Aldir Blanc
Pro heroico labrador Batuque, sempre.
Adio algumas abobrinhas sobre o bóson de Higgs e o faço porque nosso povo não merece que lhe atirem o penico de Montezuma na cara. Nunca foi tão simples ganhar o sonhado ouro no futebol masculino. Mas o Brasil de lo Hermano “Pancho” Menezes preferiu entregá-lo aos herdeiros de Zapata. E o fez de maneira bisonha.
Já havia complicado contra a Rutênia e Trinidad y Los Bagos, não lembro bem a ordem. Hermano convocou mal e escalou pior. Hermano se caracteriza por uma série de gestos cabalísticos na beira do campo. Essas mímicas já foram devastadas pelo ex-craque e comentarista Mário Sérgio. Quando a sinalização em código não rendia, Hermano se transformava em Herr Mano e ia berrar com o quarto árbitro. Talvez o ouro viesse se Neymar estivesse menos exausto de tantos comerciais, mas não creio. Com aquela caspa...
Uma constatação: como publicidade, salvo honrosas exceções, é burra!
Não percebe que, ao saturar a telinha com o mesmo sujeito anunciando carros, condicionador para pelos pubianos, etc., acaba provocando raiva no público-alvo. Até quando ganhamos, cacetada, levamos azar. Logo após o vexame, partimos para um amistoso naquele estádio sueco qualquer-coisa-Sunda, e os erros se repetiram. Aí, entrou o Pato, que tem se mostrado bom ponta de lança na zona do agrião da filha do Berlusca. O cara fez 2 gols, meio por acaso, em 5 minutos, inclusive batendo mal um pênalti e caindo sentado sobre as paparicadas nádegas. Hermano respirou até a Copa das Confederações. A verdade é que a torcida teve um único prazer: acompanhar a bola cheíssima de Thiago Silva. Também houve algum futebol de Rômulo, Oscar, e foi só. Uma palavrinha para Marcelo Se-Acha: marrento, desleal, pensa que é uma espécie de Nilton Santos pós-moderno. Nunca chegará aos meiões da Enciclopédia.
Ouvimos muito a respeito de mudanças radicais. Elas acontecem, mas só de dinheiro indo para o bolso de dirigentes vendilhões. Se o ouro não veio, sobrou la plata. Ela manda no esporte brasileiro faz tempo, e o aparelhamento do PCdoB no Ministério dos Esportes, que deveria se empenhar por melhor futuro para os atletas, vai dar com os burros albaneses na lama. Quando um homem honesto, tricampeão olímpico, José Roberto Guimarães, diz ao Trajano que só largaria o vôlei para montar um projeto esportivo nacional e não é imediatamente convocado para 2016, há algo de muito podre saindo pelo bóson da Rebellândia. Por isso, homenageei meu labrador, o Batuque, símbolo dos torcedores, tratados pelos cartolas como cães. Enquanto essa cúpula-cópula pensar primeiro em la plata, o ouro continuará na Terra do Nunca — ou do Núzman. Está chegando o Dia da Pátria. Os canarinhos, curvados ao peso de la plata gananciosa, enfrentarão o Burundi Setentrional. Hermano dirigirá nosso esquadrão. Pena. O povão, que ficou na saudade com o ouro de tolos, adoraria vê-lo, para glória de Nelson Rodrigues, montado por um Dragão da Independência.
Aldir Blanc é compositor
Jornal O Globo, Domingo, 02 de setembro de 2012, pág. 15
Adio algumas abobrinhas sobre o bóson de Higgs e o faço porque nosso povo não merece que lhe atirem o penico de Montezuma na cara. Nunca foi tão simples ganhar o sonhado ouro no futebol masculino. Mas o Brasil de lo Hermano “Pancho” Menezes preferiu entregá-lo aos herdeiros de Zapata. E o fez de maneira bisonha.
Já havia complicado contra a Rutênia e Trinidad y Los Bagos, não lembro bem a ordem. Hermano convocou mal e escalou pior. Hermano se caracteriza por uma série de gestos cabalísticos na beira do campo. Essas mímicas já foram devastadas pelo ex-craque e comentarista Mário Sérgio. Quando a sinalização em código não rendia, Hermano se transformava em Herr Mano e ia berrar com o quarto árbitro. Talvez o ouro viesse se Neymar estivesse menos exausto de tantos comerciais, mas não creio. Com aquela caspa...
Uma constatação: como publicidade, salvo honrosas exceções, é burra!
Não percebe que, ao saturar a telinha com o mesmo sujeito anunciando carros, condicionador para pelos pubianos, etc., acaba provocando raiva no público-alvo. Até quando ganhamos, cacetada, levamos azar. Logo após o vexame, partimos para um amistoso naquele estádio sueco qualquer-coisa-Sunda, e os erros se repetiram. Aí, entrou o Pato, que tem se mostrado bom ponta de lança na zona do agrião da filha do Berlusca. O cara fez 2 gols, meio por acaso, em 5 minutos, inclusive batendo mal um pênalti e caindo sentado sobre as paparicadas nádegas. Hermano respirou até a Copa das Confederações. A verdade é que a torcida teve um único prazer: acompanhar a bola cheíssima de Thiago Silva. Também houve algum futebol de Rômulo, Oscar, e foi só. Uma palavrinha para Marcelo Se-Acha: marrento, desleal, pensa que é uma espécie de Nilton Santos pós-moderno. Nunca chegará aos meiões da Enciclopédia.
Ouvimos muito a respeito de mudanças radicais. Elas acontecem, mas só de dinheiro indo para o bolso de dirigentes vendilhões. Se o ouro não veio, sobrou la plata. Ela manda no esporte brasileiro faz tempo, e o aparelhamento do PCdoB no Ministério dos Esportes, que deveria se empenhar por melhor futuro para os atletas, vai dar com os burros albaneses na lama. Quando um homem honesto, tricampeão olímpico, José Roberto Guimarães, diz ao Trajano que só largaria o vôlei para montar um projeto esportivo nacional e não é imediatamente convocado para 2016, há algo de muito podre saindo pelo bóson da Rebellândia. Por isso, homenageei meu labrador, o Batuque, símbolo dos torcedores, tratados pelos cartolas como cães. Enquanto essa cúpula-cópula pensar primeiro em la plata, o ouro continuará na Terra do Nunca — ou do Núzman. Está chegando o Dia da Pátria. Os canarinhos, curvados ao peso de la plata gananciosa, enfrentarão o Burundi Setentrional. Hermano dirigirá nosso esquadrão. Pena. O povão, que ficou na saudade com o ouro de tolos, adoraria vê-lo, para glória de Nelson Rodrigues, montado por um Dragão da Independência.
Aldir Blanc é compositor
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