Ferreira escreveu que “ao comentar sobre o aborto, lembro-me bruscamente de gravidez precoce, e quando me lembro de gravidez precoce, recordo que tal termo está relacionado à falta de informação. Mas será que no meio de tanta tecnologia e avanços em áreas importantes, ainda existe falta de informação?” Pois é, está aí palavras chaves para uma boa reflexão sobre o tema: falta de informação aliada à gravidez precoce. Em sua defesa contra o aborto, Adriana ainda diz com sabedoria: “nem a ciência nem a religião, apenas a vida”.
A aluna Giselle da Conceição levanta a bandeira contra o aborto e parte do seguinte princípio: “muitas mulheres têm o sonho de ser mãe e não podem (esterilidade, etc.), logo àquelas que podem vão matar os seus sendo, ainda, gerados em seus ventres”.
Outra aluna, Maria Alice, atenta para o perigo de se tomar remédios dito “abortivos” e, ao invés de causar um aborto, ter como causa a própria morte (suicídio?) pois a fragilidade do corpo e, talvez, da mente são uma constante nessa decisão.
Enfim, a opinião é um direito de todos e todos, enquanto inseridos na sociedade, precisam e devem exercer seu poder de cidadania.
Talvez o grande paradoxo esteja no fato de que, hoje, dia 20 de abril, o mesmo J.B. noticiou que a população apóia a pena de morte (Folha de S. Paulo já havia publicado algo a respeito semana retrasada). A pergunta que não quer calar, neste momento é: qual a avaliação da vida e, por conseqüência, dos seres humanos? A vida de um “excluído” tem menos valor? O aborto é mais abominável no nosso imaginário porque toca na “sacrossanta” figura materna, na moral da família? Pode ser. Talvez as pessoas sejam contra o aborto (tirando a questão religiosa) porque a própria violência do mundo moderno e a falência do Estado tenham, de certo modo, gerado uma valorização à vida, a consciência da preservação, a “dignidade”.
Mas se assim o é, então como explicar a aceitação da pena de morte? Paradoxo ou julgamento pendular?
A pena de morte para sentenciados pela lei dos homens não é o mérito da reflexão aqui, mas a aparente contradição merece radicalização (de raiz) e aprofundamento. Deixo tal exercício para comentários posteriores.
A aluna Adriana Ferreira escreveu que “ao comentar sobre o aborto, lembro-me bruscamente de gravidez precoce, e quando me lembro de gravidez precoce, recordo que tal termo está relacionado à falta de informação. Mas será que no meio de tanta tecnologia e avanços em áreas importantes, ainda existe falta de informação?” Pois é, está aí palavras chaves para uma boa reflexão sobre o tema: falta de informação aliada à gravidez precoce. Em sua defesa contra o aborto, Adriana ainda diz com sabedoria: “nem a ciência nem a religião, apenas a vida”.
A aluna Giselle da Conceição levanta a bandeira contra o aborto e parte do seguinte princípio: “muitas mulheres têm o sonho de ser mãe e não podem (esterilidade, etc.), logo àquelas que podem vão matar os seus sendo, ainda, gerados em seus ventres”.
Outra aluna, Maria Alice, atenta para o perigo de se tomar remédios dito “abortivos” e, ao invés de causar um aborto, ter como causa a própria morte (suicídio?) pois a fragilidade do corpo e, talvez, da mente são uma constante nessa decisão.
Enfim, a opinião é um direito de todos e todos, enquanto inseridos na sociedade, precisam e devem exercer seu poder de cidadania.
Um comentário:
Puxa muito bacana o blog, gostei muito da criatividade crítica dos textos. Parabéns
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