quarta-feira, 16 de julho de 2008

OS OLHOS DA RUA

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Gerimaldo Nunes[ in Correio das Artes. João Pessoa, 1996 ]

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meu pai espiava a rua

de uma forma diferente

colhia cada pedra

cada paralepípedo

.

olhos abertos

fixos.

desvendava assim mundos

que muitas vezes nem existia

.

roubei do meu pai seus olhos

e seu olhar.

devoro a rua

com a mesma fome,

o mesmo medo.

e crio monstros invisíveis

pra me distrair.

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* Poema encontrado aqui, ó:

Balaio Porreta 1986

6 comentários:

Anônimo disse...

Marcelo, meu camarada, fiquei um tempo sem visitar a "sua casa", mas agora atualizei as leituras, finalmente.

Eu conheci esse blog (Balaio Porreta) graças ao Meneau. Leio de vez em quando e, realmente, aparece muita coisa boa por lá.

Sobre essa decisão do presidente do Supremo em soltar o D. Dantas: também tenho muita vontade de soltar uns palavrões!

Um abraço.

Moacy Cirne disse...

Valeu, cara!

Jens disse...

Muito, muito bom. Grande achado, Marcelo.
Um abraço.

Vais disse...

Olá querido Professor pescador Marcelo,
li este lá no Balaio, boa escolha.
Que bom né, que a Acantha voltou.
beijo procê

Roy Frenkiel disse...

Grande, nem acredito que ainda nao tinha visitado sua casa. Pode dizer, Mal Vizinho com maiusculas!

Respondi ao Professor Tony nos comentarios do ultimo texto postado em casa. Acho que isso melhor explica o que aconteceu em relacao ao New Yorker.

Quando a esse poema aqui postado, posso dizer que me remete a memorias interessantes. Esteja linkado!

abraxao

RF

dade amorim disse...

Muito bom, Marcelo. Vou lá no Balaio, paragem obrigatória, né?
:)Beijo pra você e feliz Dia do Amigo!