quarta-feira, 19 de maio de 2010

Campanha 0800: só a mídia sabe fazer

Posso fazer campanha eleitoral brasileira? É diferente das campanhas eleitorais sérias. Aqui ninguém está preocupado em dizer como fará a diferença, como a sua equipe consertará o motor da FIAT 147 chamada Brasil. Todos, sem exceção (ou com quase imperceptível exceção), querem é descer a porrada no adversário, mesmo que a sua solução seja nula ou catastroficamente muito pior que a vigente, com rima e tudo.

Mas o que mais me impressiona não são os partidos que querem ganhar a eleição. Eles estão certíssimos em querer ganhar (fenômeno inverso só nos nossos times de futebol que andam se contentando com vaga em Libertadores; de título ninguém mais fala, como se isso fosse heresia), e se isso significa descer o cacete no Lula, então que o porrete seja aplicado! Nada contra. O que causa náuseas são as corporações de sempre tentando minar a floresta. Veja o título de O Globo online (18 de maio): “Na contramão dos grandes, China elogia acordo nuclear com o Irã”. Antes o problema era a manipulação das pesquisas eleitorais, quando todos os “grandes” afirmavam que o Serra estava à frente da Dilma e o Sensus, “na contramão dos grandes”, resolveu divulgar que estava, pra ser sincero, o Governador empatado com a ministra (deu processo por parte do PSDB e “os grandes” apequenaram-se).

O mundo todo (ou seja, os que mandam pra cacete nessa porra toda) quer explodir o Irã. Não, não se quer apenas explodir o Irã, os “homi”querem “Atolá-Sem-Camisinha” no Irã.

Os jornais americanos dizem que o acordo foi uma cartada do Ahmadineijad, a imprensa internacional (Leia-se americana e europeia) acha que o acordo dificulta as sanções. Resumindo: ninguém quer achar uma solução para o impasse, o que querem mesmo é acabar com Sr. Presidente Mahmoud Ahmadinejad e, se de quebra morrer o povo iraniano, bem, foda-se.

Sanções em países já miseráveis são, vias de fato, para sufocar a nação até o desespero absoluto, o que leva, inevitavelmente, o país sancionado a fazer uma merda e, então... Guerra. Mas parece que os nossos “grandes” não dão a mínima para isso, querem mesmo é desdenhar do presidente Lula e, de rebarba, bater na sua presidenciável Dilma. Só. Refletir sobre o como e o porquê não interessa. Afinal, somos todos Homer Simpisons (já disse um jornalista que forma profissionais em 6 meses)!

3 comentários:

Cris disse...

Oi, meu lindo,

Você é lúcido.Não está idealizando ninguém mesmo quando há preferência( Lula , né?).Sabe porque não fazem nada pela diferença?Porque ela não existe. As moscas que o diga.

Beijão.
(viu só que teste mais porreta?)

Roy Frenkiel disse...

Voce sabe, Marcelo, que tudo eh muito mais complicado do que simplesmente isso. Uma coisa que tem me deixado chateado ha anos na blogoesfera e como as pessoas tem uma imagem destorcida dos EUA, o que acaba se tornando ironico quando o proprio EUA tem imagens destorcidas dos brasileiros, iranianos etc. No ultimo texto do blogue, que ja faz um tempo, escrevi sobre a mutua falha na percepcao entre o Ira e os EUA. Mas ate mesmo nesse contexto, segundo as pesquisas, os iranianos nao tem nada contra a populacao estadunidense, e sim contra o regime. O regime e apenas a expressao dos interesses da nacao soberana, e nesse sentido, os EUA tambem sao contra o regime iraniano. Logo nao sei se estamos falando de so "acabar com Ahmadinejad" e se "o povo morrer, foda-se". Esse nao e o calculo governamental desse administracao, e certamente nao da esmagadora maioria da populacao. Nao seria interessante pros EUA isso, e se fosse ja teriam atacado. A questao e economia, petroleo, estabilidade regional e influencia regional, algo que todos os paises que podem, fazem, e no dia que o Brasil puder fara tambem de olhos fechados.

Quanto a estar contra o Lula, essa midia brasileira e das mais estupidas que ja vi em minha vida (e ja vi midias boas de alguns bons paises). E a mais incompleta, mais irracional, e mais simplesmente burra, infantil, entao nada me surpreende.

Finalmente, so tome isso como uma analise de quem esta aqui e acha que tem muita gente no Brasil viajando na maionese, mas a realidade e que sim, ha motivos concretos para a desconfianca nesse aspecto (Lula-Ahmadinejad), querendo ou nao e concordando ou nao.

Abraxao,

RF

Marcelo F. Carvalho disse...

Roy, a sua colocação é, parafraseando a amiga Cris, muito válida e lúcida. Aliás, é isto o que quero entender: por que a "grande" imprensa não faz uma análise (contra ou a favor) de verdade, ao invés desse coquetel superficial que confunde e manipula mais do que esclarece.
Particularmente, pegandoa sua própria colocação, aqui e no seu (excelente) blogue: países agem por interesses próprios. Esta é a maior verdade. Se fosse o Brasil, império como o são os EUA, certamente teríamos outro tipo de postura. Não discordo disso (e, sim, Obama e Democratas possuem uma preocupação com a política externa infinitamente maior do que Republicanos; isto é fato).
Só discordamos quanto a posição do povo americano. Ainda acho que uma parcela enorme dos estadunidenses (principalmente republicana) agem como se os EUA fossem o umbigo do mundo e muitos jornais entram nesse "filão" patriótico que não leva a lugar algum.
Também acredito que as sanções não alimentam outra coisa que não a revolta e o velho rancor contra o ocidente. E, nisto, governos com alto poderio bélico adoram fazer: sufocar para impor a "sua" realidade.
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Mas Roy, por favor, sinta-se à vontade para colocar a sua visão o quanto quiser. Este blogue necessita disso. Se quiser escrever um texto sobre, publico com entusiasmo!
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Abraço forte!