Primus scribere deinde, philosophari
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De que Serve a Bondade
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De que serve a bondade
Quando os bondosos são logo abatidos, ou são abatidos
Aqueles para quem foram bondosos?
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De que serve a liberdade
Quando os livres têm que viver entre os não-livres?
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De que serve a razão
Quando só a sem-razão arranja a comida de que cada um precisa?
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Em vez de serdes só bondosos, esforçai-vos
Por criar uma situação que torne possível a bondade, e melhor;
A faça supérflua!
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Em vez de serdes só livres, esforçai-vos
Por criar uma situação que a todos liberte
E também o amor da liberdade
Faça supérfluo!
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Em vez de serdes só razoáveis, esforçai-vos
Por criar uma situação que faça da sem-razão dos indivíduos
Um mau negócio!
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Bertold Brecht, in 'Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas'
Tradução de Paulo Quintela
5 comentários:
Essa realmente é ótima e uma manual para se seguir a risca...
ah nem vo comentar!! ja comentei no do felippe... hahahahhahaaaaa
Olha que interessante: comecei discordando e já preparando o contra-argumento. Mas o poema continuou... e o final traduziu o que acredito!
Beijo, professor!
Olha que interessante: comecei discordando e já preparando o contra-argumento. Mas o poema continuou... e o final traduziu o que acredito!
Beijo, professor!
Valeu, Marcelo.
Bretch foi um dos grandes. Já não se fazem mais humanistas assim.
Um abraço.
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