Alguma coisa deu muito
errada nas ruas de Sampa. Alguma coisa esta fora da nova ordem mundial e pegou
pra todo mundo. Não era para ser assim. Os jornais do dia anterior e do dia em
questão (São Paulo, 12 e 13 de junho de 2013) não só deixavam claro, na sua
linha editorial, todo o apoio às tropas truculentas dos trocentos trogloditas
do governo e das elites como, na capa da Folha, inclusive, dava o tom do governo
paulista em letras colossais: Governo de
SP diz que será mais duro contra o vandalismo.
Sim, meus queridos, o
governo disse “vândalos” e a Folha reproduziu (in)jornalisticamente a palavra,
como que generalizando tudo. O protesto acabou, só restou o “vândalo”. Muito
interessante e revelador. Mas, como eu já disse, alguma coisa mofou ou fedeu no
reino da Dinamarca.
Fedeu porque esqueceram
de avisar ao aparelho repressor que haviam jornalistas destas empresas que,
editoralmente, apoiavam a truculência. Infelizmente, o troglodita não soube
perdoar ninguém e sobraram borracha e bombas vencidas para todos, inclusive
para os profissionais da Folha. Coitados.
Mas não é sobre isso
que quero escrever (putz!), quero mesmo é falar sobre números (fedeu de
vez...). Como sou formado em Humanas, tenho um álibi forte para mexer com
números e fazer merda.
Quero dizer que, no
Rio, cidade da minha epiderme e do meu coração, a população gira em torno de 06 milhões de habitantes. Pela pesquisa nacional feita nas grandes capitais, 61%
da população utiliza meios de transportes coletivos, ou seja, em cidades como a
Cidade do Rio de Janeiro, algo em torno de 4.080.000 pessoas locomovem-se com
os serviços oferecidos em ônibus, trens, barcas, metrô, etc. As vans foram
proibidas na Zona Sul e em alguns pontos da cidade, abarrotando ainda mais os,
já insuficientes, ônibus.
Por falar em ônibus,
34% da população nacional o utiliza nas grandes cidades como seu principal meio de transporte.
Na capital do Rio de
Janeiro são, aproximadamente, 8,7 mil ônibus (47 empresas) circulando
diariamente.
Bem, se pegarmos esta
população (34% x 06 milhões de habitantes) e multiplicarmos por R$ 0,20 (vinte
centavos) teremos um valor diário de R$ 408.000,00. Multiplicando pelo mês de
junho (mês em que o aumento entrou em vigor) teremos (calculando 24 dias) R$
9.792.000,00 (sim, quase 10 milhões). No final do ano (vezes 12) terei um lucro
de 117 milhões 504 mil Reais.
Arrecadar 117 milhões
(aproximadamente)... E tudo começou com uma miséria de 20 centavos! Nossa!
Quantos ônibus com elevadores funcionando, ar-condicionado e motoristas
capacitados eu colocaria para rodar? Quantos trens que não avariam? (trens não,
por favor!). Quantos funcionários, reformas, serviços descentes? Pois é... Dá
para construir um estádio de futebol? Dá, é só não superfaturar. Bom, se dá
para construir um estádio, quantos terminais de ônibus com atendimentos de
primeira? Alguns? E aumento salarial descente? Vamos fazer as contas? 8,7 mil
ônibus em circulação equivalem a 8 mil e 700 motoristas? R$ 9.792.000 : 8.700 =
1125.5172241379. Aumento de R$ 1. 125,00 para cada motorista.
Ahahahaha!!!!!!!!! Isso
com 20 CENTAVOS!
Ah!, tem os trocadores!
Bem, divida esse resultado por 2 – e nós sabemos que muitos veículos não
possuem cobradores; na verdade são (absurdo!) os próprios motoristas que,
também, funcionam na cobrança das passagens.
Ah!, mas tem os
fiscais, porteiros, etc. Tudo bem, subtraia por 4...
R$ 281,00 de aumento
direto no bolso do funcionário. Alguém aí é motorista? Alguém aí continua
achando a opinião do Arnaldo Jabor coerente ou a seu favor?
Querem que eu diga o
que é vandalismo?
Qualquer dia eu digo.
Um comentário:
http://rachelsnunes.blogspot.com.br/2013/06/a-logica-nada-oculta-sob-as.html
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