sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Obrigado!

O Dia, 06 de dezembro
A democracia sempre foi e será um conceito caro a todos, pois coloca, dentro do mesmo saco, você, o seu excluído, os ricos que pisam, os miseráveis que chocam, o homicida e o zen budista. A democracia é para quem tem coragem e resignação, só serve aos racionais e aos buscadores da verdade.
Defender o ódio, a morte, a exclusão, a meritocracia é saciar uma vontade animalesca com pedras de crack: o prazer é tão catártico que a vontade nunca vai embora. Democracia é dar gotas de leite ao bebê faminto na Somália; é a longa espera e dedicação que o salva, e mesmo assim, às vezes, é preciso um pouco mais de alguma coisa.
Não, democracia não é para punir, é para fazer justiça, e a justiça quase sempre escorre por entre os dedos dos doutores e seus anéis maciços e teóricos.
Claro que o conceito, a teoria, a teogonia, todos conhecem.
Mas na prática eu só conheci você. Com seu olhar sorridente, sua dança Thembu, sua pele preta, seus cabelos brancos e sua vontade de ser. E você foi.
Você é um pouco de nós, agora, porque as idéias, quando arrebatadoras, entram em nossa estrutura como átomos em ligações moleculares e enraízam-se. Logo, toda vez que alguém levanta a voz na defesa do essencial, há um pouco do Madiba fervendo no sangue.
Portanto, diante da capa do jornal carioca O Dia, devo enxugar o choro e discordar: não estamos de luto. Somos, hoje, todas as cores, todas as formas, todos os tipos, todas as raças. Estamos dançando, trazendo o colorido para o mundo, abraçando o outro dentro de nós, ficando em paz com a nossa luz, querendo ser melhor.

E graças a você, somos.  


Um comentário:

Marcelo F. Carvalho disse...

http://archives.nelsonmandela.org/home