Muitos vão e vêm, a vida é assim, jeito não há; ou fecha os olhos e mergulha, ou vai à superfície esperar a primeira chuva (sente-se chover mesmo estando molhado). Em tempos como esse, nada mais justo que a animalização fique aflorada, mas para tudo há limites suportáveis.
Professores que ganham menos de R$400,00 por mês não podem estar felizes com a profissão que escolheram (e muitos brasileiros ganham muito menos que isso); trabalhadores escravizados em fazendas em Terras brasilis são anomalias impensáveis em pleno século XXI, contudo, não há descrição para senadores que, muitos dias depois visitam a bendita fazenda (no singular porque assim "eles" querem, pois são plurais, sabemos todos) e nada acham (qual partido? quem são?); Governistas ou base aliada caindo quase que literalmente na porrada por uma vaga em algum "puteiro federal" para que a "bendita" CPMF seja aprovada (com o apoio deles, é claro); polícia invadindo favelas e (agora, sim, literalmente) exterminando supostos bandidos e, por acidente, deixando crianças inocentes na linha de tiro; jornais e revistas tendenciosos, descumprindo o papel essencial da imprensa: informar (a matéria sobre Che, publicada em Veja, foi um exemplo lamentável); a saúde continua, como diz o nosso Presidente, a melhor do mundo (talvez no Camboja ou em Luanda...) com pacientes pelo corredor e falta de medicamentos nas prateleiras...
Gente, queria dizer que estou torcendo ardorosamente para que o estandarte do Sanatório Geral passe rápido, mas a verdade nua e crua é que eu não sei o calibre do perigo.
O Calibre
Os Paralamas Do Sucesso
Os Paralamas Do Sucesso
Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei, da onde vem o tiro
Por que caminhos você vai e volta?
aonde você nunca vai
e que esquinas você nunca pára?
à que horas você nunca sai?
Há quanto tempo você sente medo?
Quantos amigos você já perdeu?
Entrincheirado vivendo em segredo
e ainda diz que não é problema seu
E a vida já não é mais vida
no caos ninguém é cidadão
as promessas foram esquecidas
Não há estado, não há mais nação
perdido em números de guerra
rezando por dias de paz
não vê que a sua vida aqui se encerra
com uma nota curta nos jornais
Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei, da onde vem o tiro
Por que caminhos você vai e volta?
aonde você nunca vai
e que esquinas você nunca pára?
a que horas você nunca sai?
Há quanto tempo você sente medo?
Quantos amigos você já perdeu?
Entrincheirado vivendo em segredo
e ainda diz que não é problema seu
A vida já não é mais vida
no caos ninguém é cidadão
as promessas foram esquecidas
Não há estado, não há mais nação
perdido em números de guerra
rezando por dias de paz
não vê que a sua vida aqui se encerra
com uma nota curta nos jornais
Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei, da onde vem o tiro
eu vivo sem saber...
até quando ainda estou vivo
4 comentários:
Tá difícil, eu sei, eu sei...Mas "Vai passar nessa avenida um samba popular..."
E essa música do Paralamas é muito boa.
Beijos & abraços
Marcelo:
Se a bala vem por acima nóis se abaixemo; se vem por baixo nóis pulemo; se vem pelo meio nóis se f...
***
Não te entrega, Corisco!
***
Hoje tô de bom humor.
Um abraço.
MARCELO??? Gosto da generosidade com que você publica e linka outros blogueiros mas gosto muito mais dos SEUS próprios textos. Avante, meu querido:quero "te" ler!
O calibre do perigo é como o um fuzil AR-15 ou maior....ou seja, perigoso e fatal. Muito morrerão sob a mira desse calibre, mas muito haverão de resistir ou ter a sorte de sobreviver. Mas digo uma coisa: se fomos nós que criamos esse estado de coisas, tb nós poderemos mudá-lo.
Tudo que é fruto da ação humana é mutável e, felizmente, ainda n perdi a esperança, nem cai no discurso ideologizante que deseologiza do chamado pós-modernismo, que, além de niilista é incrédulo em relação à força da ação coletiva.
Posso até estar sendo uma marxista ortodoxa nesse discurso, mas que bom que ainda sou algo.
;)
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