terça-feira, 25 de agosto de 2015

Uma boa aula de mau jornalismo



Existem muitas maneiras de se ensinar a fazer bom jornalismo. Uma delas, sem dúvidas, é ensinar como se faz o mau jornalismo. Esse é um ponto chave do livro de Umberto Eco Número zero, que se converte, ou converterá, em um manual de como não se deve fazer um jornal, por exemplo. Evidente que concordamos que notícias e verdades não são a mesma coisa quando estão isoladas, como disse Walter Lippmann em Opinião Pública, assim como mentiras e notícias não devem ter relação.

O mais novo livro de Eco se passa em 1992, quando as novas tecnologias passam a despontar e as incertezas do futuro do jornalismo passam a ser certezas inverossímeis e históricas, das que dizem que uma mídia acabará com a outra. O livro se passa em Milão e suas vielas e é ambientado na redação de um futuro jornal, que trará aos leitores o amanhã na edição de ontem, “com artigos aprofundados, suplementos investigativos, previsões inesperadas”. Quem conta a história é o ghostwriter Colonna, que trabalha diretamente com o editor-chefe da publicação, Simei, que na primeira reunião de redação explica o que vem a ser um “número zero”:

“Um número zero pode ter a data que se quiser e pode ser perfeitamente um exemplo de como teria sido o jornal meses antes, suponhamos, quando a bomba explodiu. Nesse caso já sabemos o que terá acontecido, mas vamos falar como se o leitor ainda não soubesse. Portanto, todas as nossas indiscrições terão gosto de coisa inédita, ouso dizer oracular. Ao cliente, nós deveremos dizer: veja como teria sido o Amanhã se tivesse saído ontem. Entenderam?”

Basicamente, os jornais contam as histórias de ontem no amanhã e não ao contrário. O que faz o jornal Amanhã ser um exemplo de mau jornalismo não é necessariamente o fato de tentar contar os fatos de amanhã na edição do jornal de ontem, mas sim, a maneira pela qual se objetiva alcançar esse feito que, além de tudo, ignora o presente. Difamar, chantagear e prestar serviços duvidosos a um proprietário confidencial, através da fofoca e da insinuação, caso algum leitor ou jornal tente desmentir os “fatos” publicados. “Insinuar não significa dizer algo preciso, serve só para lançar uma sombra de suspeita sobre o desmentidor”, ensina Simei.

Nem tudo que se lê em jornal é verdade

A composição do personagem Simei é meramente ética, descaracterizando os históricos personagens de jornalistas na literatura e no cinema e os jornalistas que carregam sua função social pendurada no pescoço. Porém, esse personagem se aproxima da realidade e de alguns perfis de jornalistas da vida real que carregam essa mesma função, juntamente com o código de ética da profissão, nos bolsos. Para ele, insinuar ter documentos e dados de uma fonte que não existe é menos cafajeste que admitir que o jornal não verificou as fontes com o rigor e a objetividade que guiam o trabalho jornalístico, e o processo de noticiabilidade.

Tirando Colonna, que entra no jogo consciente das regras e sabendo detalhes que os demais não sabem, a única que fica atônita com tantas lições diárias de mau jornalismo é Maia Fresia, a única mulher da redação, que conta com seis redatores. Maia questiona os métodos e modo de operação do Amanhã, mas segue o sistema pelo fato real de necessitar do emprego e de se “submeter” ao sistema. Maia é uma vítima de uma redação sensacionalista e sem ética, mesmo sendo ela a responsável por produzir ‘notícias’ de paparazzi, e outras futilidades. Assim como na vida real, o mercado dita as regras.

Inicialmente serão produzidos 12 números zeros com datas escolhidas propositalmente de acordo com o que ocorreu dois dias depois. Nessa parte do livro, é possível associar a redação doAmanhã ao Ministério da Verdade, do livro 1984, de George Orwell, responsável por criar as mentiras estatais do país Oceania, governado pelo Grande Irmão, além de mudar as datas dos fatos, apagar notícias já publicadas, e jogar no buraco da memória pessoas que se tornaram inimigas da “revolução”. O que Orwell imaginou em 1949 acontece com alguns portais e blogs que editam a data e a hora para insinuarem que publicaram as notícias primeiro que a concorrência, ou editam/corrigem seus erros de verificação depois de publicados. Exemplos não faltam.

No plano de fundo das edições que serão produzidas, há um assassinato e a tentativa de desvendar uma teoria da conspiração que diz que Benito Mussolini não foi assassinado ao fim da Segunda Guerra Mundial, mas que se refugiou no Vaticano e se auto-exilou na Argentina à espera de um futuro golpe militar anos depois. O personagem que reúne dados e investiga esse “fato” é Braggadocio. Nesse momento, o personagem flerta com o bom jornalismo investigativo, tentando provar as suposições e hipóteses levantadas como diz o manual, com bravura e rigor, sem medo das consequências que esse fato pode trazer para a história, para sua vida e para os demais redatores do Amanhã, a quem chamar de jornalistas beira a ofensa aos profissionais da área.

Número zero é uma aula de mau jornalismo tão importante de se aprender como as melhores classes de bom jornalismo que se há. O importante de se conhecer as coisas malfeitas reside no fato de não voltar a repeti-las. Assim como em As ilusões perdidas, de Balzac, onde Lucien de Rubempré ascende e cai em desgraça, a lição é ética e moral, imprensa e jornalista, respectivamente, Número zero nos ensina o que já sabemos, ou deveríamos saber: que nem tudo que se lê em um jornal é verdade, apesar de que verdades e notícias coincidem quando sinalizadas e trazidas à luz por um farol no meio do mar, tirando fatos da escuridão e trazendo-os para a claridade, sendo, ou devendo ser, a imprensa o farol da realidade. Se ao trazer fatos à claridade sem pô-los em relação um com outro e não fazendo uma imagem da realidade “com base na qual os homens possam atuar”, notícias e verdades não se relacionam e se tornam, na verdade, um número zero.

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Bruno H. B. Rebouças é jornalista e doutorando em Jornalismo


terça-feira, 18 de agosto de 2015

A desmobilização nas redes sociais

Por Maíra Bittencourt
Observatório da Imprensa
 


Segundo a Polícia Militar, em março, o número de manifestantes que participaram dos protestos em todo Brasil foi de 1,7 milhão. Agora, em agosto, foram apenas 612 mil. O número da última manifestação representa 36% da população da primeira. Mas qual a causa dessa queda tão brusca? A hipótese que levanto aqui é que, com o drástico enfraquecimento das discussões e articulações nas redes sociais (espaço que era por excelência a grande ágora de estímulo), as ruas também se esvaziaram. Abaixo perpasso o trajeto desse raciocínio.

Para começar façamos um breve resgate histórico do início desse processo. Desde o ano de 2013 inflamou-se no Brasil um estranho processo de mobilização social. Multidões tomaram as ruas, por diversas vezes, clamando por mudanças nas estruturas econômicas, políticas e sociais. Neste ano de 2015, as manifestações ganharam um caráter mais partidário e de oposição direta ao governo federal. Porém, o grande discurso sempre foi de que esses protestos partiriam do povo e não possuiriam vínculo partidário. As pessoas se sentiam chamadas a participar porque acreditavam que estavam integrando um movimento sem bandeiras que clamava por um Brasil melhor. Esse movimento teria sua sede apenas nas redes sociais.

Pouco a pouco esse conceito foi se esvaziando nas mentes e nos discursos sociais. Em março os partidos de oposição declararam apoio às manifestações. Mas seus líderes não participaram dos eventos. Já agora, em agosto, os partidos se utilizaram inclusive de seus espaço na televisão e no rádio para convocar a população para os protestos. Seus principais líderes também estiveram presentes nos atos públicos. Na contramão dessa institucionalização dos protestos o que se percebeu foi que, quanto mais os protestos ganhavam legitimação dos velhos conhecidos (como os partidos de oposição e as mídias tradicionais) menos intensas ficavam as discussões do povo sobre a temática e o engajamento da população nas redes sociais.

Essas hipóteses estão baseadas nos números de interação observados nas páginas do Facebook dos principais movimentos que encabeçam as manifestações: “Movimento Endireita Brasil”, “Movimento Vem Pra Rua Brasil”, “Movimento Brasil Livre” e “Revoltados Online”, todos com presença expressiva em ambos protestos [neste último protesto também esteve fortemente presente o Movimento Liberal Acorda Brasil. Mas não foi possível a realização do comparativo desse pelo fato de ter surgido, enquanto página do Facebook, após as manifestações de março].

Os gráficos a seguir mostram um comparativo entre os sete dias anteriores às manifestações de março e agosto [períodos de 08/03/2015 a 15/03/2015 e 09/08/2015 a 16/08/2015], respectivamente. O domingo de manifestação também está contemplado em cada um deles. Os aspectos observados foram o engajamento quanto a “comentários”, “curtidas” e “compartilhamento” de conteúdo. O Facebook foi escolhido como espaço de observação por ter sido apontado pela própria população de manifestantes como o grande espaço de convocatórias para os eventos [segundo pesquisa intitulada “Mobilização Social e Líderes Midiáticos” realizada pela própria autora com 601 pessoas nas cinco regiões brasileiras].

Gráficos mostram participação de grupos

Gráfico 1. Comparativo de engajamento na página Movimento Endireita Brasil

Fonte: Pesquisa realizada através da ferramenta de monitoramento de páginas FanPageKarma.

Gráfico 2. Comparativo de engajamento na página Movimento Vem Pra Rua Brasil

Fonte: Pesquisa realizada através da ferramenta de monitoramento de páginas FanPageKarma.

Gráfico 3. Comparativo de engajamento na página Movimento Brasil Livre

Fonte: Pesquisa realizada através da ferramenta de monitoramento de páginas FanPageKarma.

Gráfico 4. Comparativo de engajamento na página Revoltados Online

Fonte: Pesquisa realizada através da ferramenta de monitoramento de páginas FanPageKarma.

População já percebeu discurso enganador

Na página “Endireita Brasil”, apresentada no gráfico 1, a queda de participação entre março e agosto foi de 95%; no gráfico 2, do “Movimento Vem Pra Rua” foi de 5%; no gráfico 3, do “Movimento Brasil Livre” foi de 47%; e no gráfico 4, do Revoltados Online, a queda foi de 71%.

Não há um percentual único nas reduções observadas nas quatro páginas. Alguns foram bastante expressivo, outros nem tanto. Mas o que se pode afirmar é que em todos os casos ocorreram reduções. É a esse esvaziamento das discussões nas redes sociais que credito a redução da população nas ruas.

Os protestos, que aparentemente tinham em sua matriz o movimento livre e popular via internet, passaram a ser articulados da mesma forma que outrora diversos outros já foram. Esse retorno ao mesmo modelo e o enfraquecimento do que era o grande trunfo da atualidade fez com que milhares desistissem do processo. Enquanto isso, os líderes dos movimentos e partidos, seguem tentando gritar pelas ruas que as manifestações são apartidárias e sem bandeiras. Mas parece que a população já percebeu que esse discurso não bate com o divulgado via propagandas partidárias.



terça-feira, 11 de agosto de 2015

Golaço de Romário, pisada na bola de “Veja”



O “baixinho marrento”, senador de primeira viagem, conseguiu o que políticos poderosos e experientes raramente alcançam: um humilde “mea culpa” (“Veja”, 12/8, pg. 70) da campeã nacional de onipotência e a coluna inteira da Ombudsman/Ouvidora da “Folha” (Folha, 09/08, A-6), Vera Guimarães Martins a seu favor.

Armas do craque: convicção de inocência e a coragem moral para enfrentar a calúnia.

Com o semanário ainda nas bancas mostrando suposto facsímile de uma conta secreta num banco suíço (BSI), Romário comprou um bilhete para Genebra e lá obteve do banco a garantia de que aquela conta e aquele saldo (equivalente a quase oito milhões de reais) não eram dele.

E no lugar de entrar com uma ação judicial de reparação preferiu começar com algo mais simples, imediato, arrasador: usou a tribuna do Senado Federal para gozar a “barriga” da ex-toda-poderosa derrubadora de presidentes: “Acabo de ser informado que não sou um milionário, ao contrário do que afirmou a revista”. Em seguida entrou com uma ação indenizatória no valor de 75 milhões de reais.

Inacreditável a explicação do Diretor da Redação da revista, Eurípedes Alcântara, à ombudsman da “Folha”: o jornalismo funciona como uma montadora de veículos. “Elas dependem de fornecedores. Nós dependemos das fontes. Quando um fornecedor entrega um lote de peças defeituosas, a montadora faz imediatamente um recall. Não adianta limitar-se a culpar o fornecedor. O reconhecimento rápido, público e sem rodeios do erro equivale ao recall das montadoras. O leitor confia em nós, não em nossas fontes.”

A metáfora do recall é cavilosa, mais do que isso – é aterradora. Pressupõe uma inocência e uma ingenuidade que um serviço com fé pública como o jornalismo não pode alegar sob hipótese alguma. Não estamos falando de peças defeituosas, facilmente substituíveis. Estamos falando de honra e integridade, bens preciosos, insubstituíveis.

Tentar transferir às fontes a responsabilidade por um crime é um artifício diabólico. Lavar as mãos num caso destes e com tamanha leviandade, é amoral. A responsabilidade foi de quem não quis ou não tem grandeza para averiguar a veracidade da informação. E, sobretudo, de quem não está a altura de ocupar uma função historicamente associada à decência, respeito humano e integridade.

“Veja” está em escombros, essa é a dolorosa verdade. Voltou às antigas instalações na Marginal Tietê na vã esperança de lá reencontrar a dignidade perdida. Não adiantou. A peça defeituosa já não está disponível no mercado – fora de linha. O recall neste caso exigiria a troca do responsável pela linha de montagem. Caso contrário é blefe.


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A teoria do pinto



Uma das teorias sobre o começo da civilização é a teoria do pinto exposto. Quando os primeiros hominídeos desceram das árvores e foram viver na savana, uma das consequências de andarem eretos e terem que se espichar para pegar as frutas foi que seus órgãos sexuais ficaram expostos ao escrutínio das fêmeas. Estas poderiam organizar uma sociedade baseada na sua observação da novidade, dando o poder aos mais potentes, ou mais bem aparelhados, o que inviabilizaria um tipo de hierarquia baseada na inteligência, na habilidade como caçador e provedor, na liderança, nos belos olhos ou em qualquer outra qualidade do macho. As fêmeas também escolheriam parceiros sexuais entre os visivelmente mais bem dotados, o que decretaria o fim da linhagem dos pintos pequenos, que nunca se reproduziriam.
Para evitar que isto acontecesse, os machos tomaram providências, começando por tapar suas vergonhas. A civilização começou pelas calças, ou o que quer que pudesse ser usado como tapa-sexo nas savanas. E os machos trataram de desviar a atenção do tamanho do pinto, inventando a linguagem, o fogo, a roda, a escrita, a agricultura, a indústria, a ciência, as guerras e todas as afirmações masculinas que independem do tamanho do pinto. Tudo, de um jeito ou de outro, extensão da primeira calça.

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Assim, a civilização começou como um disfarce, para roubar da fêmea o seu papel natural de guia da espécie, escolhendo o reprodutor que lhe serve pelo pinto e não por suas poses ou poemas. Toda a nossa cultura misógina vem do pavor de que a mulher retome seu poder pré-histórico e, não sendo nem prostituta nem nossa santa mãe, tire nossas calças. 

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A supervalorização da virgindade como havia até pouco tempo e a estigmatização civil do adultério como ainda consta da lei brasileira são tentativas de garantir que a mulher só descubra o tamanho do pênis do marido quando não puder fazer mais nada a respeito.

A própria discriminação da mulher no mercado de trabalho é para lembrar as fêmeas do seu lugar subalterno na civilização dos homens. Lembrá-las de quem usa as calças.

Independentemente das teorias, a virgindade é um tema para muitas divagações. Ninguém, que eu saiba, ainda examinou a fundo, sem trocadilho, todas as implicações do hímen, inclusive filosóficas. Já vi o hímen - que, salvo grossa desinformação anatômica, não tem qualquer outra função biológica a não ser a de lacre - descrito como a prova de como o Universo é moralista. Levando-se em conta a dor do defloramento e mais as agruras da ovulação e do parto em comparação com a vida sexual fácil e impune do homem - cujo único trabalho num parto é impregnar a mulher e depois ficar numa sala de espera da maternidade, lendo uma Caras antiga - a misoginia do mundo é evidente. Mas em comparação com o que a mulher, historicamente, sofreu numa sociedade dominada por homens e seus terrores, o que ela sofre com a Natureza é pinto. Com trocadilho.


domingo, 2 de agosto de 2015

A debandada oportunista


...e estamos nessa belíssima República Democrática Acefálica e me vem à reflexão esse, hoje, desesperado engajamento de uma parte da classe artística (televisiva, principalmente) à senhora que está tomando uma rajada de calúnias e tiros blasfêmicos de tudo quanto é lado (televisiva, principalmente, pois endossa as monstruosidades criadas por revistas partidárias, partidos golpistas e blogues limpinhos). Penso nisso com surpresa, primeiro por estar pensando nisso, e desgosto, pois os mesmos que hoje gritam eram os calados de ontem; alguns, inclusive, opositores. Mas como acho melhor ser uma metamorfose ambulante do que ter àquela velha opinião formada sobre tudo, seguro o meu ímpeto de justiçar e dou um pouco de crédito aos decrépitos. 
Por que a troca de lado? É o que me pergunto. Por que ir, agora, de encontro ao patrão?
Acho que alguns começaram a perceber que o destilamento de tanto ódio e desinformação está moldando uma massa definitivamente perigosa, de direita extrema e sem nenhum compromisso com o respeito ao discordante e com a tão nova e cara democracia. Alguns começaram e perceber que a história registrará tudo e quem estiver do lado errado pode ter o seu nome engolido na perversa e isenta posteridade. 
Não é que agora concordem com a dama suja de ovos de serpentes atirados por demônios, mas percebem que atirar ovos na dama pode manchar seus nomes tão nobres e cheirosos. 
Ter seus sobrenomes associados à loucos do tipo silas, jair, eduardo, neves, e coisas mais bizarras como olavo, azevedo, diogo, (meus deus!) lobão, é como pegar anos de trabalho duro e respeitabilidade midiática e colocar na privada, junto à carteira de trabalho e à pulseirinha vip. Se dessa asneira coletiva vir o golpe, então... pela-mor! Vai dar burro com 30
Não é o caso de todos, claro, generalizar é embriagar com a cachaça dos outros, mas que tem uma porção boa de gente que, depois de inflar esse peido fedido, agora diz: que merda, hein?, ah, isso tem. Porção gostosa de boteco da Lapa. É o Rio 40 graus.
E agosto está começando...