quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Professores, Polícia e a Política Cafajeste

Parece que o meu (des)governador Sergio resolveu assumir de vez o seu lado, digamos... Melancólico. Explico: houve por estas bandas do Rio de Janeiro, um político chamado Moreira Franco (incrível, mas também era PMDBista) que adorava jogar gás sobre os professores.

Pois é, eu pensava que o Serginho fazia choque de ordem apenas nas favelas, matando os pobres e dilacerando a dignidade dos fodidos. Sabe como é, não é mesmo? Pobre só conta em estatísticas de governo neoliberal e em dia de eleição, fora isso, os governos, todos eles, atiram para matar, com Bope ou sem Bope. Em favela, é sempre “faca na caveira”.

Políticos do PSDB e DEM (!) repudiaram a atitude da PM, enquanto a esquerda... Bem, a esquerda..., Bem, o PT apoia o Serginho para Governador...

Enfim, eu poderia discorrer (ou correr) “sobre a diferença entre estar sob ou sobre o suor do descaso”, mas as fotos falam pó si.




Rio - As escadarias da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e parte da Avenida 1º de Março viraram terça-feira um campo de batalha. De um lado, a Polícia Militar e o Batalhão de Choque; do outro, professores que faziam manifestação por melhores salários e plano de carreira.

O tumulto teve início quando, durante a concentração dos manifestantes, um deles teria desacatado um Guarda Municipal. PMs tentaram prender o homem, identificado como “Paulão”, mas foram impedidos pelos colegas do acusado. Acuado pela multidão, um dos policiais sacou a arma. Outros usaram gases e bombas de efeito moral. Em seguida, entrou em ação a tropa de choque, que, com balas de borracha e mais bombas, controlou a situação. O homem foi detido e encaminhado à 5ª DP (Mem de Sá). A operação policial foi coordenada pela comandante do 13º batalhão, tenente-coronel Edite Bonfadine.

De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe), oito pessoas foram feridas durante o confronto, sendo quatro alunos e dois professores da rede estadual, além de dois fotógrafos que faziam a cobertura da manifestação. A Alerj informou que fez dez atendimentos em seu centro médico e que cinco professores foram encaminhadas para o Hospital Souza Aguiar, feridos por estilhaços.

Durante a confusão, alguns deputados tentaram impedir que o conflito continuasse, “no sentido de não tratar os manifestantes com violência”, como disse Luis Paulo Correa da Rocha (PSDB).

O deputado Rodrigo Dantas (DEM), abordou a atuação da Polícia Militar.

– Não imaginava que, em plena democracia, a PM iria soltar bomba em cima de professores. O que aconteceu aqui foi uma covardia.

Para uma das diretoras do Sepe, Gesa Correa, a atuação da Polícia Militar, reflete “a forma como o (governador) Sérgio Cabral trata a Educação no Rio”.

– Não havia necessidade dessa confusão. Essa é a intransigência desse governo. Viemos acompanhar a votação, e fomos tratados desta forma.

Projeto do governo

O que motivou a manifestação foi a votação do projeto de lei 2474, entregue pelo governador Sérgio Cabral. Aprovado terça-feira pela Alerj com quatro emendas e na forma de um substitutivo, o texto determina que, a partir de outubro, a gratificação Nova Escola seja incorporada gradativamente, até 2015, aos vencimentos dos professores. O governo cedeu ao dar um aumento de 12% para o profissional que muda de nível no plano de carreira, uma das principais reivindicações dos professores. A proposta original previa reajuste de 7,5%.

O secretário de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa, explicou que “o novo projeto representará um enorme esforço fiscal e orçamentário, com impacto adicional de R$ 1,5 bilhão sobre a proposta anterior”. Ao fim de seis anos, a incorporação da gratificação Nova Escola será um investimento de R$ 5,2 bilhões, e os servidores beneficiados receberão um aumento de 57%. Ele acrescentou ainda que 95 mil servidores ativos e inativos (que atualmente não são beneficiados pela gratificação) passarão a receber e, além disso, todos terão esses valores garantidos na aposentadoria.

Durante a confusão, a Avenida 1º de Março chegou a ser fechada durante 40 minutos ao tráfego, e o trânsito ficou muito complicado no Centro do Rio.

Posição da secretaria

A Secretaria de Estado de Educação informou que “aproximadamente 6% dos professores da rede de ensino paralisaram terça-feira suas atividades, sendo que o maior índice se concentrou na região metropolitana”. Segundo a secretaria, “cada escola tem autonomia para definir o calendário de reposição dessas aulas, considerando que não deve ultrapassar o dia 23 de dezembro. Cada escola deverá se comunicar com a respectiva coordenadoria regional para informar o calendário de reposição”. Foi dito ainda, que “os faltosos terão o dia da falta descontado de seus vencimentos”.

3 comentários:

Anônimo disse...

Marcelo, depois me perguntam por que sou tão pessimista...

BirdBardo Blogger disse...

Como diria Aécio Neves:
"Professor pra aumentar renda tem que vender avon"
Nota-se o tratamento dos fascistinhas para com a educação, diretamente ao educador...

Marcelo F. Carvalho disse...

Com um agravante social: se os milicas fazem isso com gente instruída, diplomada e, teoricamente, conhecedora dos seus direitos, imagina dentro da favela, longe dos holofotes midiáticos...