Dou as caras e os cornos hoje para ser chato, para refletir ou “opacar”. Preciso dos efeitos ultra-violeta e das verdades que nunca são absolutas.
Dou as caras (e tenho muitas, como qualquer ser humano) porque uma coisa me anda incomodando insistentemente. É a opinião que se generalizou sobre o caso Renan.
Antes de fazer a única pergunta, objetivo deste texto meio sem vida, devo admitir (e ainda com orgulho, acreditem!) que sou filiado ao PT e ainda acho ser o único partido que existe verdadeiramente no país. Gostaria de declarar minha profunda admiração a pessoas declaradamente esquerdistas (apesar de não acreditar em lados, cores e credos) de renome ou não. Encontro na esquerda um ideal mais humanista e voltado para o espírito humano. Espírito humano, sim, porque sem espírito, qualquer riqueza é niilista, mas com ele, é possível ser pobre e feliz, apesar da mídia pregar o contrário. Espírito no sentido “terráqueo”, sonhador, energia que flui do orgulho, da fraternidade e da esperança no homem; nada a ver com Kardecismo, rosacrucianismo ou algo parecido, apesar de ver com bons olhos todas as doutrinas, ordens e religiões (causam efeito regularizador em certos homens e ajudam muitos a lidar com certos medos).
Estou sendo prolixo... Volto ao objetivo.
Muitos bons formadores de opinião andam escrevendo e falando (esquerdistas, muitos deles) que a mídia bombardeou o “pobre” do Renan por quatro meses, mas esqueceu ela de apontar, cuspir ou cagar na cabeça de políticos e/ou trogloditas piores e de pior índole. Ouvi muita gente boa dizendo que Renan é pouca coisa comparado aos desgovernos em São Paulo (tucanato) e Minas Gerais (também). Querem a verdade (a minha, pelo menos)? Concordo em gênero e número. Os tucanos e as prostitutas do nosso Brasil fizeram estragos maiores que esse. Bem, os tucanos mais que as prostitutas, isso é certo. Contudo, devo absolver o presidente do Senado com a alegação de que existe coisa pior? Devo esquecer o meu querido Renan porque a mídia é “golpista”? Gente, a mídia pode ser golpista (e acredito que seja), mas há um “enorme erro” em atormentar por quatro meses um político que se recusa levantar de uma das cadeiras mais importantes do sistema democrático de um país, mesmo com todas as provas contra ele? Estamos falando do Senado, pessoal!
Ops, fiz duas perguntas e não cheguei à Pergunta... Sigo, pois!
Obviamente, o caso Renan despertou-nos para o que antes era intrínseco: o confronto entre as esquerdas e os setores midiáticos, mas não se pode virar as costas para o explícito só porque as entrelinhas são mais interessantes! Não se pode defender um corrupto só porque seu partido é o meu ou porque acredito ser ele a bola da vez, o bode ornamentado e inflado pela oposição.
Se absolvo o Renan porque quem o acusa é meu inimigo, como posso chamar de podres e blasfemos os pais que defendem ardorosamente seus filhos bandidos, delinqüentes que colocam fogo em índio e espancam mulheres, se faço o mesmo?