quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A tropa que assusta a Elite

Extra! Extra! Bandidos incendeiam ônibus em todos os pontos do Rio de Janeiro. Quem estava pensando em tirar umas férias por aqui, cuidado! O bicho-tá-pegando de verdade e não há, até agora, nenhuma palavra conotativa. É o Rio 40º! Cidade Maravilha purgatório da beleza e do caos!

E por falar em Rio, o Governador do Estado acaba de entupir o Hospital Estadual Getúlio Vargas de médicos para o atendimento das vítimas da violência carioca que, por enquanto, andam ultrapassando o já assustador limite de vítimas da semana passada. Dizem as línguas irônicas que há mais médicos do que pacientes no hospital. Isto comprova duas coisas:

1º - O Sr. Exmo. Governador Band-aid (já explico o porquê) resolveu que “vai matar geral”; convocou o Van Diesel Beltrame e disse que Rambo tem carta branca para sujá-la de sangue.

2º - A partir de agora os pacientes do Hospital Estadual estão felizes da vida. Pela primeira vez em muitos anos há médicos naquela... Naquela... Naquela...

Por que há implicância da minha parte com o governador? Bem, por que a política do band-aid me é ofensiva. O sujeito herdou hospitais inapropriados para atendimento e internação por vários motivos: falta de aparelhos que funcionem, falta de medicamentos, profissionais faltosos e/ou irresponsáveis, estrutura física comprometida, falta de leitos, etc, etc, etc, etc. Qual a solução? Resolver o problema? Contratar funcionários, comprar aparelhos, medicamentos, reformas? Não!!!! A ideia, aliás, genial, é fazer inúmeros pontos de saúde avançados, com aparato de hospital, mas sem internações e estrutura para garantir o atendimento padrão de um hospital. Isto seria o máximo da realização governamental se (e eu escrevi “se”) os hospitais funcionassem, mas eles não funcionam (ou não funcionavam até hoje de manhã). E, dizem as más línguas que, depois da reeleição em cima do projeto, o grande sonho do Sr. Band-aid é municipalizar os pontos... Enfim, é tudo uma merda.

Eu tenho 40 teorias sobre o terror que assola o meu, ainda, querido Rio, mas... Vou deixar os fatos correrem mais um pouquinho. Se eu não levar uma bala achada nos cornos, escrevo mais sobre o assunto (ou não).

6 comentários:

BirdBardo Blogger disse...

Afinal o que é mais visível? Matar os bandidos ou salvar os indefesos? Cabe ao público alvo decididir...

Jens disse...

Oi Marcelo.
Na minha avaliação, a principal raiz que dá vida a este negócio sórdido do tráfico é o consumidor. É em busca do precioso dinheirinho dos drogados que o Rio está em convulsão. Acredito que quem consome é tão criminoso como quem trafica.
A solução? Não sei, mas sei que enquanto existir procura haverá oferta, não importa quantas UPP´s sejam criadas ou quanto traficantes sejam executados.
Liberar as drogas de vez? É possível que esteja aí a solução, quem quiser se matar, mate-se.
Os drogados são doentes? Então o tratamento adequado talvez seja a terapia da bordoada, como feito em Passo Fundo (cidade do interior do RS) até recentemente, antes da intervenção da turma dos direitos humanos. Gostaria de ver celebridades de porra nenhuma, artistas, socialites e "cidadãos de bem", entre os quais destacados políticos e jornalistas (que clamam pela paz vestindo camisetas brancas nas passeatas em Copacabana), levando uns tabefes na cara e assumindo responsabilidades e encarando as consequências do seu vício. A propósito, um dos mais furibundos criticos do governo, trabalhou em um grande jornal gaúcho. No fechamento, quando alguém perguntava: cadê a coluna do fulano?, a resposta era sempre a mesma: pergunte ao pó. Hoje, o pulha é colunista de uma revista semanal. Não o li, nem vou ler, mas imagino que esteja cuspindo fogo, responsabilizando a tudo e a todos pelo inferno carioca. Entre uma carreira e outra, naturalmente.

Um abraço.

Jens disse...

Oi de novo, Marcelo.
Li no blog Ponto de Vista, de autoria de um professor de jornalismo da UFRGS e achei apropriado te enviar:

"A cena que mostra cerca de uma centena de ”marginais” em fuga de um morro para outro, no Rio de Janeiro, amplamente apontada e comemorada pelos showrnalistas globais deveria ser motivo de uma radical reflexão. Me pergunto, por exemplo, como e porquê motivos uma centena de jovens escolhem esse caminho e que relação teriam, de fato, com o crime organizado. Como é que um país tão rico como o nosso tem só deixado como opção para estas pessoas a função social de desempregados-empregados-do-varejo-de-drogas? Diante das reivindicações da mídia, o Estado deveria colocar na cadeia grande parte das populações da periferia das grandes cidades. Ninguém vai me convencer que o jovem negro e favelado prefere morrer antes dos vinte anos vendendo “buchinhas” e “petecas” de pó do que ter uma vida digna como cidadão. Não estamos dizendo que é não notícia e nem tão pouco estamos negando a gravidade da situação".

Acrescento eu: o que se pede é apenas reflexão. Se é que de fato queremos construir um país melhor.

Um abraço.

Marcelo F. Carvalho disse...

Jens, este é o ponto. Não estaríamos nós construindo escola de "bandidos" (pois negamos a oportunidade e a visão ampla) para, depois, matá-los todos, como uma pedra que cresceu demais?
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O fato, hoje, é que estamos com medo e os que moram na Baixada, como eu, aflitos com a possibilidade da Baixada ficar (ainda mais) entupida de assaltos e abandonada (mais do que nunca).
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Cris disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cris disse...

Oi, Marcelo, cuidado aí, tá bom? Tua crítica ao governador tem muito sentido.Político adora tampar o sol ( com peneiras ).

aH! Como espírita vou repetir uma frase de um querido amigo , o qual muito me ensinou sobre a doutrina: Não existe bala perdida!

Beijão.