Terça-feira será um dia importante para a bandidagem. Ao que tudo indica, colocaremos UPPs nas favelas, mas continuaremos enchendo os bolsos dos seus donos. Elio Gaspari, em sua coluna dominical na Folha de São Paulo (Pág. A16) escreveu:
“Na noite de quarta-feira, o plenário da Câmara abriu o caminho para a legalização da tavolagem.
Aprovou o regime de urgência para a votação do projeto dos bingos, que deverá ocorrer nesta terça-feira. Com o apoio de uma parte do PSDB e do DEM, a bancada governista garantiu 258 votos, um acima do necessário.
Na votação desta semana poderão aprovar o projeto com muito menos, até com 129.
O PT assumiu uma posição interessante. Ficou a favor do pedido de urgência, mas anunciou que é contra a iniciativa. Algo como dizer o seguinte: ‘Nós ajudamos no mais difícil, que é abrir o cofre; depois, é com vocês’.
O incentivo à tavolagem não foi o último ato da atual legislatura, mas o primeiro de uma nova era. Com o sem ‘graninha’, o principal projeto da maioria governista será uma reforma política que institua o voto de lista, pelo qual os eleitores perdem a prerrogativa de escolher nominalmente seus candidatos a deputado.”
Muitos carregarão pedras de diversos tipos e tamanhos no decorrer da vida. O Bingo e a polícia são duas que terei que carregar enquanto banalização do discurso. Não tenho nada contra o sujeito que gosta de fazer a sua “fezinha” nas patas do cavalo, nos números do bicho ou no sonho da mega-sena; o que me incomoda profundamente é a alegação de que é preciso que as casas de bingo voltem a abrir, pois gera um número “x” de empregos. É. Mas se passarmos por cima da lei tendo em vista a geração de empregos, deveríamos incentivar o tráfico de drogas, ou não? Claro! A comparação é absurda. Absurda? Vejamos.
Disse que nada tenho contra a aposta inocente do cidadão que quer perder o seu dinheiro, mas tudo contra as casas que proporcionam este prazer. Por quê? Porque sabemos quem são os seus donos e não sabemos nada, absolutamente nada sobre o rio que corre por baixo deste negócio; apenas suponhamos que muitos morram neste e por este rio, além dos patrocínios e atividades coligadas diretamente com ele: prostituição, tráfico de armas, drogas, etc. Sem contar que, uma máquina na mão de bandido nunca será programada para que a sorte seja democrática. Não sejamos inocentes, jogatina é, em qualquer parte do mundo, controlada por mafiosos. O lobby que corre na Câmara é um exemplo disso.
Janio de Freitas, na sua coluna intitulada: “Corrupção? Bingo!”, deste domingo, também na Folha (pág. A6), abre desta forma:
“O maior feito da corrupção na Câmara durante a legislatura que finda, capaz de igualar em uma só imoralidade todas as outras dos atuais mandatos, está armado para concretizar-se nesta semana com a ajuda das lideranças partidárias. É a aprovação do projeto para legalizar os bingos, com o acréscimo de um penduricalho que legaliza também os caça-níqueis. A compra de deputados pelo lobby dos bingos é livre e escancarada, e já vitoriosa na concessão de urgência ao projeto, para ser votado ainda pelos atuais parlamentares.”
Eu também falei da polícia, não é? Qualquer dia desses eu digo o que penso da Corporação... Policial.
3 comentários:
Mais um episódio dessa novela grotesca. Brasil terá uma Las Vegas em breve?
Que voltem os bingos! Assim minha avó sai de casa de vez em quando e me deixa em paz!
Agora falando sério: Marcelo, Jânio de Freitas foi preciso: é o maior feito em matéria de corrupção dessa legislatura. Por quê? Porque advinha quem são os donos desses maravilhosos "centros de entretenimento" (e lavanderias gigantes de dinheiro criminoso)? Boa parte destes mesmos parlamentares...
E tem gente preocupada com o Tiririca...
Olá Professor,
desculpe se não comento sobre as máfias criminosas que tanto nos faz mal.
Mas, Marcelo, você que é muito bom nas pescarias e quarda neste Resumo pérolas preciosas, venho para levar uma, uma da B.
beijo e tudo de bom
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