As manifestações continuam e
continuam bonitas. Tirando algumas coisas assustadoras (não, não falo da
violência do quebra-quebra) como a Narcisa (que não morre afogada!) protestando
em frente ao apartamento do P. Álvares Cabral, garotos esquisitos numa revolta
sem nexo empunhando faixas contra a PEC 37 sem saber o que significa a tal PEC
37 (protestar bem sobre algo que não sabe é perigoso, pois um dia...), enfim, tirando essas coisas, as manifestações estão fazendo os políticos...
Bem, os políticos... É preciso mais passeatas.
A presidenta se posicionou bem,
ou pelos menos fez o que dela se esperava e, ao que tudo indica, será
beneficiada pelas mudanças que ocorrem no país, pois os 100% dos royalties
destinados à educação (75 Educação e 25 para Saúde) já era um projeto do
governo (antes defendida por Cristóvam Buarque – justiça seja feita – que já foi
do PT), o povo decidindo sobre a (tão sonhada no governo Lula) reforma política
– para angústia dos veículos midiáticos que servem exclusivamente à classe
dominante – e a importação de médicos estrangeiros (de preferência cubanos)
para atuarem em áreas esquecidas pelo Brasil democrático e que mora em
condomínio são boas reafirmações. 35 mil vagas serão abertas para os formados em Medicina, sejam
brasileiros ou não.
Em outras palavras, a presidenta
colocará em prática tudo aquilo que ela e outros tantos sempre quiseram, mas esbarravam
na preguiça sorridente dos conchavos, da corrupção, ou eram derrubados pela
oposição que só se opõe ao Brasil, nada mais.
Enquanto isso, o ministro Aldo
continua a me decepcionar. Mas ele é uma voz sem sorriso no meio das poucas,
mas boas conquistas dos últimos dias. Preocupam-me apenas duas coisas. Coisas
importantes.
A primeira é a presença da
direita nas manifestações. Pior do que estarem ali sem saber muito bem o porquê
é estarem ali com um objetivo que foge completamente às propostas que se
pulverizam, pois o que parece ser o melhor dessas passeatas também é o seu
limbo: a falta de lideranças e objetivos claros, concretos e específicos. É bom
porque significa que foi o povo (ou parte dele) quem deu origem aos protestos. É
ruim porque, na falta de cabeças, dialoga-se com quem? Quando a situação avança
rumo à direita, quem puxa para o centro outra vez? Quando a mídia tenta
esfumaçar os olhos dos leitores e telespectadores, quem toma a frente?
Pois é.
A segunda, e não menos
importante, foi agora, agora, portanto, devo esperar mais um pouco para ver no
que é que vai dar: alguém vai perceber que a polícia acabou de assassinar e
fez, faz e fará chacinas em pobres ou a passeata é só para os dissabores que atormentam a
classe média? Bandido bom é bandido morto? Então tá. Depois querem reclamar de violência policial...
Espero que não.
Atenção, cariocas! As Olimpíadas
podem ser resolvidas e o dinheiro pode ser aplicado com responsabilidade. A
Copa está aí, mas nas Olimpíadas já falam em velódromos de 150 milhões de Reais! Vamos deixar para 2016?
As
conquistas não serão televisionadas. Pelo menos não pela globo news e canais do tipo.
A PEC 37 caiu graças aos deuses! O MP precisa ser melhor, ninguém duvida, mas só a polícia... Ditadura começa assim.
Bem, não no Brasil.
Aliás, vamos ficar de olho na PEC 99? Que tal?
A PEC 37 caiu graças aos deuses! O MP precisa ser melhor, ninguém duvida, mas só a polícia... Ditadura começa assim.
Bem, não no Brasil.
Aliás, vamos ficar de olho na PEC 99? Que tal?
2 comentários:
Marcelo, em relação à violência policial contra os pobres, não creio que a questão vá sensibilizar recém convertidos à causa de um Brasil melhor. Esta onda de protestos tem, também, uma boa parcela de oba-oba, festa, pose para a mídia e modismo inconsequente ("rave-arrastão", como definiu o poeta Gil. Além disso, chacinas não repercutem no Jornal Nacional (e, atualmente, nem nos programas jornalísticos-policiais). Como não dão Ibope, os feios, sujos e malvados terão que se virar sozinhos. Não esperam apoio dos filhos da classe média.
E esse é o problema, Jens. Esse pessoal, cheios de idealismos, ainda não sabe, mas só querem mudar o que incomoda a eles.
"Abaixo à corrupção" é algo muito genérico. Vamos mudar o quê? Vamos depor os políticos que estão lá para colocar quem?
Quando a coisa fica genérica, só uma banda toma proveito: os corruptos, a banda podre e desgraçada.
E, sim, a manifestação é totalmente pulverizada de propostas justamente porque muitos são puro oba-oba, correm no primeiro tiro de borracha.
Enfim, situação interessante vivemos. Vamos ver no que dá.
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Abraço forte!
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