E mais um ano cruza a reta final e está pronto para receber a
bandeirada! É este tragicômico 2014. A gente não quer mais te ver por aqui.
E se as eleições deram pano para outras mangas e muitas
cartas escondidas, acusações e bandalheiras por todo o Brasil, fabricação de
factóide, revistas jogando o jornalismo na lama, em movimentos de puro
desespero e panfletagem, e outros fatos lamentáveis, nada foi mais
representativo do que o Lobão com suas passeatas totalmente Vida Bandida.
Nada, absolutamente nada, foi tão risível e deprimente do que assistir um ídolo
definhar intelectualmente – e olha que a concorrência foi dura. Muitos quiseram
o seu lugar, mas ele não deixou. Como um bom Lobo, tratou de morder o seu nicho
inverossímil, de convicções ébrias e etéreas e foi pra rua com o seu chapéu de
Napoleão e a barba da Al-Qaeda. Melhor, impossível.
No terreno das mortes o fôlego de Zé Maria deu inveja a muito
maratonista. Foi de uma congestão hercúlea. Desde as mais rotineiras às
chocantes. Eusébio (o Cristiano Ronaldo dos tempos em que, para ser craque,
tinha que ser pintor), Philip Seymour Hoffman (Boogie Nights, Capote, Magnólia,
Jogos de Poder... Tá bom?), Eduardo Coutinho, José Wilker, Gabriel Garcia
Márquez (Puta-que-pariu!), Jair Rodrigues, Mãe Dinah (que, infelizmente, não
previu a própria morte, nem a de ninguém), João Ubaldo, Suassuna (sacanagem,
porra!), Rubem Alves, Robin Williams (fez Bom Dia Vietnã e Sociedade dos Poetas
Mortos, pra mim já tá bom, entrou pra história), Eduardo Campos (Não me dizia
nada, mas foi trágico, forte), Antônio Ermínio de Moraes, Hugo Carvana, Leandro
Konder, Manoel de Barros (o encantador de passarinhos). Bem, eu não vou nada
bem...
E, enquanto ia numerando (com a ajuda do oráculo google, o
novo grande arquiteto do universo) os mortos que me convinham, a Alemanha fazia
o gol número 7.700 contra o Brasil.
Mas nem tudo foram lágrimas! Teve um tal de Haddad, louco de
pedra, que foi contra a postura patropi da política brasileira e, invertendo a
lógica tupiniquim, abriu guerra contra o retrocesso em Sampa. Teve o Chico
lançando livro, o Pink Floyd se despedindo, escândalos de corrupção às
toneladas (sinal de que estamos investigando os branquinhos dentro dos seus
condomínios de luxo e não, apenas, o preto favelado), as 1.000.000 de pessoas
protestando no Centro do Rio de Janeiro (e a globo dizendo ser 100 mil), Brasília
ocupada de forma magnífica (êta povo bom! Só quem não conhece a história desse
povo pode cometer a asneira de falar em gigante acordando...).
Aliás, o exoesqueleto não foi du-caralho?E a Malala Yousafzai? Linda criança no ápice do mundo!
O Botafogo caiu... Mas convenhamos: tem coisas que só acontece com o Botafogo.
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