Ele poderia até ser o vilão dos
que, por cima, estupraram, por 27 anos, a sua liberdade física.
Ele poderia até ser o líder que,
no rancor, observa de cima da montanha do superhomem nietzscheriano os pretos
engolindo os brancos.
Ele poderia ser deus e se aposentar
naquele derradeiro instante em que o sol brilhou e ele saiu dos braços da
prisão.
Escolheu errar e ser humano.
Escolheu acolher a todos, sem ressentimentos ou revanchismos. Escolheu dar a
cara a tapa. Escolheu. E as escolhas são assim, sem méritos ou previsões.
Eu o amo porque não faço ideia de
como é estar na sua pele linda, negra e africana. Amo a sua característica de
amar incondicionalmente, mesmo no ódio alheio. Amo-o porque sei jamais ser tão
lindo.
Ele está muitos mil quilômetros
de mim, mas eu o tenho aqui, como uma referência nas decisões, como a
materialização da Democracia que tento ter ao meu lado, orientando-me nas horas
sedentas da noite escura.
Madiba, feliz aniversário!
Nenhum comentário:
Postar um comentário