A Dengue, na verdade, é a materialização de tudo o que está errado nos governos (todos) que administram (?) o Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense, é a materialização de rosto do Serra, enquanto Ministro da Saúde, e dos outros que sentaram a bunda em cadeira tão séria (mas que parece ser administrada com muita estupidez). A Dengue, na verdade, é a resposta que chegou para a pergunta que muitos já fizeram: estamos abandonados?
Estamos abandonados por tanto tempo que esquecemos a dignidade, a noção de que a Dengue só existe porque há políticos assassinos nos degraus mais altos do poder. 59 pessoas morreram da doença no Estado do Rio porque sucateamos ambulâncias e não punimos os culpados, porque vimos José Serra extinguir os agentes responsáveis pelo controle da Dengue e, ao invés de o repreender, resolvemos o presentear com a cadeira de Governador em Sampa. A Dengue existe porque moramos no trópico. A Dengue mata porque não porramos os responsáveis por esta chacina.
O que mete medo é a consciência de que o Estado faliu. A saúde no Rio (e não só) é ineficaz, marginal e absurdamente amadora. Impressiona a maneira inumana de como o povo é tratado nos hospitais públicos, sobre como os números são escondidos da imprensa, sobre como não há estrutura possível para tratar a todos. Mortes, na Baixada, principalmente, estão acontecendo porque, na falta de leitos ou recursos, os doentes estão voltando para casa, depois de medicados, muitas vezes, com um simples tylenol. Não há plaquetas para se injetar nas vítimas.
59, mas serão mais, tenho certeza. Certeza essa que nasce da impotência que sinto, na culpa que tenho e na sordidez da política, demasiadamente humana.
Estamos abandonados por tanto tempo que esquecemos a dignidade, a noção de que a Dengue só existe porque há políticos assassinos nos degraus mais altos do poder. 59 pessoas morreram da doença no Estado do Rio porque sucateamos ambulâncias e não punimos os culpados, porque vimos José Serra extinguir os agentes responsáveis pelo controle da Dengue e, ao invés de o repreender, resolvemos o presentear com a cadeira de Governador em Sampa. A Dengue existe porque moramos no trópico. A Dengue mata porque não porramos os responsáveis por esta chacina.
O que mete medo é a consciência de que o Estado faliu. A saúde no Rio (e não só) é ineficaz, marginal e absurdamente amadora. Impressiona a maneira inumana de como o povo é tratado nos hospitais públicos, sobre como os números são escondidos da imprensa, sobre como não há estrutura possível para tratar a todos. Mortes, na Baixada, principalmente, estão acontecendo porque, na falta de leitos ou recursos, os doentes estão voltando para casa, depois de medicados, muitas vezes, com um simples tylenol. Não há plaquetas para se injetar nas vítimas.
59, mas serão mais, tenho certeza. Certeza essa que nasce da impotência que sinto, na culpa que tenho e na sordidez da política, demasiadamente humana.
4 comentários:
Pois é, Marcelo, e infelizmente surgiram mais vítimas. Já se começa a temer por uma epidemia também aqui em BH. Não duvido que aconteça. Um abraço.
Olá Professor,
é isto, já são mais mortos, aí no Rio, aqui em BH.
Eu fico apavorada e parecendo uma louca exterminadora dentro do barraco perseguindo e matando pernilongos, aqui aparece muitos e as meninas são alérgicas às mordidas, moço é uma doideira.
beijo procê Marcelo
Excelente, excelente a sua crônica. Esta é uma análise real, lúcida e objetiva. E o seu sentimento é o mesmo meu. mas até que ponto somos mesmo impotentes?
um beijo, marcelo. e parabéns pela crônica
Tudo verdade, Marcelo. E tendo em vista a extensão do estrago, uma verdade daquelas que deixam a gente com vergonha de ser brasileira.
Beijo pra você.
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