Claro
que, quando se criou a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), eu continuei
achando que não daria certo. Como daria certo se a instituição que a
administraria tem o governo do Pedro Álvares aliado à força repressora da
classe alta disfarçada de representante da lei e da ordem? Não daria certo.
E não deu.
Hoje, sabemos que essa porra é um
engodo. Assim como a outra sigla: UPA.
A UPA tirou os hospitais de
circulação e não só é uma merda como não tem internação, não faz comida, não
possui exames de alta-complexidade, enfim, engodo. Um esparadrapo para quem
está enfartando.
A polícia age do jeitinho que a
“sociedade” quer; ela é um espelho da elite tupiniquim que fala mal do Brasil e
vai comprar bugigangas em Miami. Ela tem a concepção e o preconceito dos seus
chefes e da sua gente. Ela não enxerga o negro favelado como ladrão por ser
polícia. Ela o vê assim porque os brasileiros o veem assim. Para muitos
tupiniquins, e maioria da elite hi-tech, bandido bom é bandido morto, mas só se
esse bandido for preto e pobre; os desgraçados branquelos da elite, quando
fazem merda, merecem uma correção, uns tapinhas na bunda, nunca a pena de
morte.
Por que só os pobres merecem morrer?
Porque pimenta no cu dos outros é refresco. Quando o caso é o nosso
filho, o buraco é mais embaixo. Aliás, o buraco não existe. Como escreveu
Sartre: o inferno são os outros.
Reflexão sobre o porquê das estatísticas apontarem um número assustador
de negros mortos na favela é besteira. Ninguém quer fazer. Por que morrem
tantos pretos e pobres no Brasil pelas mãos das “autoridades”? Por que tanto
ódio?
Aliás, por que ninguém ainda percebeu que o Brasil mata seus filhos desde
os tempos mais remotos e isso em nada ou pouco ajudou a solucionar o problema
da violência por aqui? Somos um dos países quem mais prendem e mais matam e, no
entanto, o efeito disso não diminuiu a estatística.
Investimento e educação: chaves para a diminuição da criminalidade.
Coloque um comprimido e perspectiva na vida de qualquer cidadão e veremos
um bandido a menos. Tire a perspectiva da vida de qualquer cidadão e criaremos
um monstro odioso.
É um começo simples. Mas o investimento é grande e custa dinheiro. Muito
dinheiro.
Não será esse o problema?
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