quarta-feira, 27 de agosto de 2008

.De segunda à sexta
a procissão segue no subsolo de Venda Nova
Tudo é substituído:Os andores e velas por carteiras e papéis
As rezas e ladainhas por lamentações
Oras andam, sentam, seguem
Semblantes carregados os levam
Não são seres, são investimentos.
Pobres, jovens e velhos
Crianças correm pelas linhas amarelas
Homens e mulheres
Eles andam, encostam, sentam
Quando chegam ao final
buscam fundos, seguros, bolsas, programas
E quando saem com as misérias nas mãos
Sob o sol, miseráveis outros os espreitam
Em busca dos míseros direitos.
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Vais
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A JORGE GUINLE FILHO
em memória
Tanussi Cardoso
[ in Viagem em torno de, 2000 ]
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O que acontecerá aos céus
quando se morre um artista?
Que silêncios, que gritos
Que deuses riscam os ventos
quando se morre um artista?
O que dizer aos filhos
Aos pássaros, ao poema
quando se morre um artista?
Que pintura tão linda
Que natureza tão vil
Que fala tão amarga
quando se morre um artista?
Noiteluzsomdiapasãoharmoniavendavalfuracão?
O que sobra da vida
quando se morre um artista?
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Publicado por Moacy Cirne

5 comentários:

Jens disse...

Putz, Feticeira Vais e Mestre Moacy, juntos. É covardia, Marcelo.
Matou a cobra e mostrou o pau.
Valeu, camarada. Pra cima com a tora!
Um abraço.

dade amorim disse...

Post dos mais bacanas, Marcelo.
Beijo duplo.

o refúgio disse...

Fizeste bem em publicar eses dois poemas aqui. São muito bons!
Beijos.

Vais disse...

Ei Professor,
é, tamos por aqui e é um prazer de estar junto da publicação do Moacy, que só lendo, sentindo a morte de artistas.
Marcelo, em tempo, beijos pra Sandrinha e pra Loba pelos 'mandou bem'.
abração forte pra ti

Loba disse...

Marcelo, que belas escolhas!
Esta menina Vais é uma surpresa sempre. Um tanto incomum e por isso mesmo, admirável. Adoro a moça!
Já Moacy é leitura antiga. E é um prazer encontra-lo tb aqui!
Beijo, professor.