Os heróis do surrealismo são usineiros, ministros e, em conseqüência disso, banqueiros. Nada mais justo que assim seja. Em um país onde a educação carece de sintaxe e leitura, o Governo, que nunca soube morfologia e anda ignorando as aulas de ética, deita e rola sem precisar dizer uma palavra coerente (o país não sabe ler entrelinhas mesmo...).
Um Governo que acredita piamente na ignorância do seu povo é uma fraude em qualquer circunstância. É tolo, corrupto e perigoso. Um povo que "engole" silenciosamente (talvez soltando leves gemidos) as tolices e corrupções de um Governo perigoso é igualmente perigoso porque tende a aceitar tudo, talvez até a ditadura.
Ao ver o representante máximo do meu país surreal dizer que usineiros são heróis, volto minha visão distorcida, pela maldade da minha época e pela falta de amor que assola o mundo contemporâneo, para os que trabalham na "lida", os que ganham R$ 2,40 por tonelada de cana-de-açúcar cortada. Os semi-deuses da minha terra dalilense. Tento, em vão, entender o que leva uma pessoa que já foi povo e hoje é vassalo dos que realmente poder possuem (G8... ou 7, como queiram) se orgulhar da eficiência(?) dos seus ministros que, apesar de receberem a "miséria" de R$ 8.000,00 continuam em seus cargos, por vezes pagando do próprio bolso para exercer tão heróica atividade.
Meu surrealismo há muito deixou de ser literário. Meu surrealismo tem graves dados denotativos. Somos um país estranho, mas somos, sobretudo, um país contrastante. Nossa desigualdade não está nos índices oficiais, está na retina de qualquer um. Se alguém estiver andando pela zona sul, dê uma olhada nas coberturas de milhões de reais e mire em suas calçadas. Há mendigos? Há pivetes? Pois é, a desigualdade social está há cinqüenta metros, entre a cobertura e a marquise. A desigualdade está por cinco minutos de passeio na orla. Entre a Central do Brasil e a Glória. O "feio" e o "belo" andam como o sangue do leiteiro no poema do Drummond: entrelaçados, nem branco nem vermelho... Aurora.
Usineiros e ministros. O surrealismo matou minha pureza, meu leiteiro, nossa virgindade, nossa religião. O surrealismo matou o homem que ajudei a colocar na presidência através do voto, através da esperança (hoje morta), através da brisa de uma realidade muito sonhada. O surrealista sou eu?
Um Governo que acredita piamente na ignorância do seu povo é uma fraude em qualquer circunstância. É tolo, corrupto e perigoso. Um povo que "engole" silenciosamente (talvez soltando leves gemidos) as tolices e corrupções de um Governo perigoso é igualmente perigoso porque tende a aceitar tudo, talvez até a ditadura.
Ao ver o representante máximo do meu país surreal dizer que usineiros são heróis, volto minha visão distorcida, pela maldade da minha época e pela falta de amor que assola o mundo contemporâneo, para os que trabalham na "lida", os que ganham R$ 2,40 por tonelada de cana-de-açúcar cortada. Os semi-deuses da minha terra dalilense. Tento, em vão, entender o que leva uma pessoa que já foi povo e hoje é vassalo dos que realmente poder possuem (G8... ou 7, como queiram) se orgulhar da eficiência(?) dos seus ministros que, apesar de receberem a "miséria" de R$ 8.000,00 continuam em seus cargos, por vezes pagando do próprio bolso para exercer tão heróica atividade.
Meu surrealismo há muito deixou de ser literário. Meu surrealismo tem graves dados denotativos. Somos um país estranho, mas somos, sobretudo, um país contrastante. Nossa desigualdade não está nos índices oficiais, está na retina de qualquer um. Se alguém estiver andando pela zona sul, dê uma olhada nas coberturas de milhões de reais e mire em suas calçadas. Há mendigos? Há pivetes? Pois é, a desigualdade social está há cinqüenta metros, entre a cobertura e a marquise. A desigualdade está por cinco minutos de passeio na orla. Entre a Central do Brasil e a Glória. O "feio" e o "belo" andam como o sangue do leiteiro no poema do Drummond: entrelaçados, nem branco nem vermelho... Aurora.
Usineiros e ministros. O surrealismo matou minha pureza, meu leiteiro, nossa virgindade, nossa religião. O surrealismo matou o homem que ajudei a colocar na presidência através do voto, através da esperança (hoje morta), através da brisa de uma realidade muito sonhada. O surrealista sou eu?
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